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sexta-feira, julho 17, 2009

Voltou o sonho



Caros internautas, o Futebol Pensado voltou. Parei de escrever numa altura em que nem tinha vontade de ver futebol - quanto mais, escrever acerca do tema. O Benfica de Quique caiu a pique, assim que foi retirada à equipa a hipótese de agarrar o primeiro lugar, e nunca mais voltou a acalentar esperanças de que faria uma boa época, a nível de resultados. Isto, porque a nível de exibições já se tinha constatado que Quique não conseguia meter a equipa a jogar à bola. Enfim.

Em relação ao processo eleitoral, vou dar o benefício da dúvida a Luís Filipe Vieira. Não gostei que tivesse antecipado a data do sufrágio, mas prefiro acreditar que os motivos que apresentou são legítimos. Os resultados e a afluência às urnas são esclarecedores.

Enter 09/10. Com Jorge Jesus, o workaholic, ao leme, foi criada e alimentada a ilusão de que esta equipa iria jogar o dobro da equipa do ano passado. Não chegará. Tem de render o triplo. Gostei de apresentação do treinador, e acho que é o homem certo para o lugar. Também as contratações parecem ter sido adequadas às necessidades da equipa - veremos se os jogadores estarão à altura.

Gostei de que se tivesse dado nova oportunidade a Fábio Coentrão (voltou com maior maturidade para a posição). O português deverá partilhar a zona atacante da ala esquerda com Di Maria - um despique que só poderá trazer benefícios para a equipa. Quanto ao lado direito, mistério. Sepsi e Moretto também mereceram uma oportunidade recomeçar em pé de igualdade.

FORÇA, BENFICA!

PS: Shaffer é daqueles que não engana. Podem guardar este post para memória futura (se me enganar, dou a mão à palmatória), mas acho que temos jogador.

quinta-feira, junho 04, 2009

Obsessão recorde

Álvaro Pereira demorou quatro minutos a assinar pelo FC Porto. Menos 60 segundos que o seu compatriota Cristian Rodriguez.

segunda-feira, maio 25, 2009

Acho bem...

...muito bem, aliás, que não se torrem 5 milhões de euros em indemnizações em danças de treinadores. (aqui). Independentemente de quem treina a equipa - até porque acho que não terá apontado uma arma à cabeça de ninguém, para que se redigisse um contrato.

sexta-feira, maio 15, 2009

Não há respeito.

A propalada troca de treinador do Benfica, para a próxima época, para a próxima época, é mais um sinal de fraqueza moral por parte de quem gere o destino do meu clube.

No passado recente, basta recordar o despedimento imbecil de Fernando Santos, à primeira jornada, depois de um empate com o Leixões. O facto de se lhe ter deixado planear a temporada durante o Verão (e meses que o precederam, como é óbvio) não contou para o desfecho desta relação profissional - para Fernando Santos, terá sido uma relação passional, ele que é assumidamente benfiquista.
Ele, que podia ter sido campeão na última jornada, apesar de ter ficado sem Simão e Manuel Fernandes ainda durante o estágio de pré-temporada, sem ter havido reforços de igual categoria. Os dirigentes acharam que não bastou. Estão no seu direito, e foi para tomar decisões que foram eleitos pelos benfiquistas com poder de voto.

Fernando Santos foi despedido à primeira jornada, depois de um Verão em que o presidente do Benfica passou as férias com Camacho que, curiosamente, sucedeu a Fernando Santos. Relevante.

Com Camacho na Luz, as coisas não melhoraram. O espanhol, pago a peso de ouro e de forma desproporcional para o seu currículo, não fez nada na Luz, foi-se embora dizendo que aquele Benfica não era o mesmo que tinha vencido a Taça de Portugal em 2004 - aí, tinha razão. A começar pelo facto de a direcção do Benfica ter achado normal definir publicamente (pelo não desmentir) que o próximo director desportivo do Benfica estava, à época, a pisar os relvados com o Manto Sagrado.
Rui Costa foi colega de equipa de uma data de jogadores que não sabia se ia ficar, sair, ver o seu salário melhorado, ser emprestado - decisões a tomar pelo gajo que tomava duche com eles, no final dos jogos. O podre a que Camacho se referia talvez tenha que ver com isto. A saída de Camacho aconteceu quando o Benfica ainda tinha uma palavra a dizer na Taça UEFA. Com Chalana no comando até ao final da época, numa situação desprestigiante para si e para o clube que representa, o Benfica foi eliminado e acabou a época sem troféus, em quarto lugar, e a uma distância obscena para o segundo lugar, quanto mais para o campeão. Os dirigentes acharam que era o que tinha de ser feito. Estão no seu direito, e foi para tomar decisões que foram eleitos pelos benfiquistas com poder de voto.

Entra 08/09. Rui Costa é o pára-raios de Vieira e tem um budget do tamanho da ilusão dos adeptos vermelhos. A dupla Vieira/Costa tenta a contratação de Ericsson e falha. Para liderar o futebol do Benfica, contratam Quique Flores e o seu reputado staff. O treinador (mais um espanhol pago a peso de ouro) tem escola, imagem, foi jogador de top e tem ambição. É a sua primeira grande oportunidade, fora de Espanha.
Enquanto Quique estuda e se ambienta Portugal, o Benfica e tudo o que envolve o campeonato português, o Benfica mantém-se à tona das ambições caseiras e atinge, inclusivé, a liderança. Quando a liderança é escandalosamente roubada ao Benfica, a direcção não demonstra censurar o trabalho de Quique, mas também não protege o espanhol, que vai ficando cada vez mais desamparado à medida que a temporada progride e os insucessos de acumulam.
Desde que o título se tornou missão impossível para o Benfica, o treinador ficou numa posição que se pode caracterizar como sendo de uma fragilidade tremenda. Terá a sua quota parte de responsabilidade neste insucesso, mas não a terá toda. Se a aposta da direcção era ganhar no ano de estreia do treinador, devia ter-se contratado um treinador que não necessitasse de tempo (que o clube não tem) para se ambientar e conhecer a particular moldura do nosso clube e do nosso campeonato. Foi como apostar um balúrdio num cavalo de que só conhecemos a reputação (desconhecendo a real solidez da sua competência). Correu mal - para as expectativas criadas, entenda-se.
Os dirigentes acharam que era o método que se devia utilizar para ganhar. Estão no seu direito, e foi para tomar decisões que foram eleitos pelos benfiquistas com poder de voto.

Antecâmara da época 2009/2010. A estória (ou, pior, a História) repete-se: ainda a presente temporada não acabou, e já Quique Flores tem o terreno minado para a temporada que se avizinha. Fragilizado pela imprensa avençada - não apenas pelo poder vermelho, mas também por todos aqueles que ficam a ganhar, década após década (e já lá vão três), com um constante "ground zero" do futebol encarnado a cada ano que passa -, a posição de Quique tem o destino traçado.
Pior; o treinador que se aponta é aquele que na próxima jornada irá defrontar o Benfica. Onde está a moral desta gente? Onde está o respeito pelo clube adversário e, acima de tudo, pelos adeptos do próprio clube? Estará o Benfica assim tão desesperado por uma solução que não pode esperar mais umas semanas? Ainda Quique não foi despedido, ainda Jesus não foi apresentado como o próximo treinador do Benfica, e já existe esta pressão sobre o seu potencial.
Mas, novamente, os dirigentes acham que este é, agora, o método que se deve utilizar para vencer. Estão no seu direito, e foi para tomar decisões que foram eleitos pelos benfiquistas com poder de voto.

Paremos para pensar. O que pensam os benfiquistas deste sucessivo turbilhão de insucessos desportivos ao nível da equipa principal de futebol? Pode enganar-se muita gente durante muito tempo, mas não se pode enganar toda a gente durante todo o tempo. Se uma empresa, mesmo depois de reabilitada economicamente por uma dada equipa, não apresentar resultados, cabeças terão de rolar. E o método de rolo-compressor sobre os treinadores já está provado que não resulta. Quando é assim, a culpa de quem falha quando aponta alternativas para o caminho para o sucesso, é de quem está lá em cima, a mandar-chuva. O que os benfiquistas não parecem entender é que foram eles que elegeram quem toma estas decisões. Não se pode dar mais tempo a quem já demonstrou que não é de tempo que precisa - é de competência.

Ao surgirem com alternativas, ao colocarem esta direcção em cheque, estão no seu direito, e foi para tomar decisões, de forma democrática, que os benfiquistas têm o tal poder de voto e podem traçar o destino do clube.

domingo, maio 03, 2009

Alguém me pode dizer...

Qual seria o resultado do Nacional-Benfica se, num golpe de mágica técnico-táctica, Manuel Machado substituisse Néné e Ruben Micael aos 58 minutos?

terça-feira, abril 21, 2009

Lições (do professor) sobre seriedade

"O futebol português chegou a um momento em que as grandes decisões têm de ser tomadas. Se serão, não sei, porque não há trabalho para trás, ninguém antecipou nada e a estratégia é montar as coisas antes delas acontecerem", prosseguiu Jesualdo Ferreira.

Concordo completamente. Para se falar menos e fazer mais poderíamos, por exemplo, começar por atribuir importância a certas visitas nocturnas e escutas telefónicas que, já admitidas e provadas como verdadeiras, identificam e acusam os protagonistas do sistema. Ou então, absolvem-se todos e vamos palrar sobre grandes decisões e estratégias.

E agora? Já acreditas no Pai Natal?

segunda-feira, abril 20, 2009

Há males que vêm por bem

Pensei em deixar, apenas, um post com imagem e título. Seria o suficiente e esclarecedor. Porém, sob o risco da dúvida, decidi contextualizar, com recurso a um pequeno texto:
na minha opinião, David Suazo foi o flop do ano. Não tem, mesmo com a comunicação social esforçando-se por nos convencer do contrário, qualidade para jogar no Benfica. A força e velocidade não chegam; também é preciso saber tocar na bola. Argumentam, os apoiantes do hondurenho, com o seu currículo italiano. Eu respondo que o Génova ou o Cagliari – já nem sei, mas também não me dou ao trabalho de procurar na net – não são o Glorioso. Aliás, nem o Inter o é; apesar da sua equipa actual merecer, obviamente, o nosso respeito e cobiça (que inveja é palavra e sentimento feio).
É, assim, importante perceber o que levou Quique Flores a descartar, durante grande parte da época, aquele que é, objectivamente – falo de futebol e estatística (que a relação qualidade/custo é até obscena referir) –, o nosso melhor avançado. Óscar Cardozo regressou. O mesmo aconteceu a Quim. Todavia, já não podemos dizer o mesmo de Léo. Foram estes, na minha opinião, os pecados maiores do treinador do Benfica, desde que chegou à Luz: "perdeu" ou "quase perdeu", de forma muito duvidosa, mais-valias importantes, ou até mesmo decisivas, da nossa equipa. Porquê? Rejeitou a qualidade e, sobretudo, a estabilidade, gaantes fundamentais para a conquista de vitórias e títulos. O Benfica deu passos atrás... para depois correr e suar a recuperar terreno, provavelmente, tarde demais.
De resto, a infelicidade – e algo mais – afastaram-nos dos nossos principais objectivos. Os jogos caseiros com Guimarães e Académica (só para falar dos mais recentes) deveriam, porque o Benfica merecia-o, ter valido seis pontos que, por esta altura, modificariam completamente as nossas perspectivas. Enfim, é preciso seguir com o projecto. Com os mesmo protagonistas e sem os erros do costume – falo de correcções, em detrimento das supostas revoluções –, antigos ou recentes.

Tradição

Quase me comovi ao ver, ontem, a jornada da Liga respeitar tradições e costumes tão antigos e queridos. Aqueles “15 minutos à Benfica” (repartidos em quatro ou cinco partes), em Setúbal, e aquela “vitória à Porto”, em Coimbra, são por demais evidentes do esforço e competência de (alguns) protagonistas do nosso futebol em manterem as coisas exactamente como estão, já lá vão 30 anos.

sexta-feira, abril 17, 2009

Golão de Grafite

Sim, já foi há mil "anos de internet" (tipo semana passada?). Vejam:


domingo, abril 12, 2009

É preciso ter karma...

SL Benfica 0 - 1 Académica OAF
Liga Sagres 2008/2009

O Benfica voltou a perder em casa para o campeonato. Tal como havia acontecido contra o Guimarães, duas jornadas antes, uma exibição convincente não chegou para marcar, sequer, um golo.

A Académica soube aguentar a vantagem, se bem que só não se deixou empatar pela falta de pontaria dos jogadores do Benfica aliada à incompreensível imaginação do árbitro do encontro. Ele foi o David Luiz isolado (duas vezes), o Aimar e o Cardozo a jogarem ao poste, o Peskovic "on-fire"... para acabar em beleza, o árbitro parou um lance de golo do Benfica (que teria dado em golo, de facto) sem uma legitimidade aparente para ter marcado falta.

Em suma, o Benfica produziu o suficiente para humilhar a Académica e obter uma vitória bem confortável, que permitisse alimentar o sonho do acesso à Champions. Ao contrário do que acontece em jogos como o da Amadora, na semana passada, em que se joga mal e há bons motivos para procurar fazer a habitual crucificação do treinador, desta vez prefiro culpar os protagonistas dos lances que já listei.

Acontece que, na Amadora, o Benfica venceu e ontem perdeu. Não importa como se jogou, os adeptos irão mostrar os seus lenços no final do jogo, espetando novo prego no caixão da força anímica dos jogadores, de si já suficientemente massacrada pela falta de apoio durante o jogo - quando o apoio pode fazer a diferença. O adepto que mostra o lenço depois de um jogo como o de ontem é míope e não sabe o que é o futebol. O adepto que leva um lençol para a Catedral, no fundo, deseja que a equipa se afunde para fazer o seu número de stand-up. Com amigos assim...

Não é o fim do mundo; Quique tem de continuar a trabalhar e a treinar o Benfica para que o seu contrato seja cumprido. Porque foi assim que foi planeado. Foi assim que se delineou uma estratégia para alcançar a vitória. De forma ponderada. Nova revolução no futebol do Benfica seria de uma falta de inteligência atroz.

sexta-feira, abril 03, 2009

A "caixa de Pandora"

O castigo aplicado a Lisandro, curiosamente previsto pela lei, abre um precedente polémico: de agora em diante, os jogadores que fizerem batota serão punidos.

Nada será como dantes, de facto...

PS: a conferência de imprensa do Jesualdo Ferreira a justificar a simulação do argentino foi hilariante, de ridícula. Vai enganar outro, ó meu!

quinta-feira, abril 02, 2009

Censurem-me à vontade

Sou uma pessoa que tem grande facilidade em "deixar passar" as pequenas coisas que, em dados períodos de tempo, me enervaram "à grande". Daí conseguir viver tão bem comigo próprio e com aqueles que me rodeiam.

Tendo dito isto, gostava de dizer que gosto do trabalho que o senhor Carlos Queirós está a realizar, e da forma como a Selecção de Portugal está a jogar. Quero que a barba se dane, que as apreciações ao seu discurso e postura vão para as urtigas - interessa-me o que vejo em campo. A equipa está em renovação (uma renovação com recursos humanos bem diferentes daqueles de 2006, por exemplo), e está no caminho certo.

Se gostava de ver o Prof. a treinar o Benfica? Mas o que é que isso interessa, agora?

sexta-feira, março 27, 2009

Alfredo Farinha: 1925-2009



Morreu um dos mais emblemáticos jornalistas portugueses. Na lucidez da sua velhice, tantas vezes troçada pelo boçal Serrão nos "Donos da Bola", avisou acerca da embrulhada em que os clubes se iriam meter com o falso oásis que seriam as SAD. Hoje é o que se sabe.

Que a sua alma descanse em paz.

quinta-feira, março 26, 2009

Já está...

Todas as escutas 16 Abril 2004
Hora: 10.56
Intervenientes: António Araújo e Augusto Duarte
(cumprimentos iniciais)...
António Araújo (AA) - Olhe, logo à..., precisava, logo à noite, de jantarmos,queria que o amigo jantasse aqui por estas zonas, porque eu tinha aqui, tinha aqui uma obra para ser vista...
Augusto Duarte (AD) - Hum... Hum..
AA - ... e eu precisava, porque... vem o...
AD - O engenheiro para ver isso?
AA - Exactamente, não é?
AD - Pois, mas é que eu logo à noite eu tenho o curso de árbitros, meu querido...!
AA - Logo?
AD - Logo, exactamente. Não tenho hipótese nenhuma...!
AA - E então e amanhã, e amanhã?
AD - Amanhã joga o meu “Braguinha” em casa com o Benfica...” Tem que se levar a mulher
ao futebol...!
AA - Pois é...
AD - Ó meu querido, tenho que levar a mulher ao futebol, senão...
AA - Ah, pois é, pois é, pois é...!
AD - ... senão ela despede-me!
AA - E então, mas é que o senhor engenheiro, o senhor engenheiro máximo...
AD - Hum, hum...
AA - ... faz questão de coisa, porque não sei quê, porque... e...
AD - Pois. Hum, hum...
AA - Hã?
AD - Como é que vamos fazer isso?
AA - Não tem nada a ver, não tem nada a ver com..., com o dois. É o número um, não é... ?
AD - Pois, exactamente.
AA - Que é o... que é o gerente de caixa, não é...?
AD - O gerente de caixa, exactamente. Não sei como é que nós vamos fazer isso então, meu querido... É que eu logo não tenho hipótese nenhuma porque tenho o curso de árbitros e agora estamos quase na fase de exame, de hoje a oito, não é?
AA - Exacto...
AD - Portanto, não posso, não posso, de maneira alguma... estar. Amanhã, prometi à mulher que a levava à bola, portanto... Como é que, estamos a ficar apertados...!
AA - Pois é! Pois é!
AD - Pois é!
...(conversa sem interesse para os
autos em investigação)...
AA - E o almoço?
AD - O almoço é capaz de dar, mas o almoço não, não assim muito para o clarão?
AA - Não, porque depois nós vamos ver uma casa...!
AD - Ah, está bem! Está bem! Podemos então combinar isso...! Para o almoço?
AA - Nós vamos ver a casa, vamos ver a casa, a ver se...
AD - Ai vamos, aproveitamos e vemos... Também é mais de dia, consegue-se ver melhor...!
AA - Pois, exactamente, vamos ver a casa...!
AD - Está bem. Está bem. Podemos combinar isso para o almoço...!
AA - E eu agora, agora eu, eu não posso almoçar com um amigo?
AD - Ah, então, pode e deve! Até, você tem, tem que almoçar comigo, que temos que ver aquele negócio, senão nunca mais resolvemos aquele problema!
AA - Exactamente!
AD - Olhe, eu estou a ficar é sem bateria.
AA - Pronto...
AD - Se entretanto for a baixo, liga-me para o outro, que eu estou no outro!
AA - Exactamente! Então fica marcado..., então eu amanhã, eu..., a gente vai-se encontrar a quê? Meio dia, meia hora, uma hora...?
AA - É isso, uma hora!
AD - Ok amiguinho! Aqui, aqui, nesta zona daqui. Eu falo, então. Está combinado!
AA - Está bem. Está combinado, então...!
(cumprimentos finais).

Hora: 14.37
Intervenientes: António Araújo e Pinto da Costa
(cumprimentos iniciais)...
António Araújo (AA) - Olhe, o... o “intendente” tem, tem que..., portanto, tem a responsabilidade de..., lá da vida dele de curso...
Pinto da Costa (PC) - Serviço, sim...
AA - ... e..., portanto, ficou amanhã, ele vem, vem almoçar comigo e depois então a gente encontra-se.
PC - Está bem. Está combinado.
AA - Está certo para o senhor?
PC - Está sim senhor.
(cumprimentos finais).

Hora: 17.09
Intervenientes: António Araújo e Pinto da Costa
(cumprimentos iniciais)...
António Araújo (AA) - Ó senhor presidente! Dava para logo, dava... A pessoa, estive a falar com a pessoa novamente... Ele ligou-me agora, e ele...
Pinto da Costa (PC) - Sim, sim...
AA - ... Já dava para logo à noite.
PC - A que horas?
AA - Portanto, eu dez horas para,para as dez e meia, eu estava lá, como, como ontem ficou combinado.
PC - O senhor liga-me antes
AA - Exactamente.
PC - Está combinado.
(cumprimentos finais).

Hora: 21.43
Intervenientes: António Araújo e Augusto Duarte
Augusto Duarte (AD) - Estou?
António Araújo (AA) - Então amiguinho?
AD - Estou a chegar...
AA - Portanto, você já está a chegar aqui na cidade, não é?
AD - Exactamente.
AA - Pronto... e então, eu... eu daqui por um bocado já estou na, na cidade mesmo, está bem?
AD - Está bem, está.
AA - É o tempo de eu sair daqui e estar lá, não é?
AD - Está bem, está. Até já, então.
AA - Está amiguinho? Até já.
AD - Até já.

Hora: 22.18
Intervenientes: António Araújo e Pinto da Costa
Pinto da Costa (PC) - Estou.
António Araújo (AA) - Estou presidente?
PC - Sim...
AA - Tudo bem?
PC - Como está?
AA - Olhe! Eu virei aqui, eu virei aqui, portanto, para a zona da Madalena, não é?
PC - Sim.
AA - E agora, eu viro depois aonde? Que eu vim só no dia do seu aniversário...
PC - O senhor virou onde diz “Madalena”, não é?
AA - Exacto.

PC - E agora vem em frente, ...
AA - Certo.
PC - Vem, vem em frente e... sobe um bocadinho, não é?
AA - Sim...
PC - Sobe um bocadinho e o senhor vira à esquerda.
AA - Certo.
PC - Está a virar?
AA - Sim, sim...
PC - E depois vira à direita.
AA - Certo.
PC - E agora vem sempre por aí abaixo...
AA - Hum... Espere aí, então. Espere aí... Tem alguma, alguma tabuleta em especial, não?
PC - Não. Vem, vem sempre por..., em frente, por aí abaixo.
AA - ... Pela nossa direita, não é?
PC - Sim, o senhor vire pela direita, portanto, tem uma tabuleta que diz Porto, não sei quê, para esquerda...
AA - Hum, hum...
PC - ... e o senhor vira à direita, vem à..., continua em frente pela direita sempre a descer.
AA - Certo.
PC - Pronto, agora vai descendo...
AA - ...Espere aí. É que eu já tinha caminhado um bocado... Pronto, eu estou aqui, cheguei nesta rotunda.
PC - Qual rotunda?
AA - Eu... Tem a... que diz assim: Porto...
PC - Porto. Pronto. O senhor aí vem para baixo. Em vez de ir para o Porto, vem para baixo.
AA - Pronto, venho para baixo. Tem... E depois não tem uma rotunda, que até tem umas flores no meio?
PC - E o senhor vem sempre em frente para baixo...
AA - Venho sempre em frente. Continuo sempre em frente.
PC - Sempre em frente. Dá meia volta à rotunda e vem por aí abaixo.
AA - Certo. Vou à zona da Madalena, não é?
(ndr: as indicações continuam por largos minutos, apesar de Pinto da Costa ter dito em tribunal que desconhecia que iria ser alvo de uma visita)...
AA - Exactamente. À minha esquerda é o “Clube da Madalena”.
PC - E o senhor vem, vem aí e vai chegar à frente.
AA - É sentido proibido, tenho que virar à direita.
PC - À direita. É uma rua larga, estão aí muitos gajos aí parados e encostados,...
AA - É, parece que é “para a viola”...
PC - É “para a viola” e o senhor vem em frente.
AA - Exactamente.
PC - E nessa rua larga, vira à esquerda.
AA - Aqui já estou eu.
PC - Vira à esquerda.
AA - Já estou eu na, na esquerda
PC - E no fundo, vira à esquerda.
AA - Outra vez na esquerda.
PC - Outra vez na esquerda. E depois vai em frente...
AA - Já vou.
PC - ... e no fundo dessa rua tem uma (imperceptível) que diz praia...
AA - Exactamente.
PC - ... e o senhor vira à esquerda.
AA - Viro à esquerda. Aqui vou eu.
PC - E cem metros à frente..., o senhor vira à direita e é nessa rua, na casa que está iluminada.
AA - Ok. Isso já, já, já estou! Já estou a ver!
PC - Já está...

Ele vive

quarta-feira, março 25, 2009

Ia jurar...

...que esta não foi a primeira taça ganha com o contributo de um erro de arbitragem...

Amainem lá, leõezinhos.... há gente com memória...

Em defesa do Sporting

Correndo o risco de postar uma mensagem auto-flageladora, gostava de perguntar às pessoas que dizem que o Sporting é incoerente por não ser tão espalhafatoso a clamar por verdade desportiva quando é beneficiado pela arbitragem, se já viram alguma manifestação de pessoas agradecendo a governantes um qualquer pacote de medidas pró-emprego com a mesma pujança com que reclamam contra (as medidas dos?) políticos?

A pergunta é longa, mas sei que não escrevo para iletrados.

terça-feira, março 24, 2009

Sílvio Cervan



Há quantos anos é que o Benfica não estava tão bem representado num "show de bola" sem bola? Não sei precisar, mas respondo: desde que a Leonor Pinhão deixou de representar o Benfica nos "Donos da Bola".

Admito que detestava o estilo de Cervan enquanto deputado do PP, mas, para "O Dia Seguinte", a pinta é a ideal. Dias Ferreira e Guilherme Aguiar, velhos aliados, bem que tentam, mas Cervan não dá abébias: concorda quando estes têm razão, ou quando os factos são por demais evidentes (qualidade básica que os outros dois marretas já evidenciaram não possuir em diversas ocasiões), e mete o dedo na ferida quando a dupla bacoca tenta contornar o que é factual.

Um exemplo que me vem à cabeça ocorreu ontem, quando Dias Ferreira procurou apontar que durante todos os penaltis tinha havido movimentação irregular por parte dos guarda-redes. No entanto, o velhadas só dizia "olha ali, um passo à frente", tentando roubar mérito a Quim. Quando Tiago também avança, calava-se. Não faz mal, Cervan também lembrava "olha, passo à frente". No fim, o benfiquista ainda procurou dissipar as dúvidas: "então, mas estava a referir-se a todos os penaltis [depois de se verificar que Tiago também prevaricara, mas com muito menos eficácia e talento], ou só aos de Quim?". A resposta? Silêncio.

Quanto a Aguiar, recorre-se ao levantar do tom de voz, como animal que rosna mais alto para provocar medo, mas o aumentar de volume não lhe aumenta a razão dos seus argumentos (?).

Uma delícia.

:O

segunda-feira, março 23, 2009

Nota para Soares Franco

É o meu pet peeve com este senhor (que até é de família benfiquista):

"Pa" deve ser substituído pelo uso de "para";
"Cas" deve ser substituído pelo uso de "que as";
"Tá" deve ser substituído pelo uso de "está".
"Tae" deve ser substituído pelo uso de "estar".

domingo, março 22, 2009

Lucílio dá o empate, Quim dá a vitória

Taça da Liga - Final
Sporting CP 1 - 1 SL Benfica

(jogo ganho pelo Benfica no desempate pela marcação de grandes penalidades)

O Benfica venceu a Taça da Liga 2008/09 e tornou-se no único clube português com os principais troféus de futebol: Campeonato, Taça de Portugal, Supertaça e Taça da Liga.

Lucílio Batista deu uma ajuda, ao assinalar um penalty inexistente e que permitiu que o jogo chegasse ao desempate por grandes penalidades. O árbitro não deu a vitória ao Benfica, mas é inegável que contribuiu de forma decisiva para que o Sporting não chegasse ao fim dos 90 minutos em vantagem. Nisso, terão razão os sportinguistas. Mas, na marcação das grandes penalidades, em igualdade de circunstâncias, foram piores e perderam. Tão simples quanto isto.



Em relação ao resto do jogo, foi um espectáculo muito fraquinho - o que não impede de ter sido uma partida animada, com bolas na trave, falhanços clamorosos, cortes em cima da linha, etc. O Sporting marcou num lance em que Liedson se encontra completamente sozinho, e ainda assim teve de ser Pereirinha, com alguma sorte à mistura (a bola ainda vai ao poste) a empurrar para o golo. Até este lance, o equilíbrio tinha sido rei.



Apesar de se encontrar em desvantagem, o Benfica não teve nenhuma reacção especial, e o penalty caiu o céu. Só depois, já em vantagem numérica, é que se notou (pudera!) um verdadeiro ascendente de águias sobre leões. Gostei de ver Aimar atrás de dois avançados com características complementares, Gomes e Suazo, apesar do fraco rendimento evidenciado pela dupla. O português teve um lance nítido de golo, mas falhou (fácil demais?); o hondurenho não é o mesmo super-jogador que embasbacou Portugal, no início da época.



Quique mostrou coerência, ao não falar da arbitragem, e lembrou que também não comentou o penalty inexistente de Yebda, no Dragão. O espanhol ganhou o primeiro troféu pelo Benfica, uma taça que nenhum "grande" em Portugal tinha no seu espólio, até então. Quanto à menoridade da competição, acredito que a sobranceria de quem desdenhou este jogo só pode ter relação directa com a inveja de não ver a sua equipa naquele estádio, ontem, a levantar a taça.

O resto é conversa.

FORÇA, BENFICA!

segunda-feira, março 16, 2009

Champions por um canudo...

Liga Sagres 2008/2009
SL Benfica 0 - 1 Vitória (de Guimarães)

O Benfica perdeu contra o Vitória de Guimarães e terá comprometido definitivamente as suas aspirações ao título. Para piorar a situação, neste momento o Benfica não depende exclusivamente de si para chegar à pré-eliminatória da Champions - a equipa de Paulo Bento venceu em casa e alcançou o segundo lugar.

Deixem-me dizer que não vi a primeira parte do jogo, em que se diz que o Benfica até jogou bem. No entanto, vi a segunda, em que a equipa de Quique Flores voltou a não conseguir demonstrar um futebol fluído e eficaz. Tal como em muitos outros jogos, esta época...

Parece, então, que o Benfica voltou ao objectivo inicial da época, em que treinador e director desportivo disseram que o título não era o principal objectivo, pois a estrutura para o futebol começava basicamente do zero. Fica a sensação que, com este plantel, Quique poderia ter feito melhor. Não me esqueço que este treinador fez de Maxi um respeitável defesa-direito; conseguiu dar maturidade e tempo de jogo a três jovens defesas-centrais; e que, finalmente, Di Maria começa a obter rendimento do seu enorme potencial.

Chega? Claro que não - Quique devia ter conseguido a intercontinental, mesmo sem ter sido campeão europeu. Está na hora de cair na real e perceber que, começando do zero todos os anos, começaremos os campeonatos com "menos pontos" que adversários com uma estrutura estável, cujo plantel e esquema táctico apenas sofrem alguns ajustes, enquanto se limam pormenores que acabam por fazer a diferença. É preciso ter paciência, mesmo quando não se ganha. Ainda assim, há quantos anos não chegava o Benfica a esta fase do campeonato ainda com hipóteses reais de ser campeão? Nem irei recordar da fase em que o Benfica esteve "lá em cima" e foi puxado cá para baixo, num sádico exercício de sadismo que arruinou a moral do plantel... É muita fruta.

terça-feira, março 10, 2009

Paulo Bento: o positivista

O treinador do Sporting é o único treinador de "top" (aspas não utilizadas por uso de estrangeirismo, diga-se) que faz um resultado de 5-0 parecer uma boa coisa.

Para Paulo Bento resta sempre o futebol distrital, em que tamanhas abadas são banais.

E os números do euromilhões são...



I swear it's true.

Homenzinho



João Pereira é um jogador com um ótimo potencial e com um bom futuro pela frente, agora que parece ter refreado alguma da imaturidade que revelava no Benfica. Assim sendo, penso que teria lugar no plantel encarnado.

Não leiam o título de forma depreciativa; gostei realmente da entrevista de João Pereira ao maisfutebol. Destaco as frases mais importantes:

Acerca da dispensa do Benfica:
«O que me magoou foi a atitude, ninguém me dizer na cara, pessoalmente, que não contava comigo. Tive de ser eu a entrar em contacto com eles. Mas enfim, as pessoas passam, o clube fica e isso é o mais importante.»

Acerca de um possível regresso:
«Nunca fecho portas em lado nenhum. Gostei muito de jogar no Benfica, passei lá bons momentos, tenho muito a agradecer ao Benfica. Foi lá que me formei, fui lá que tive a minha oportunidade nos seniores, por isso é impossível guardar mágoa ao clube.»

Acerca do seu percurso pós-Benfica:
«Ao princípio foi um pouco confuso passar do Benfica para a Liga de Honra. Mas foi uma boa experiência para mim, o treinador Paulo Alves ajudou-me imenso, fez-me ver coisas importantes, fez-me assentar os pés no chão porque eu vinha do Benfica com a cabeça na lua. Pensava que era um jogador com dimensão e não era.

(...)

As coisas depois estagnaram e tive de dar um passo atrás para estar aqui hoje. Acima de tudo por responsabilidade minha. Estava no clube onde sempre sonhei jogar e por estar dentro de campo perante 60 mil pessoas sentia em demasia o peso da camisola. Também pelo sentimento que tinha pelo clube. Isso prejudicou-me um pouco. Por isso também nunca culpei ninguém do clube pela minha saída, porque acho que tive oportunidades suficientes e não as soube agarrar.»

Acerca de Miguel Lopes, ex-Benfica e reforço portista que se auto-entitula como o melhor defesa direito a jogar em Portugal:
«Falar é fácil. O Miguel Lopes é bom jogador, mas temos de o provar dentro de campo. Não vale a pena estar aqui a dizer que eu sou o melhor ou que o outro é o melhor. Isso é subjectivo. Se ele acha que é o melhor, parabéns.»

segunda-feira, março 09, 2009

Benfica supera Naval difícil de abater

Liga Sagres 2008/2009
Naval 1º de Maio 1 - 2 Sport Lisboa e Benfica
(Aimar, Katsouranis)

Custou, mas foi. Depois de ter entrado a ganhar, com um golo de Aimar aos 3 minutos, o Benfica voltou à sina de não conseguir segurar o jogo nem o resultado. Resultado: a Naval chegou ao empate de forma justa.

Mas... desta vez, a rapaziada acordou. Depois de sofrer o golo (em boa verdade, pouco antes já Di Maria tinha espetado uma solha na barra navalista), a equipa de Quique reagiu com uma raça invulgar. Di Maria esteve em muito bom plano (novamente!), e chegou mesmo a assistir Cardozo para o que seria um golo de bandeira - o chapéu saiu com as medidas certas, mas com a direcção errada.

Depois de uma falta mal assinalada à equipa da Figueira da Foz, Reyes vestiu a bata e serviu um lance de laboratório: assistência para Miguel Vítor (belíssimo jogador; aquele corte "à Gamarra", dentro da área, foi lindo) que besunta a bola com açúcar para a cabeça gulosa de Katsouranis. O grego, que na gala dos 105 anos do Sport Lisboa e Benfica foi considerado o Jogador do Ano, facturou e selou a vitória encarnada.

Importantíssimo triunfo, já que a equipa jogava sobre as brasas de uma vitória indiscutível do Sporting sobre um tenrinho Paços (aquele primeiro golo é um lol - sim, acabei de o dizer), e ainda de uma categórica "sova" da equipa de Jesualdo sobre a turma do convencido José Mota. Na altura de puxar dos galões, o Leixões foi uma merda: um penalty à moda da Madeira, falta de reacção (não apenas de Beto, que só mergulhou uma vez em toda a noite, no penalty de Lucho) da equipa... enfim. Hilariante, a equipa de Matosinhos. Quase ao nível de Helton, um excelente guarda-redes que será recordado pelos seus frangos monumentais.

Sobram nove jornadas e o FC Porto só não será campeão se não quiser. Ao Benfica, resta a Taça da Liga, para vingar a derrota frente ao Sporting, já que os jogos contra o Nacional, Setúbal e FC Porto (só para dizer três) puxaram a equipa de Rui Costa para baixo quando estava em cima. Quando contar aos meus filhos que uma equipa com os jogadores que o Benfica teve em 2008/2009 perdeu o campeonato para este FC Porto, aposto que o "conto dos anos 80" já vai fazer mais sentido.

quinta-feira, março 05, 2009

O degredo é isto



Ronaldo, ex-fenómeno, volta à competição um ano depois da última lesão...

segunda-feira, março 02, 2009

Benfica ganha pontos a três adversários directos

Liga Sagres
SL Benfica 2 - 1 Leixões
(Elvis p. b., Nuno Gomes)

Ao vencer o Leixões (antes do início do jogo, quarto classificado), o Benfica sacudiu o Leixões da sua posição e, com o empate entre FC Porto e Sporting, ganhou pontos ao líder e ao eterno rival de Lisboa.

A equipa entrou muito bem, com uma primeira meia-hora de grande nível. O primeiro golo, aos 16 minutos, não foi grande surpresa. Elvis, em situação extremamente complicada perante cruzamento de Reyes (e com Cardozo nas costas), jogou para onde podia - só que resultou em autogolo.

Rúben Amorim pôde jogar na sua posição, que tantas vezes é tapada por Yebda (pelo poderio físico) ou por Carlos Martins (pela colocação das bolas paradas), e jogou bem... até ter de sair, por lesão. A posição estava amaldiçoada, já que Carlos Martins, ao entrar, levou com um cartão amarelo por ter entrado sem autorização. Amadorismos... Ainda assim, fica longe do lance que protagonizou no Sporting, quando conseguiu ser expulso em 5 minutos (no Restelo).

Na segunda parte, o Benfica entrou novamente bem, com Reyes a querer recriar o lance em que marcou ao Sporting. Desta vez, o guarda-redes chamava-se Beto e defendeu com mestria. Sem sentir a pressão de se arriscar a empatar, ou talvez por causa disso mesmo, o Benfica procurou o segundo golo e conseguiu-o. Após cruzamento de Cardozo ("ai, se ele soubesse usar o pé direito..."), o recém-entrado Nuno Gomes "partiu" o keeper leixonense com um cabeceamento corajoso (aquele pé malandro do defesa...) contra o movimento de Beto. Tal como no primeiro golo, o guarda-redes do Leixões fcou a ver navios após um cruzamento.

Com dois golos na sacola, apesar da história bem recente (tantas vantagens de dois golos esbanjadas, em casa), Quique decidiu mexer na equipa, esgotando as substituições. Balboa entrou, por Di Maria (está a crescer...). O pior foi que, depois do golo de Nuno Gomes, Carlos Martins "berrou" e teve de sair. A equipa teve de jogar 20 perigosos minutos em desvantagem numérica - eu não disse que a posição estava almadiçoada?

Mais perigoso ficou o resultado quando, num lance confuso, Balboa (sempre ele...) não consegue aliviar a bola que sobra para Rodrigo, que finaliza sem rodeios. Já com Chumbinho em campo - a estrela que quer "sair para um clube grande" no fim da época -, a equipa de José Mota fez tudo para chegar ao empate.

O Benfica serviu-se do que tinha, incluindo o anti-jogo. Razão teve José Mota quando barafustou com a falsa lesão de Katsouranis (fez o que lhe cabia, tentando quebrar o ímpeto do ataque leixonense; se alguém quisesse "acreditar" que o fizesse a seu risco...) - o grego não tinha nada.

O jogo acabou com a vitória do Benfica. Os ânimos não serenaram. Entrou a polícia de choque pelo túnel de acesso aos balneários. Treinadores e jogadores demoraram a chegar À flash interview. Com ar de quem nos quer comer por parvos, treinadores e jogadores disseram que não se passou nada. Terá havido acordo de bastidores (literalmente), para surpresa e desgoto de muitos? Sabe-se que Rui Costa e João Gabriel foram identificados pela polícia. O Director Desportivo do Benfica vai ser novamente multado - parece que não lhe dói, que andar por onde não deve, a fazer o que não se sabe, vale o risco e a coima. Eles lá sabem...

Para a semana, há Leixões-FC Porto. É o jogo do ano, até ver. Talvez seja a última equipa que resta, em calendário, com capacidade para ganhar à equipa de Jesualdo Ferreira. A apimentar o jogo que até já teve o seu ponto alto numa final da Taça de Portugal ganha pela equipa de Matosinhos... nas Antas (!!), sabe-se que o FC Porto já revelou interesse na contratação de Beto. Agora já nem estão a gozar connosco, estão a gozar com ele.

sexta-feira, fevereiro 27, 2009

Hoje não foi um dia qualquer



Hoje, o Benfica mostrou ser o único "grande" a saber ganhar ao Leixões, em casa.

quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Chapa 5



A foto diz tudo - o "alemão" com a bola na cabeça, enquanto os "tugas" se desmoronavam. Grande boneco.

Depois dos 5 de Madrid e dos 5 de Barcelona (sim, o Benfica também levou 5 na Grécia...), eis que o Sporting volta à chapa 5. Este post não é uma provocação; de forma alguma. Também eu estou irritado com uma equipa portuguesa que sofreu um primeiro golo ridículo e desistiu do jogo ao segundo (irregular). Vuk no banco? Romagnoli a titular?Ainda havia a "segunda parte", Sporting. Pior, ainda a há. Qualquer dia, até o campeão português se rebaixa a uma pré-eliminatória de acesso à Champs...

Que o FC Porto pague a factura... se bem que, desta vez, a equipa de Jesualdo deva dar porrada a quem está caído.

segunda-feira, fevereiro 23, 2009

Espírito de equipa triunfa sobre desinspiração individual

Liga Sagres
Sporting CP 3 - 2 SL Benfica
(Reyes, Cardozo)

O Benfica deixou o FC Porto alargar a distância, na luta pelo título, ao perder contra o arqui-rival Sporting.

A equipa de Quique apresentou-se na máxima força (apenas Moretto estava inapto) contra um Sporting que teve as suas baixas de vulto. Correndo o risco de dizer adeus ao título em caso de um resultado que não a vitória, a equipa de Paulo Bento encontrou entrosamento para bater o Benfica sem margem para dúvidas.

Enquanto a primeira parte foi animada, com um ping-pong de ataques e contra-ataques equilibrado, na segunda metade "só deu" Sporting. Os verdes-e-brancos chegaram à vantagem com um golo fenomenal de Liedon (nota dez para o excelente avançado do Sporting), depois de um lance em que David Luiz poderia ter evitado complicar. Deu canto. Deu golo. O empate aconteceu após um penalty indiscutível de Polga sobre Suazo, e que Reyes não desperdiçou. Entre golos, o Sporting pode queixar-se de um penalty não assinalado por Olegário Benquerença (esteve bem no resto do jogo), a castigar "braço" de Maxi Pereira dentro da área do Benfica.

Na segunda parte, o Benfica não teve argumentos para o constante sufoco provocado pelos jogadores do Sporting, que chegou à vantagem de forma perfeitamente natural. Com o marcador a ser reduzido, já no fim do jogo, por Cardozo, o resultado terá sido simpático para o que se assistiu na segunda parte - a fazer lembrar o pesadelo dos 5-3 do ano passado, para a Taça de Portugal.

Acreditem que me chateia mais ter empatado com o FC Porto, quando devia ter ganho, do que perder desta forma contra o Sporting. Há três resultados possíveis, no futebol. Calhou derrota, não é o fim do mundo. Ainda há muito campeonato pela frente, e o Sporting ainda pode "empatar" o FC Porto neste sprint final, com o jogo do próximo fim-de-semana...

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Finalmente... humildade

«É verdade. O problema era eu. Qualidade eu tenho, já o demonstrei. Tenho qualidade para jogar na Juventus, melhor até do que tenho feito. Tive de colocar as ideias no lugar e mostrar ao treinador que tinha qualidade para jogar como ele quer.

Estava convencido que era titular, e falhei. Depois percebi o problema, na minha cabeça. Pensava que era a primeira escolha, e que a Juventus estava moldada à minha imagem. Errado. Fui eu que tive de me moldar à Juventus e ao treinador».

Tiago (ex-Benfica, ex-Chelsea, ex-Lyon, Juventus), um tipo que andou "full-of-himself" durante uns valentes tempos, acordou para a vida.

Admitir que o mal estava em si, diga-se, é de Homem.

terça-feira, fevereiro 17, 2009

Ah... ok

«Porque o árbitro se encontrava bem colocado e perto, cerca de 3/4 metros, e foi peremptório a assinalar a grande penalidade, aliado ao facto de não terem existido protestos de jogadores da equipa penalizada, que aceitaram pacificamente a decisão, com excepção do faltoso, único a esboçar contrariedade, damos-lhe o benefício da dúvida.»
- Relatório do observador de Pedro Proença
Se isto é critério, está tudo dito. Mais vale atirar com uma chuteira ao árbitro, seus patos...

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

Pedro Proença dignificou a arbitragem portuguesa


«RECEBI inúmeras mensagens de gente genuinamente impressionada por eu ter previsto aqui, na véspera do Porto-Benfica, que a arbitragem de Pedro Proença seria o que veio a ser. Eu gosto muito de impressionar pessoas, mas devo confessar que, neste caso, não tenho qualquer mérito. O que se passou no Estádio do Dragão é exactamente o que se passa todos os anos. É como prever que este ano vai haver Natal em Dezembro. Não tem dificuldade nenhuma. De facto, assistir ao Porto-Benfica é ver o mesmo filme todos os anos. Há alturas do ano em que a televisão transmite sempre os mesmos filmes: é a Música no Coração no Natal, o Ben Hur na Páscoa e o Porto-Benfica a meio da época: já toda a gente sabe como é que aquilo acaba. A única coisa que vai mudando são os protagonistas. Este ano, Yebda desempenhou um papel que já foi de Kandaurov, Amaral, João Pinto, Éder e muitos outros. Não se pode dizer que seja um papel difícil de desempenhar. Na maior parte das vezes, basta estar quieto. Não é preciso fazer mesmo nada.

Na véspera do jogo, Pedro Proença disse que pretendia dignificar a arbitragem portuguesa - e fê-lo. Se tivesse dito apenas que queria dignificar a arbitragem, teria falhado. O que ele fez não tem nada a ver com arbitragem. Mas a arbitragem portuguesa é exactamente aquilo.

Quando se comete um crime, convém que haja o menor número de testemunhas possível. Talvez por isso, a organização do Porto-Benfica retardou ao máximo a entrada no estádio dos adeptos do Benfica. Alguns chegaram horas antes do jogo e só conseguiram entrar ao intervalo. O Porto disse que a responsabilidade era da polícia, mas o director nacional da PSP culpou o Porto por não ter disponibilizado assistentes de recintos desportivos suficientes. É óbvio que este director nacional da polícia não tem irmãos futebolistas. Eu ainda me lembro daquela escuta telefónica em que Pinto da Costa manifesta intenção de contratar o irmão de um comissário de polícia de Gaia para o colocar a rodar num clube dos escalões inferiores porque agente de autoridade daquela categoria «dá sempre jeito». Um director nacional dá mais jeito ainda, mas este, se calhar, só tem irmãs, e o Porto não deve ter futebol feminino.

Alguns benfiquistas manifestam alguma perplexidade sempre que eu me refiro ao estádio do Porto com o nome que lhe foi dado pelo clube nortenho: Estádio do Dragão. Dizem que eu não devia ceder à designação oficial, que não é merecedora da nossa aprovação. Discordo. Quanto mais gente chamar aquele recinto pelo nome, melhor. É muito apropriado ao sítio, na medida em que o dragão é como a maioria das grandes penalidades assinaladas a favor do Porto ali: na realidade, não existe. Mais: é importante não esquecer que S. Jorge matou um dragão. Trata-se de um indivíduo que era santo, notem. E, mesmo assim, o animal deu-lhe cabo da paciência a ponto de levar o homem a matá-lo. É capaz de ser exactamente por isso que o beatificaram, aliás.»

- Ricardo Araújo Pereira, n'A BOLA.

Benfica mostra como tornar um jogo emocionante

Liga Sagres
SL Benfica 3 - 2 Paços de Ferreira
(Cardozo, Amorim, Di Maria)

Um dia depois da emocionante reviravolta do Sporting, em Belém (que golão de Postiga!), e poucos minutos depois do fim do sofrimento portista (ver post anterior...), o Benfica recebeu o Paços de Ferreira na Luz. Boa casa, bom relvado, a equipa só tinha de ganhar - e ganhou.

Quique apostou novamente em Moreira (que esteve em bom plano, não tendo culpa em nenhum golo) para a baliza. No resto da defesa, os centrais foram os sólidos Luisão e Sidnei, enquanto Jorge Ribeiro foi titular devido à ausência de Maxi Pereira. Confuso? David Luiz passou para a direita, abrindo uma vaga à esquerda, ocupada pelo irmão de Maniche.

No meio-campo, Katsouranis continua a ser dono e senhor do miolo, sendo auxiliado por Carlos Martins (só tem servido para as bolas paradas...). O ex-Sporting jogou porque Quique quiz poupar Yebda para o próximo jogo, em Alvalade. Nas laterais, Reyes e Amorim. Enquanto o espanhol teve uma exibição confusa (o seu trabalho não rendeu assistências ou golos; chegou a desistir de um lance para pedir uma falta; ia marcando um golão), o "Moutinho do Benfica" voltou a estar em grande plano e marcou um golaço à "Fifa09". Volto a repetir, enquanto este rapaz tiver o lugar tapado na Selecção, o Benfica só tem a ganhar com este tesouro só seu...

Na frente: Aimar e Cardozo. O argentino confirma o crescendo de forma que se tem verificado nos últimos jogos, pese uma exibição mais discreta (o Benfica não sabe pegar no jogo contra equipas mais pequenas...) que não compromete as minhas esperanças de uma excelente jogatana contra os rivais de Alvalade. Cardozo marcou um daqueles golos fáceis (para quem nunca chutou num esférico), de baliza aberta - mas com o ângulo fechadinho e com o Estádio da Luz a suster a respiração até ao beijo da redondinha na malha. Uma pressão que já quebrou jogadores como Nuno Gomes, por exemplo - aliás, penso não ter sido o único a pensar que "o Nuno Gomes não marcava esta". De qualquer forma, quem fica mal na fotografia é Cássio, guarda-redes do Paços, que foi decisivo neste "abrir de livro" quando os nervos já apertavam.

Em relação aos suplentes, o referido Nuno Gomes não trouxe nada mais ao jogo que não a sua habitual movimentação e ocupação inteligente dos espaços. Já Di Maria 2.0 foi o responsável pelo espevitar do jogo encarnado na segunda parte. Digo "2.0", pois este é o Di Maria a que nós, "simples adeptos", não temos acesso diariamente e que será o responsável por sucessivas convocatórias e titularidades, quando o rendimento demonstra ser claramente negativo, jogo após jogo. Ontem, não. O Maradona devia estar a ver o jogo pela justin.tv, porque o Angelito jogou que se fartou - foi chegar a tempo a bolas perdidas, foi cruzar, foi sprintar, foi marcar um golão de fora da área naquela bolinha que estava mesmo a pedir um balázio... parabéns. Assim, sim.

Ah... Quanto ao Paços, marcou sempre que estava a perder por dois; excepto no fim do jogo, quando ia empatando no último minuto (impróprio para cardíacos, aquele par de minutos final). Valeu-nos o poste, como já tinha valido a barra aos pacences na primeira parte. Tenho uma memória tramada.

Se tudo correr como previsto, o Benfica deverá fazer um excelente jogo contra o Sporting (oh, não, o Benfica está "melhor que o Sporting!, vamos perder! isto é uma ciência exacta para o dérbi da capital*!), procurando manter ou encurtar as distâncias para o FC Porto.

Há quantos anos o Benfica já não chegava a esta fase do campeonato em condições de disputar, realmente, o primeiro lugar? Estará o FC Porto mais fraco porque não consegue a margem pontual com que tinha vindo a habituar os seus adeptos (e o Benfica novamente mediano), ou estará o campeonato mais difícil para "os grandes", de tal forma que o clube de Pinto da Costa está igualmente forte para um campeonato estranhamente mais forte (com um Benfica mais forte)? Infelizmente, penso que o Benfica está apenas uns furos acima do Benfica do ano passado, estando o FC Porto a pagar pela má gestão de Pinto da Costa, que dispensou os anéis (ficaram os dedos...), mas que ainda chega para as lides internas... por pouco.

*Classificação comum para a maioria dos portugueses, excepto para alguns sportinguistas que acham que o maior dérbi de Lisboa se joga entre Sporting e Belenenses - não preciso de link quando a memória me basta.

Semelhanças

Epifanando um bocado, concluí que o Benfica e o FCP são parecidos na medida em que ambos não dependem apenas de si para serem campeões.

É muita fruta...

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

News roundup

"Benfica quer suspensão de Lisandro e sumaríssimo a Bruno Alves" - O JOGO
A grande notícia do dia. O Benfica quer ver a simulação de Lisandro, que enganou (será?) o árbitro, punida com jogos de suspensão. Creio que não vai "dar em nada", uma vez que (1) em Portugal estes lances são o prato do dia e os artistas nunca foram penalizados, e (2) é um jogador do FC Porto.
Quanto a Bruno Alves, a possibilidade de haver um castigo sobe exponencialmente (para os 2%, portanto). O jogador tenta dar um coice no "chato" Suazo que, coitado, não sabe que não se pode fazer aos lances com o leal central do FCP. Bruno Alves será castigado, sim... quando for jogador do Benfica - nunca, portanto.

Relação confirma arquivamento do "caso da fruta" - Record
Mais uma vitória para o FCP, fora dos relvados, como é habitual.

"Academia Sporting África avança em Bloemfontein" - Record
Se bem entendo, o Sporting está envolvido nesta parceria porque cede um director-técnico, um chefe de observadores e um treinador sub-19. Como não se fala em valores, o graveto será cedido pelos sul-africanos do Bloemfontein Celtic (os do relvado ranhoso dos PES 3-6) que, curiosamente também equipam "à Sporting".

A descobrir-se um talento mediano (daqueles que se vendem por exorbitâncias como 3 ou 4 milhões de euros), a despesa está paga; em caso de se descobrir um futebolista de excepção (o último sul-africano de que me recordo é mesmo Benni McCarthy...), é o jackpot. Quando se vê dinheiro a ser esbanjado em jogadores medíocres como Rodrigo Tiuí, Ronnie e afins, esta jogada poderá ser tudo menos censurável - o tempo dirá, já com Soares Franco fora do cenário.

"Dunga diz à Fiorentina para contratar Luisão - A Bola
Cinco anos depois de ter chegado ao Benfica, talvez tenha chegado a hora de Luisão sair do Benfica - de preferência, como campeão. Miguel Vítor, Sidnei e David Luiz ficam como garantia de um futuro em que ainda poderá entrar um outro jovem vindo da formação.

"Giggs renova e vai jogar no ManUtd até aos 37 anos" - Maisfutebol
787 jogos depois de ter começado a espalhar magia pelos relvados ingleses, o galês renova "à Maldini" com o clube do seu coração. Fica a pena de nunca ter actuado num grande palco internacional com a camisola do seu país. Como Best, aliás.

Beckham: «A minha condição física cresceu 100 por cento» - Maisfutebol
O inglês faz um pressing tremendo para ficar em Milão, onde as suas hipóteses de ser chamado para a selecção dos três leões sobem... 1000 por cento. Em Milão, os heróis mais idosos têm lugar e são compreendidos. Perfeito para um Beckham que, ao mesmo tempo, aproveita para limpar a sua imagem de "eu vou para onde me pagarem mais".

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Clássico Roubo

Liga Sagres
FC Porto 1 - 1 SL Benfica
(Yebda)



Novo clássico, novo penalty cavadíssimo a favorecer o FC Porto, que não consegue marcar de outra forma ao Benfica. Pedro Proença ("o árbitro do Benfica que ajuda o Porto") acabou por ser o protagonista do jogo, ao crer na trafulhice de Lisandro. Clássico roubo: na frente do campeonato, tudo na mesma. No futebol português, também.

Gostei da atitude do Benfica e da táctica montada por Quique Flores. Depois de resistir ao pressing inicial da equipa de Jesualdo Ferreira, os jogadores encarnados também deram ares da sua graça e acabaram a primeira parte na liderança. No seguimento de um canto, Yebda, sozinho na área portista, fez um golo à Katsouranis: à entrada da pequena área, e ao FC Porto...

A defesa do Benfica esteve em muito bom plano. Moreira mostrou a segurança que alimentou as esperanças de muitos benfiquistas, quando este guarda-redes ainda era (mais) jovem. Defendeu o que havia para defender, à excepção do penalty. Não se lhe podia pedir mais.

Sidnei e Luisão foram sólidos e eficazes. Luisão continua a ser a voz de comando daquele bloco defensivo, e está em grande forma. Sidnei, regressado à equipa, mostrou que (até) um lentinho consegue ganhar um sprint ao Hulk. Aquele despique com Hulk, em que come porrada e ainda assim bate o super-herói e fica com o esférico, foi assinalável.

Nas laterais, Maxi e David Luiz são duas soluções de recurso que, cada vez mais, jogam como primeiras escolhas. Sem amuos por jogarem fora da posição...

Meio-campo: Katso e Yebda foram os primeiros tampões para a enxurrada de ataque com que o Porto começou o jogo. O grego está para o meio-campo como Luisão está para a defesa: não deslumbra, mas a solidez e os recursos que apresenta são de uma competência que serão sempre uma garantia para qualquer treinador. Yebda fica relacionado com os dois golos, mas só teve mérito num, e nenhuma culpa no outro.

Reys e Amorim. O artista e o operário. O pianista e o homem das mudanças. Com a bola nos pés, o espanhol é um regalo para os olhos. Ao contrário do que acontece com Di Maria, o cigano percebe que o percurso da bola tem um fim e um destino. Não fez um jogo deslumbrante, mas fica registado que fez a assistência para o golo de Yebda. Já Amorim é uma espécie de João Moutinho do Benfica: uma técnica assinalável, sem exageros fúteis e inconsequentes, uma qualidade de passe exemplar, a atitude de "primeiro a equipa"... Excelente contratação.

No ataque, Aimar e Suazo. O argentino confirma a ascendência da sua forma, revelando armas que até então não tinha conseguido aplicar em campo. A paz com que brindou os companheiros, na altura do sufoco provocado pelo ataque portista no início da primeira parte, pausando e pautando o jogo, foi providencial. Suazo, regressado de uma lesão, fez um bom cabeceamento ao abrir da segunda parte. That's it.

Os suplentes: Di Maria, Nuno Gomes e Carlos Martins. O argentino foi mais do mesmo: de assinalar, mais uma lance de perigo desperdiçada e a deixar Aimar à beira de um ataque de nervos, quando se assistia a um "dois-para-dois" contra a defesa portista. Nuno Gomes não entrou a tempo de alterar o desfecho do jogo, mas fez aquilo que os 10 minutos em campo permitiram, segurando e trocando a bola na frente do ataque. Carlos Martins teve o privilégio de ver o árbitro parar o jogo para que o jogador entrasse para bater o último livre do encontro. Sem arregaçamentos, desta vez.

O que fica para a história é o empate, mais um empate injusto para o Benfica (lembro-me de mais dois, assim de repente...) e que puxa a equipa de Lisboa para baixo. Foi um clássico à imagem das últimas três décadas de futebol em Portugal: clássico roubo, claro está...

Brincalhão...

Permitimos um golo num lance de bola parada.

- Lucho Gonzales
Ia jurar que o FCP ainda não tinha marcado senão de penalty, contra o Benfica, em toda a época...

Não sou eu quem o diz

Momento mais complicado:
70' Penálti a favor do FC Porto: decisão correcta? Yebda faz falta sobre Lisandro na área?

Jorge Coroado
No critério do árbitro, claro que sim. Mas objectivamente foi uma decisão precipitada e errada, pois Lisandro é que se fez à falta, justificando assim cartão amarelo e livre indirecto contra a sua equipa e não a grande penalidade conquistada.


Rosa Santos
Parece que Yebda toca com o braço em Lisandro, mas não vejo que haja intensidade suficiente para que o árbitro assinalasse grande penalidade. E, além disso, o francês não toca com a perna no seu adversário.

Em resumo, não encontro motivos para se considerar castigo máximo.


António Rola
Não. Yebda não tocou em Lisandro. O árbitro devia exibir cartão amarelo ao jogador do FC Porto por simulação e não grande penalidade contra o Benfica, pois

Assim, cometeu um erro grave com influência no resultado.


Outros casos
18' Há grande penalidade no contacto entre Reyes e Lucho na grande área do Benfica?


Jorge Coroado
Reyes pisou e prendeu o pé direito de Lucho, fazendo penálti. O médio portista não foi artista, procurando jogar a bola e não ficar no solo como outro faria. Nas grandes penalidades não há lei da vantagem.

Rosa Santos
Aqui sim. O árbitro deveria ter marcado penálti, atendendo a que houve contacto. É verdade que o jogador do FC Porto não caiu, mas nas grandes penalidades não se dá lei da vantagem. Erro grave.

António Rola
Lucho sofreu um ligeiro toque no pé, desequilibrando-o. No entanto, não o impediu de continuar com a bola e em perfeitas condições de a jogar. Concordo com a decisão do árbitro ao nada assinalar.

in O JOGO
Resumindo, neste painel de ex-árbitros de O JOGO (que vêem e revêem o jogo pela TV, ao contrário do árbitro e respectivo observador) é unânime a opinião de que o Benfica foi prejudicado no lance capital do jogo (penalty sobre Lisandro). No outro caso do jogo, há margem para dúvidas, pelo que se aceita que não se tenha marcado nada...

Não fui eu que o disse...

Pedro Proença: o ábritro do Benfica que ajuda o Porto

Depois de vários jogos a prejudicar o Benfica, depois do atraso que Stojkovic apanhou e depois do jogo FC Porto-Benfica de ontem, faço votos para que se acrescente "que ajuda o Porto" sempre que se disser que Pedro Proença é "o árbitro do Benfica".

FP Memória: para os portistas, com naftalina

Quando Suazo, após ligeira carga de Júlio César, não aproveitou para se deixar cair na área do Belenenses, cavando um penalty por explorar um toque demasiado tímido para impedir que conseguisse acabar a sua jogada, o que se disse?
A) é bem feito, devia ter-se mandado ao chão;
B) este gajo é um Senhor, continuou a fazer-se ao lance em vez de tentar enganar o árbitro.

Enfim, ninguém achou que fosse verdadeiramente penalty. Tanto, que o jogador prosseguiu com a jogada. Nem é um caso de lei-da-vantagem. Simplesmente não houve penalty.

Agora, mudem o nome dos protagonistas para David Luiz e Lucho Gonzalez (que nem um protesto esboçou), e lá se vai a resposta dos "azuis-e-brancos" menos iluminados, quando confrontados com a obscenidade da grande-penalidade assinalada contra o Benfica, esta noite...

domingo, fevereiro 08, 2009

Hoje não é um dia qualquer...



...hoje joga o Benfica!


Força, rapazes!

A minha aposta: um jogo com muitos golos, se alguém marcar antes dos 20... ou um empate italiano, se as equipas tiverem tempo para se ajustarem entre si...

Quim
Luisão, Sidnei
Miguel Vítor, David Luiz
Katso, Carlos Martins
Amorim, Reyes
Suazo e Cardozo

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Primeira dérbi numa final da Taça da Liga será este ano

Taça da Liga
Benfica 2 - 1 Vitória SC

(Gregory, Aimar)



O Benfica conseguiu vencer o Guimarães, esta noite, e marcará presença no Estádio do Algarve, para a final da Taça da Liga. Um auto-golo de Gregory (de ombro, pareceu-me) e um belo golo de Aimar (finalmente) conseguiram criar a vantagem suficiente para ganhar o jogo, pois o Guimarães ainda marcou o golito que ainda trouxe animação para os minutos finais.

A exibição não foi especialmente agradável (outra vez...), mas foi competente QB, uma vez que o adversário era de nível, orientado por um treinador que sabe da poda. Fica a sensação que a defesa está bem, que o meio-campo pressiona pouco e é pouco previsível na altura de criar jogadas de ataque, que Aimar renderia mais a jogar na posição de Rui Costa deixou vaga (não foi o que lhe prometeram?!), e que Cardozo é um jogador que tem qualidades que estão a ser sub-aproveitadas.



Na outra meia-final, o Sporting de Paulo Bento vergou o FC Porto de Jesualdo Ferreira. Num encontro que marcou a diferença de atitudes perante a competição em disputa, o Sporting levou a sério um jogo que à equipa do Norte não interessa interessar (ainda o Apito Dourado...).

O Porto apresentou uma equipa de segunda linha (faltaram Helton, Bruno Alves, Fucile, Fernando, Meireles, Hulk, Lisandro, Lucho... enfim, apenas sobrou Mariano, do último onze azul-e-branco) contra a equipa de Lisboa, que manteve seis titulares. Sapunaru, Emanuel e Tarik não fazem uma equipa, e as rotinas de jogo esvoaçaram com o onze inicial de hoje.

Ainda assim, foi a equipa de Jesualdo que inaugurou o marcador, em mais um lance de aparente sonolência por parte do Sporting. Depois, vieram os penaltis ridículos - mas bem assinalados - que colocaram o Sporting em vantagem. O Porto perdera a escassa moral que havia, para tentar ganhar o jogo, e coube aos lisboetas humilhar os dragões com mais dois golos e um resultado bem expressivo: 4-1.

Não se pense que estou a tentar tirar valor à vitória dos sportinguistas, que ainda deve estar a ser saboreada: tal como o treinador do Porto lembrou, aquando da vitória sobre o Arsenal, para a Champions, será este resultado que vai ficar para a História, e não quem entrou de início. Além do mais, Jesualdo levou para Alvalade o onze que bem entendeu.

O Porto fica de fora da final no Algarve, que o Sporting repete, enquanto procura poupar recursos para a Liga Sagres - às 23h00 de Domingo saberemos se terá valido a pena. Espero que não.

Hoje não é um dia qualquer...



...That's right; hoje joga o Benfica!

FORÇA, RAPAZES!

segunda-feira, fevereiro 02, 2009

"Deixem nadar o Mantorras"

Por ricardo araújo pereira
In Jornal A Bola

DIFICILMENTE haverá jogador mais desconcertante em Portugal (no Mundo?) do que Pedro Mantorras. O nome de Mantorras tornou-se uma piada na boca dos nossos adversários. Uma piada que provoca um riso alvar, como costuma ser o riso dos nossos adversários, mas que é feito sobretudo de alívio: eles viram que jogador era Mantorras, e agradecem à Providência as lesões que o têm impedido de continuar a sê-lo. Volta e meia sobressaltam-se, como no último campeonato ganho pelo Benfica, em que Mantorras arriscou ser melhor marcador da Liga a jogar apenas 10 minutos de cada vez. Este ano, em 15 jornadas, Mantorras tinha sido convocado apenas por uma vez, e não tinha jogado nem um minuto. Ontem, jogou 24 minutos e ao fim de 3 marcou um golo. Como explicar que um jogador de quem se diz que tem graves limitações físicas sobressaia num terreno em que os mais aptos parecem precisar de um escafandro para escapar do afogamento? Não sei, mas os nossos adversários cada vez riem menos. Eu, que vi a rotação do Mantorras completamente assente nos joelhos, que fizeram o serviço muito bem, e o pontapé com a perna direita, que não coxeou nem uma vez, encontro-me na posição estranha de estar a rir-me sozinho. E isso, nas vésperas do Porto-Benfica, é muito bonito.

Dificilmente haverá jogador mais desconcertante em Portugal (no Mundo?) do que Katsouranis. Como é costume, a Liga de Clubes estreou um novo tipo de punição com o Benfica. Katsouranis foi castigado por palavras proferidas numa entrevista. Há-de chegar o dia em que um jogador do Benfica será castigado pelo que desabafou com a mulher, ao chegar a casa, ou pelo que disse aos amigos, na mesa do café, ou pelo que confiou ao padre, no confessionário. Segundo os critérios da Liga, que aplicou um jogo de castigo a Katsouranis e, até agora, nenhum a Bruno Alves, no futebol português a língua é mais perigosa do que o cotovelo.

Dificilmente haverá jogador mais desconcertante em Portugal (no Mundo?) do que Pelé. No Verão, chegou ao Porto incluído no negócio de Quaresma. Vinha avaliado em seis milhões de euros e referiu-se várias vezes que tinha estado nas camadas jovens do Benfica, de onde tinha sido dispensado. Quatro meses depois, foi emprestado ao 15.º classificado do campeonato inglês. Desta vez, não se fez qualquer referência ao facto de ser um jogador avaliado em seis milhões de euros, e ninguém lembrou que se trata do mesmo atleta que foi dispensado pelo Benfica quando tinha 17 anos.

Dificilmente haverá jogador mais desconcertante em Portugal (no Mundo?) do que Andrés Madrid. Em 15 jornadas ao serviço do Braga, foi por cinco vezes suplente não utilizado e uma vez titular. Nas restantes, nem sequer foi convocado. Acaba de ser contratado pelo Porto por empréstimo. O Benfica tem um jogador emprestado. Pertence ao primeiro classificado do campeonato italiano. O Porto tem um jogador emprestado. Pertence ao sexto classificado do campeonato português. Dizem-me que tudo isto é normalíssimo, e eu acredito.

Mantorras alimenta o sonho

Liga Sagres
Benfica 1 - 0 Rio Ave

(Mantorras)



O Benfica venceu o Rio Ave, último classificado da Liga Sagres e habitual "pedra-no-sapato" das equipas chamadas grandes, num jogo muito feio de se ver. A grande culpada da pobreza do espectáculo foi a persistente chuva que durante todo o dia foi alagando o relvado da nova Luz, que ficou completamente inundado em certas zonas do campo. Restou o golo salvador de Pedro Mantorras, que "molhou a sopa" quatro minutos após ter entrado em campo. Se a sua presença nos corredores laterais para exercícios de aquecimento já anima o público, vê-lo marcar um golo na Luz já é um fétiche, um momento com uma espectacularidade singular e que justifica o preço do bilhete.

Sem Suazo, lesionado, Quique Flores apostou em Cardozo; Nuno Gomes foi escalado para a posição do frágil Aimar - com uma condição física inadequada para a "batalha no dilúvio" que se antevia. O paraguaio foi o melhor em campo, acertando no poste dos vila-condenses por duas vezes, e sendo o principal responsável pelas melhores jogadas dos vermelhos. Na ausência de Katsouranis (curioso timing para o castigo), Carlos Martins ocupou uma das peças do meio-campo que, de tão encharcado, não deixou o português fazer as suas movimentações características. Na retina, fica o livre directo à Deco, que o guarda-redes do Rio Ave foi buscar ao ângulo.

Depois desta vitória, o Benfica mantém a distância para o FC Porto (que ganhou a um Belenenses que havia andado a passear por Angola durante a semana) e isolou-se na perseguição ao líder, pois o Trofense voltou a empatar as pretensões de um grande de Lisboa; desta vez, calhou a fava ao Sporting, que não conseguiu vencer a turma de Tulipa.

As próximas semanas deverão ser o pico deste campeonato (a menos que o Benfica o ganhe, lá está...), com jogos entre Benfica, Porto e Sporting. Que ganhe o melhor, e que o melhor seja o Benfica.

quinta-feira, janeiro 29, 2009

Ainda falam mal do futebol português!

Katsouranis suspenso um jogo por críticas a Pedro Henriques

O médio Katsouranis foi hoje suspenso um jogo pela Comissão Disciplinar da Liga, na sequência de «afirmação difamatória» dirigida contra a equipa de arbitragem do encontro com o Nacional, disputado a 22 de Dezembro, no Estádio da Luz.

- in A Bola


Esta rebaldaria está a melhorar a olhos vistos. Há tempos recentes, teriam esperado mais uma semanita...

terça-feira, janeiro 27, 2009

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Eterna Saudade



5 anos. Como o tempo voa.

Estarás sempre no coração daqueles que viram aquele jogo de Guimarães.

Benfica não consegue segurar a liderança

Liga Sagres
Belenenses 0 - 0 SL Benfica



O Benfica voltou a deixar escapar a liderança do campeonato para o FC Porto, depois de ter empatado no Restelo. A equipa de Quique Flores não soube aproveitar as boas oportunidades de que dispôs e acabou por se sujeitar ao perigo belenense.

Tanto Aimar como Suazo dispuseram de excelentes ocasiões para colocar o Benfica em vantagem, mas desperdiçaram as chances de forma quase escandalosa. O que me leva a perguntar - apesar de mais uma exibição banal contra uma equipa que já estudara o líder para a Taça da Liga, dias antes, qual é o treinador que resiste a isto? Se, a isto, somarmos mais uns desacertos por parte da equipa de arbitragem (excelente placagem impune sobre Suazo), estamos conversados...

Para a semana, o Benfica visita o FC Porto, onde pode reconquistar a liderança. A equipa de Jesualdo jogou bem contra o Braga, mas voltou a ser escandalosamente beneficiada. Como Rui Santos apontou, e bem, assim é mais fácil jogar bem. Hulk está fora-de-jogo quando assiste Rodriguez para o 1-0. Helton faz penalty sobre Meyong, com uma bela palhetada nas pernas do camaronês. Alan é puxado dentro da área portista de tantas formas e feitos que teve de se atirar ao chão para se certificar que o árbitro não estava a olhar para as bancadas. Há um defesa do FC Porto que corta um lance dentro da área com o braço, impunemente. O filme dos últimos 30 anos repete-se.

Vá lá, que António Salvador não esteve com meias medidas e teve a coerência de se voltar (e bem) a vitimizar pelo roubo de que o clube que preside fora alvo - já Jorge Jesus quase que pediu desculpas para apontar os erros do árbitro, em claro contraste com algumas das justas queixas que fez, em Lisboa. O mesmo Jorge Jesus que não se importou que Juninho Petrolina fosse expulso no Dragão, quando havia sofrido uma falta, ainda na primeira-parte do jogo. Pode ser que a memória selectiva coloque a sportinguista Paula Rego num poleiro do Norte mais apetecível...

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Tão certeiro...

...quanto uma agressão "sem intenção" do Bruno Alves:

IMAGINE o leitor que é atacado por um grupo de bandidos que o espancam e assaltam. Consegue fugir, mas é atropelado por um Scania de 12 rodados. Levanta-se e vai para o passeio, onde um piano de cauda vindo do terceiro andar lhe cai na cabeça. Quase a chegar a casa, encontra no chão uma moeda de dois cêntimos. Um transeunte vê-o apanhar a moeda e diz: «Ah, seu sortudo!» Apetece-lhe espancar o transeunte, não apetece? Agora transponha a história para a Liga Sagres: o Benfica foi prejudicado em vários jogos, com foras-de-jogo que só os bandeirinhas viram, golos que ninguém percebeu porque foram anulados, penalties que não são assinalados, embora a falta seja tão clara e violenta que já não constitui infracção para vermelho directo mas sim tentativa de homicídio. Depois, no jogo contra o Braga, é beneficiado em dois lances e pronto — está a ser levado ao colo. Enfim, é irritante mas passa.

No entanto, quando o presidente do Braga disse que tinha havido um roubo no Estádio da Luz, fiquei preocupado. Normalmente, não dou importância a declarações de dirigentes proferidas a quente: há sempre a tendência para exagerar e comparar qualquer situação a um crime. Mas há dias vi António Salvador a assistir a um jogo na companhia de determinado dirigente que está a cumprir pena de dois anos de suspensão por ter ficado provado que praticou o crime de tentativa de corrupção. Portanto, é de facto possível que Salvador perceba mais de ilícitos do que o cidadão comum, e que tenha realmente identificado um no estádio do Benfica. Entretanto, Mesquita Machado denunciou um esquema obscuro através do qual o árbitro escolhido para o Benfica-Braga teria sido alterado à última hora. Mais uma vez, se fossem declarações de outro dirigente eu não me inquietaria. Mas no mês passado li uma notícia no Diário do Minho intitulada Tribunal compromete Mesquita Machado com negócio no Colégio dos Órfãos. Ao que parece, de acordo com o tribunal o presidente da Câmara de Braga está envolvido num caso de permuta de terrenos em que uma instituição de ensino terá sido prejudicada e terão sido beneficiadas duas empresas cujo proprietário é, alegadamente, António Salvador, presidente do Braga. Por isso, talvez esta gente saiba mesmo mais de manobras de bastidores do que aparenta.

Que dizer do golo do Sporting ao Rio Ave? Talvez isto: comparado com o Vukcevic, o David Luís está em linha. Ainda sem recorrer à repetição em câmara lenta, percebe-se imediatamente que Vukcevic não só está fora-de-jogo como está noutro fuso horário, em relação àquele em que os seus colegas se encontram. Em slow motion já é possível observar que, no sítio em que Vukcevic marca o golo, o próprio clima é diferente do que se faz sentir no resto do jogo. Mas, curiosamente, os índices de criminalidade desceram imenso em relação ao período homólogo da semana anterior, uma vez que não ouvi falar em roubos, nem em falcatruas na nomeação dos árbitros.

Como é que o elefante atravessa o lago? Saltando de nenúfar em nenúfar. Como é que o Bruno Alves atravessa o campeonato? Saltando de cabeça de adversário em cabeça de adversário. Curiosamente, com a leveza de um elefante. Contudo, não se trata de um jogador violento. É raro ver um amarelo e ainda mais raro ver um vermelho. O único vermelho que Bruno Alves vê é o vermelho do sangue dos adversários a quem abre regularmente o sobrolho com o cotovelo ou os pitons. Ou o Bruno Alves é um jogador muito bem comportado ou são os árbitros que se comportam muito bem na presença do Bruno Alves. Eis uma dúvida bem intrigante.
- Ricardo Araújo Pereira, in A BOLA

Benfica segue em frente na Taça da Liga

Taça da Liga
Benfica 1 - 0 Belenenses
(Katsouranis)



O Estádio da Luz voltou a acolher jogos à tarde, em jogos oficiais, no Sábado. O Benfica recebeu e venceu o Belenenses com (mais) um golo de Katsouranis, e apurou-se para as meias-finais da competição.

Apesar da tranquilidade da exibição, o resultado final poderia ter sido outro, tivesse o árbitro Jacinto Paixão assinalado uma grande penalidade de Moretto, na primeira parte, e validado o golo de Porta, ao cair do pano (falta sobre Moretto mal assinalada). O guarda-redes brasileiro, como se pode deduzir, voltou a ser um elemento em foco pela negativa, pois poderia ter perdido o jogo "sozinho". Continuo a pensar que o Benfica deveria ter um guarda-redes de classe inegável (quem não gostaria?), ter um segundo guarda-redes de boa qualidade e que fosse uma mais-valia para o grupo e reservar a terceira vaga para um jovem formado no clube. Por esta ordem de ideias, pese eu gostar do Moretto (do Setúbal) enquanto jogador, o brasileiro é o elo mais fraco...

Voltando ao jogo, o Benfica seguiria em frente com um empate, mas os azuis do Restelo têm razões para reclamar. Será que a arbitragem funciona como Jaime Pacheco diz, quando afirma que "quem não chora, não mama"? Será que o Benfica está a ser intencionalmente beneficiado por haver sido prejudicado noutros jogos? Alguém acredita que existe uma estratégia para beneficiar o Benfica após ter prejudicado a equipa de uma forma que poderia ter um efeito destrutivo ao ponto de hipotecar as suas ambições no campeonato (já não falando da Taça de Portugal - aquela placagem ao Nuno Gomes...)? Serão os mesmos estrategas que orquestram uma vitória do Sporting com um golo que surge num lance em que se verificam dois foras-de-jogo, ou transformam penaltis em faltas ofensivas? Serão as mesmas mesmas brilhantes que anulam golos limpos ao Leixões, no Dragão, procurando empurrar a onda "azul-e-branca" contra os, então, líderes do campeonato?

Nos jogos dos outros dois "grandes", o Sporting esmagou o Paços de Ferreira com a sua arma mais letal, Liedson (belíssimo jogador); e o FC Porto voltou a ter a ponta de sorte na finalização que tem decidido os últimos jogos. Senão, vejamos: contra a Académica, ganhou com um auto-golo; contra o Vitória de Setúbal, Bruno Vale e Leandro Lima deram a vitória numa bandeja; no penúltimo jogo contra o Nacional, quando tudo apontava para um empate, eis que cai do céu um penalty aos 90 minutos - pelo meio, ainda houve direito a um empate com o Marítimo...

O sorteio para esta competição está para breve, mas já se sabe que o FC Porto vai ter de descer o Mondego.