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domingo, agosto 31, 2008

Frases

«Com Fernando Santos o Benfica teve momentos de grande futebol, talvez dos melhores dos últimos anos. Tivemos um ano sem perder. Ele era muito bom.»

«Dos quatro anos que esteve na Luz, Nuno Assis destaca três jogadores com os quais teve o privilégio de trabalhar: Katsouranis, 'o melhor jogador do actual plantel', David Luiz, 'um central fora de série e de projecção mundial', e Miccoli. 'A maioria das pessoas não tem noção do seu verdadeiro potencial. É um jogador soberbo, do melhor que alguma vez vi. Fazia coisas incríveis nos treinos', diz.»

«Outro jogador que trocou, ainda que por empréstimo, Lisboa por Guimarães foi Luís Filipe. O lateral direito nunca se impôs na Luz, sendo mesmo dos jogadores mais visados pela crítica e adeptos do Benfica. 'Não sei como é que ele aguentou tudo aquilo. Diziam-lhe coisas horríveis e ele nunca reagiu. Mostrou ser um profissional exemplar e de grande carácter', afirma Assis.»

«Não existia qualquer tipo de relação com Koeman. Nunca tivemos uma conversa.»

- Nuno Assis, Correio da Manhã Sport

Katsouranis castra ambições do Benfica

SL Benfica 1 - 1 FC Porto



Ontem viveu-se um grande ambiente no Estádio da Luz, digno de clássico. Para se colocar pressão do lado do Benfica, tentou vender-se a ideia que o campeonato estaria em risco logo na segunda jornada. Nada de mais errado: nem ninguém perde um campeonato à segunda jornada, nem ninguém ganha um campeonato com seis pontos em dois jogos. Enfim.

O Benfica começou bem, mandando no jogo durante os 5' iniciais. Depois, o Porto equilibrou, como seria de esperar. Jesualdo mostrou muitas caras novas (Rolando, Tomás Costa, Fernando, Sapunaru e, mais tarde, Candeias), e Quique respondeu com uma equipa moldada para o ataque, com umas alas rápidas (em teoria) compostas pelos estreantes Reyes e Di Maria. A titularidade caiu-se-lhes dos céus.

Ao evitar um embaraço no meio campo, o treinador do Benfica insiste num equívoco que já se arrasta desde a época passada - Katsouranis só deve jogar a central como medida de recurso. Algumas atitudes mais impetuosas, mal pensadas, inconsequentes e reveladoras de falta de rotina do grego acabaram por castrar as ambições do Benfica. Primeiro, no penalty que deu um jeitão ao Porto, numa jogada que provavelmente não "daria em nada"; depois, ao ceifar as pernas a Rodriguez (numa falta que seria adjectivada de "inteligente", não estivesse o central "amarelado") logo após o golo de Cardozo.

A bola fervia nos pés dos jogadores do Benfica, que queriam chegar ao último terço do terreno em três, quatro toques - o que aconteceu poucas vezes e sem grandes resultados. Sem a bola, a pressão começou por ser de alto nível, mas cedo alternou para uma passividade enervante, com os jogadores a darem um par de metros (e de segundos) a mais, que os portistas inteligentemente utilizaram para pensar e armar o seu jogo.

A arbitragem esteve em óptimo plano, mas fica manchada pelo olvidar da agressão de Luisão a Sapunaru, ainda na primeira parte, passível de expulsão do brasileiro. De assinalar a excelente reacção do fiscal-de-linha que foi agredido por um idiota que se julgou no direito de fazer disparates em nome do Benfica. Ridículo, dado o potencial de segurança armado no Estádio. Vamos esperar para ver em que medida o Benfica deverá ser punido. Tudo o que for abaixo de uma interdição do Estádio da Luz para os próximos cinco milénios deixará certas figuras da blogosfera tremendamente indignadas e com um sentimento de injustiça. Infelizes e ridículos... mas têm público à altura.

Quanto a Rodriguez, alimentou-se dos assobios para ganhar motivação, chegando a pedir a Jesualdo para que não o tirasse de campo. Porém, nunca conseguiu levar a melhor a um adaptado Maxi Pereira, um jogador "operário" que se revela de extrema utilidade - "pau para toda a obra".

Não se deve ignorar o "rebentamento" físico dos jogadores do Benfica, na segunda parte. O estado de graça do preparador físico dos encarnados acabou ontem - começou o julgamento público, em que qualquer espectador é um perito na matéria, ao mesmo tempo que se torna num sniper disposto a abater mais um preparador físico do Benfica. A rever, para evitar nova humilhação.

Dadas as circunstâncias, o Benfica ganhou um ponto. Com um jogador a menos depois do golo do empate, com muitos jogadores "rebentados" desde a segunda parte... é um resultado que acaba por saber a vitória e se aceita como algo positivo.

Já Jesualdo deve ficar preocupado com a inoperância da sua equipa, que só conseguiu fazer mais três remates que o seu ferido adversário. Também se aceita que o Porto terá perdido dois pontos, ao mesmo tempo que perde a moral que já traz há alguns anos - a moral da liderança incontestada no campeonato, que deverá cair hoje ou amanhã.

Resumindo, foi um clássico bonito de se ver, com golos, com uma bola no ferro do Benfica e com outra sacudida em cima da linha (por Lisandro). Ainda há muito para jogar, e está tudo em aberto. O Benfica ainda não ganhou, mas também ainda não perdeu.

sexta-feira, agosto 29, 2008

Frases

«Não é lógico que o FC Porto dispute a Liga dos Campeões. Eu combato a batota, a corrupção, e, se isso for provado, terá de ser punido (...) a história ainda não acabou e [a questão da não participação do FC Porto nas competições europeias] pode voltar a ser colocada no próximo ano.»

- Michel Platini, Presidente da UEFA

O novo reforço do Benfica: Suazo



Impressões: chuta bem com os dois pés, em jeito ou com força, consegue partir no uma-para-um, e não marca golos de cabeça.

Serão estas as qualidades do avançado móvel que Quique tanto pediu? O tempo dirá. Não me admirava se já se estreasse contra o FC Porto, nem que fosse por uns minutos.

quinta-feira, agosto 28, 2008

Di Maria e o favoritismo do Benfica

Di Maria considera que o Benfica é o favorito a ganhar o clássico contra o FC Porto, na nova Luz. Para Jesualdo, isso não passa de «blá, blá, blá», vindo de um «jogador muito novo que chegou ao futebol português há um ano». Acrescenta ainda, na linha do discurso recente de Lisandro, que não conhece o Benfica em profundidade para se alongar em grandes comentários.

Duas observações:

- Acho que o Benfica é sempre favorito a jogar em casa, seja contra quem for, seja em que condições for. Di Maria chegou há pouco tempo mas já terá assimilado a cultura vencedora do clube (muito mais do que um deselegante "blá, blá, blá");

- O técnico do campeão nacional ainda não estudou o seu próximo adversário em profundidade para lhe fazer uma análise superficial numa simples conferência de imprensa? Não acredito. É "blá, blá, blá", certamente. Ou então, é incompetente.

Está de volta

O melhor blog de futebol deste nosso Portugal está de volta: visitem o Blog da Bola.

quarta-feira, agosto 27, 2008

Puxados para trás

Confesso que é muito mais fácil lembrarmo-nos do que nos interessa. Daí só me lembrar dos lances em que o Vitória de Guimarães foi nitidamente roubado, contra o Basileia: pelo menos um penalty, na primeira mão, e um golo decisivo mal anulado.

É ver milhões a voar...

Notícia de última hora

O Real Madrid acabou de chutar à baliza do Sporting e não marcou golo.

Ainda bem (para o Sporting) que isto é um jogo a feijões - senão a vergonha* seria maior.

Ainda mal (passe a expressão) que isto pode ser um "abre-olhos" para Paulo Bento, em relação a algumas opções tácticas e técnicas que pudesse vir a tomar.

*Eu bem sei do que falo...

Adenda pós-segunda parte: confirma-se que Paulo Bento teve um momento infeliz ao escolher uma equipa de faz-de-conta para a primeira parte. No Bernabéu, não se brinca. E foi o que o Real fez na primeira parte: levou o jogo a sério, colocou os melhores jogadores em campo e matou o jogo bem cedo.

Tivesse o Sporting jogado com os jogadores "certos" desde o início e a história
talvez tivesse sido diferente.

PS: o guarda-redes que esteve para vir para o Benfica foi aquele que deixou um livre entrar no "seu" poste? Uf...

Boa sorte, Vitória

Era bom que Portugal tivesse três clubes na Champions League deste ano.

Já que o clube português que mais contribuiu para o ranking não pode estar presente na melhor competição do mundo, que esteja o Vitória. Sem assistências com o cotovelo, por favor.

A minha previsão:

Basileia 0 - 1 Vitória (João Alves)

Passou-se

«Ou seja, quando a directiva em causa fala de “agarrões” fora da grande área que “vão terminar dentro da grande área” como sendo merecedoras de grande penalidade” é óbvio, e só um atrasado mental não entende, que, “por analogia”, e por maioria de razões (pois a falta é bem mais grave), é que a rasteira por trás cujos efeitos vão até dentro da grande área não deve ser punida com um penálti. Contra o Sporting ou contra quem for.»
- Rui Cartaxana, in Record

Não era necessário... já nem comento o resto do artigo!

Pela boca morre o peixe

«Cristian Rodríguez falou à revista “Dragões” e mostrou-se em sintonia com o emblema que representa. “O FC Porto é muito organizado e tem sempre em mente ser campeão. A vontade de ganhar é a primeira coisa que se aprende neste clube. E isso encanta-me”, apontou, concluindo: “O clube e eu temos a mesma ambição.” »
- in Record

O Seedorf disse o mesmo quando chegou ao Milan e, apesar de já ter ganho muito, agora vê passar navios enquanto o Inter passeia em Itália, após o Calciocaos.

Um real Calciocaos tivesse havido em Portugal e a história seria igualzinha, só mudavam as cores...

terça-feira, agosto 26, 2008

"A equipa tem é de jogar mais"

Acabei de comentar no Ndrangheta que considero absurdo uma equipa não se poder queixar dos erros de arbitragem só porque jogou mal.

O Benfica não brilhou nem tem brilhado, está certo.

No entanto, não há equipa que brilhe de forma constante durante toda uma época. Há momentos maus, ou menos bons. É nestas alturas de fraqueza que a justeza de uma arbitragem pode fazer toda a diferença.

Se o Benfica tinha direito à falta sobre Quim (que impediria o 1-0 do Rio Ave) e ao penalty sobre Aimar (que possivelmente traria a primeira vitória no campeonato, e todos sabem como é o Benfica quando começa bem...), tem portanto todo o direito de se fazer ouvir sem ter de ouvir comentários como "a equipa tem é de jogar mais".

Todos sabem como uma equipa consegue chegar longe, mesmo sem jogar de forma espectacular - basta ver o Sporting de Paulo Bento, que não tem um futebol particularmente excitante, mas conseguiu o segundo lugar no campeonato, a Taça de Portugal e a Supertaça Cândido de Oliveira em dois anos consecutivos.

Não se ganham faltas por se jogar bonito, metam isso na cabeça.

Pormenores que fazem a diferença

Não querendo ser Calimero, gostava que me dissessem o que pensam deste lance. Podem puxar o vídeo directamente para os 4 minutos e 20 segundos.



Eu fico com a sensação que há um ganhar de posição... com recurso a falta.

Imaginando que não há guarda-redes no lance, e que este teria ocorrido no meio-campo: o defesa não ataca a bola, perdendo assim qualquer hipótese de a jogar (pois esta segue a velocidade considerável); para além do mais, está "partido" pela sua trajectória, alterada por Aimar. Seria falta.

Imaginando ainda outro cenário: supondo que ambos os jogadores estavam dentro da área, mas perto da bandeirola de canto (cerca de dois metros). O movimento do jogador do Rio Ave já poderia considerar como um atacar da bola, dado que não haveria espaço para jogar, e aquele lance seria seu e morreria ali (o chamado proteger da bola na linha de fundo). Não seria falta.

Este lance é um misto dos dois cenários que desenhei, com uma diferença: o atacante joga de acordo com o primeiro cenário, e o defesa joga com as variáveis do segundo. Tendo em consideração que a bola ainda estava jogável para o avançado (supondo que não seria obstruído), fico com a sensação que, apesar de ser um lance difícil para o árbitro (por ser parecido com várias situações no futebol com diferentes julgamentos para o mesmo movimento), deveria ter sido assinalado penalty a favor do Benfica.

Por lances bem mais confusos (e sem falta) já se expulsaram jogadores. Ver a partir da marca do 1m30s.

domingo, agosto 24, 2008

Benfica começa a desiludir

1ª Jornada: Rio Ave 1 - 1 Benfica


O Benfica deu-se ao luxo de começar o campeonato com dois pontos de atraso em relação aos seus adversários naturais, o Sporting CP e o FC Porto, que já tinham ganho os seus primeiros jogos.

A equipa mostrou-se amorfa nos primeiros minutos, excepto Carlos Martins e Urretavizcaya. Para piorar as coisas, a peça mais importante da engrenagem-Benfica lesionou-se num lance algo caricato (pura precipitação de Yebda, a saltar quando e onde não devia) e teve de sair. Refiro-me a Carlos Martins, o jogador que em vez de prometer, parece mais empenhado em cumprir o seu destino, numa clara antítese daquilo que fora o seu fado em Alvalade.

Apesar de não ter aparecido na televisão, Cardozo e Aimar terão corrido "para nada" durante grande parte do encontro. Se as bolas não chegavam em condições ao paraguaio, já no caso do argentino começa a perceber-se que aquela posição não é para ele. Uma vez no lado direito, Aimar teve uma evidente subida de rendimento.

Fica-se com a impressão que, quando Martins teve de ser substituído, o jogador que deveria ter entrado prontamente era Nuno Gomes, deslocando-se Ruben Amorim para o centro e Urreta para a direita. Fellipe Bastos ainda é muito verde para estas andanças e acabou por ter mais tempo de jogo que Amorim. Que sirva para Quique aprender, pois pior que errar é não se aprender com os erros/infelicidades.

O golo do Rio Ave surgiu de um canto que não deveria ter existido, já que Quim foi carregado na pequena área no lance anterior. Não cheguei a ver a repetição, mas também é verdade que um guarda-redes com outra envergadura teria resolvido o lance de outra forma. A defesa ficou "a ler", no meio das recargas. Penso que há lances em que só mesmo os avançados acreditam que a bola vai sobrar. E sobrou.

Valeu a pronta reacção do Benfica, com golo de Nuno Gomes 30 segundos depois. No entanto, a equipa continuou sem mostrar um fio de jogo merecedor de dar a vitória ao Benfica.

Aimar ainda teve uma derradeira hipótese de virar o jogo a favor do Benfica, após bela tabela com Nuno Gomes (excelente atitude), mas o ângulo de remate acabou por se fechar em demasia, e Cardozo já não acreditou numa assistência que até acabou por surgir de forma deficiente. Nas bancadas, Rui Costa ainda acreditou, mas o argentino não conseguiu o golo.

Para a semana, há Benfica-Porto. Tendo em consideração que o FC Porto está numa fase em que se dá ao luxo de prescindir de Quaresma, e as suas rotinas de jogo ainda não estão consolidadas, trata-se de uma excelente hipótese de transformar um natural desânimo em força positiva para atacar o longo campeonato que ainda há para jogar.

Com Di Maria e Reyes deverá ser diferente. Já não acredito em novos reforços. Mas ainda há dispensas a fazer... Força, Benfica.

Força, Benfica.

- Texto publicado em simultâneo no blog A Tasca do Alex