badge respira futebol

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Adriaanse vítima dos adeptos do seu próprio clube

Co Adriaanse foi insultado, perseguido e apedrejado. O treinador, que esteve sentado na bancada do Estádio dos Arcos ao lado de Pinto da Costa (sem direito a grandes diálogos), viu a sua equipa empatar. Podia ter dobrado a vantagem que tinha em relação ao seu adversário directo (ou inimigo, como diria o presidente do FC Porto), mas deixou-se empatar.

Sem Lucho no miolo a pensar o jogo, com Quaresma a não resolver, o FC Porto revela-se uma equipa com muitas dificuldades para ultrapassar equipas com orçamentos incomparavelmente mais curtos que o seu. Equipas pequenas, hoje em dia, só no orçamento.

Tanto dinheiro para tão pouco jogo, terão pensado os adeptos portistas... que foram ao estádio. No entanto, enquanto a maior parte se contenta com os insultos (ou com o silêncio anormal das claques), há quem se julgue no direito de agredir o treinador da equipa. Como se o FC Porto tivesse jogado sozinho. Como se o Rio Ave não fosse uma equipa a ter em conta.

Serão estas agressões a provação de um veneno que o clube terá deixado verter ao longo dos anos, e que chega mesmo a alimentar em relação aos "inimigos do clube"? Isto é: será que Co Adriaanse está a sofrer na pele a ira de um bando incontrolável de adeptos que chega, inclusive, a ser protegido depois de interromper os treinos - pois a sua acefalia e instinto de obediência canino dá jeito a certos indivíduos? Será que o feitiço se virou contra o feiticeiro?

Poderá ter sido um episódio pontual; assim espero. A violência nunca contribui para o espírito salutar que deve rodear o desporto. A direcção do clube tem imagens e números de telefone, e promete apresentar queixa. Assim se faça justiça. Assim se dê um exemplo para todos aqueles que julgam ter o direito de estragar aquilo que outros demoraram tanto a erguer - seja uma claque, um clube, um bairro, uma cidade, ou um país.

Sem comentários: