Depois de uma semana pródiga em parvoeiras, habituais do futebol que temos, não poderia deixar de comentar o
must que foi – e há-de continuar a ser, nem que eu o tenha de recordar todos os dias – o documento, purificado pela isenção, divulgado no site do FC Porto, pela direcção “azul”.
Claro que
a defesa de “um jogador grego” (termo com que Katsouranis é referido no comunicado) está mais que cimentada - pela razão, seriedade e decência, daqueles que têm os olhos no lugar e não os cerram ao peso da clubite. Mas não gostaria de ver o assunto encerrado sem expor algumas (das minhas) considerações:
1. O ex-capitão do AEK de Atenas e sub-capitão da selecção da Grécia, campeã europeia em título,
apenas recebeu um cartão vermelho em toda a sua carreira como sénior, ainda nos tempos do futebol não-profissional, por colocar uma mão na bola para, assim, falhar propositadamente a partida seguinte.
2. Quando ocorreu este lance, seguia no meu carro a ouvir o relato da TSF. Os comentadores, ainda sem recurso à repetição, sublinharam que o lance “era limpo, o jogador do Benfica chegou primeiro à bola”. O comentador no estúdio, após o recurso às imagens televisivas, confirmou a legalidade da jogada.
3.
O jogador Anderson esteve ausente dos treinos durante a semana anterior ao “clássico”, falhando, inclusive, a deslocação do FC Porto ao terreno do Sporting.4. O jogador Anderson lesionou-se na perna direita, fracturou o perónio e teve ruptura nos ligamentos do tornozelo.
É normal permitir a um atleta com este tipo de lesões andar de pé durante os 10 minutos seguintes, reentrar em campo para jogar à bola e, uma hora depois do sucedido, andar aos saltos a festejar a conquista de (apenas) três pontos?P.S.: A queixa, ferida de honestidade intelectual, apresentada pelo FC Porto contra o jogador do Benfica Katsouranis à Liga de Clubes foi, hoje, amachucada e atirada para o lixo.