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segunda-feira, setembro 29, 2008

Humildade de Flores contraria estatística de Bento

Benfica 2 - 0 Sporting
(Reyes, Sidnei)



O Benfica venceu o principal dérbi do país, e pode ser líder do campeonato já na próxima jornada.

A jogar em casa, Quique Flores decidiu manter a sua aposta nos jogadores que lhe deram a primeira semana de "descanso" desde que chegou à Luz - Miguel Vítor ou Sidnei, Jorge Ribeiro e Nuno Gomes não eram "obrigados" a ser titulares. Mas Quique já foi jogador e saberá por certo o quão arrasador pode ser para um jogador o facto de ficar de fora depois de ter ajudado o colectivo após jogo em bom plano individual. Sentaram-se Katsouranis, Aimar e Léo - no fim de contas, valeu a pena.

O jogo começou com um filme que já se tinha visto nos últimos dérbies caseiros - o Sporting podia ter começado o jogo a ganhar, mas Yannick não teve a estrela que costuma ter, contra o Benfica. Com os passes em profundidade de Miguel Veloso a resultarem bem numa fase inicial, o Sporting acreditou que era possível construir uma boa exibição tendo por base o jogo directo e a velocidade de Djaló. A táctica de Paulo Bento não resultou e, quando acabou a primeira parte, já Nuno Gomes tinha falhado um golo de baliza aberta (...), Yebda tinha sofrido um agarrão na grande área, por parte de Postiga e merecedor de penalty, e Abel tinha aliviado o perigo de um grande remate de Reyes, de fora da área.

O início da segunda parte foi uma continuação da primeira - um jogo bastante equilibrado, com o Sporting a controlar e o Benfica a correr atrás do prejuízo das duas primeiras jornadas. Os lugares-comuns valem o que valem, mas a uma dada altura a turma de Paulo Bento parecia confortável com o empate, e a equipa que "estava pior" (no campeonato, entenda-se) marcou. Depois de uma boa jogada entre Reyes e Aimar, o espanhol bateu Rui Patrício de um ângulo bastante difícil - o remate foi bom, mas o mais extraordinário desta jogada foi mesmo a total displicência de Rochemback ao longo de toda a jogada. Abel já sabe com quem não pode contar.

O golo foi o tónico que a equipa precisava para arrancar uma boa exibição e acordar a Catedral (o ambiente amorfo que até então se presenciara chega a ser embaraçoso, quando comparado com o que os benfiquistas do norte presenteiam a equipa, sempre que o Vermelhão passa o Mondego...). Pouco depois, Sidnei confirma a vitória do Benfica, num cabeceamento em que surge muito bem sobre Polga. A sua felicidade quase infantil na comemoração do golo encheu os benfiquistas de orgulho e esperança - como o futebol é uma práctica consciente de amnésia, meus senhores (revejam os comentários do dia em que se falou do regresso de Fernando Meira)...

No fim do jogo, Quique flores não embandeirou em arco, enaltecendo ter ganho a uma grande equipa. Paulo Bento poderá ter a sua razão quando diz que é uma derrota com números demasiado expressivos, dado o equilíbrio verificado durante grande parte do jogo, mas a verdade é que a segunda parte do Benfica foi muito forte e o Sporting não mostrou soluções para contrariar o jogo vermelho.

Sendo sincero, considero que esta época do Benfica é apenas um mero esboço do que se pode esperar da próxima época, e não esperava tanto da turma de Flores. Já o Sporting, decepcionou-me. Os pupilos de Bento já jogam juntos há alguns anos, e tinham a obrigação de mostrar mais ambição e consistência (a "estaleca" de que se fala).

O Sporting perdeu a oportunidade de se isolar no primeiro lugar (o Nacional perdeu em casa!) e deixar os eternos rivais a sete pontos. Para a semana, recebe o Porto depois de mais um jogo na Champions... habemus campeonato!

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