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segunda-feira, fevereiro 16, 2009

Benfica mostra como tornar um jogo emocionante

Liga Sagres
SL Benfica 3 - 2 Paços de Ferreira
(Cardozo, Amorim, Di Maria)

Um dia depois da emocionante reviravolta do Sporting, em Belém (que golão de Postiga!), e poucos minutos depois do fim do sofrimento portista (ver post anterior...), o Benfica recebeu o Paços de Ferreira na Luz. Boa casa, bom relvado, a equipa só tinha de ganhar - e ganhou.

Quique apostou novamente em Moreira (que esteve em bom plano, não tendo culpa em nenhum golo) para a baliza. No resto da defesa, os centrais foram os sólidos Luisão e Sidnei, enquanto Jorge Ribeiro foi titular devido à ausência de Maxi Pereira. Confuso? David Luiz passou para a direita, abrindo uma vaga à esquerda, ocupada pelo irmão de Maniche.

No meio-campo, Katsouranis continua a ser dono e senhor do miolo, sendo auxiliado por Carlos Martins (só tem servido para as bolas paradas...). O ex-Sporting jogou porque Quique quiz poupar Yebda para o próximo jogo, em Alvalade. Nas laterais, Reyes e Amorim. Enquanto o espanhol teve uma exibição confusa (o seu trabalho não rendeu assistências ou golos; chegou a desistir de um lance para pedir uma falta; ia marcando um golão), o "Moutinho do Benfica" voltou a estar em grande plano e marcou um golaço à "Fifa09". Volto a repetir, enquanto este rapaz tiver o lugar tapado na Selecção, o Benfica só tem a ganhar com este tesouro só seu...

Na frente: Aimar e Cardozo. O argentino confirma o crescendo de forma que se tem verificado nos últimos jogos, pese uma exibição mais discreta (o Benfica não sabe pegar no jogo contra equipas mais pequenas...) que não compromete as minhas esperanças de uma excelente jogatana contra os rivais de Alvalade. Cardozo marcou um daqueles golos fáceis (para quem nunca chutou num esférico), de baliza aberta - mas com o ângulo fechadinho e com o Estádio da Luz a suster a respiração até ao beijo da redondinha na malha. Uma pressão que já quebrou jogadores como Nuno Gomes, por exemplo - aliás, penso não ter sido o único a pensar que "o Nuno Gomes não marcava esta". De qualquer forma, quem fica mal na fotografia é Cássio, guarda-redes do Paços, que foi decisivo neste "abrir de livro" quando os nervos já apertavam.

Em relação aos suplentes, o referido Nuno Gomes não trouxe nada mais ao jogo que não a sua habitual movimentação e ocupação inteligente dos espaços. Já Di Maria 2.0 foi o responsável pelo espevitar do jogo encarnado na segunda parte. Digo "2.0", pois este é o Di Maria a que nós, "simples adeptos", não temos acesso diariamente e que será o responsável por sucessivas convocatórias e titularidades, quando o rendimento demonstra ser claramente negativo, jogo após jogo. Ontem, não. O Maradona devia estar a ver o jogo pela justin.tv, porque o Angelito jogou que se fartou - foi chegar a tempo a bolas perdidas, foi cruzar, foi sprintar, foi marcar um golão de fora da área naquela bolinha que estava mesmo a pedir um balázio... parabéns. Assim, sim.

Ah... Quanto ao Paços, marcou sempre que estava a perder por dois; excepto no fim do jogo, quando ia empatando no último minuto (impróprio para cardíacos, aquele par de minutos final). Valeu-nos o poste, como já tinha valido a barra aos pacences na primeira parte. Tenho uma memória tramada.

Se tudo correr como previsto, o Benfica deverá fazer um excelente jogo contra o Sporting (oh, não, o Benfica está "melhor que o Sporting!, vamos perder! isto é uma ciência exacta para o dérbi da capital*!), procurando manter ou encurtar as distâncias para o FC Porto.

Há quantos anos o Benfica já não chegava a esta fase do campeonato em condições de disputar, realmente, o primeiro lugar? Estará o FC Porto mais fraco porque não consegue a margem pontual com que tinha vindo a habituar os seus adeptos (e o Benfica novamente mediano), ou estará o campeonato mais difícil para "os grandes", de tal forma que o clube de Pinto da Costa está igualmente forte para um campeonato estranhamente mais forte (com um Benfica mais forte)? Infelizmente, penso que o Benfica está apenas uns furos acima do Benfica do ano passado, estando o FC Porto a pagar pela má gestão de Pinto da Costa, que dispensou os anéis (ficaram os dedos...), mas que ainda chega para as lides internas... por pouco.

*Classificação comum para a maioria dos portugueses, excepto para alguns sportinguistas que acham que o maior dérbi de Lisboa se joga entre Sporting e Belenenses - não preciso de link quando a memória me basta.

4 comentários:

Bananaman disse...

Bom artigo. Para não variar.
"o Benfica não sabe pegar no jogo contra equipas mais pequenas..."

Por falar em "pegar". Pegaria por aqui.
Vêm agora uns "experts" da bola dizer que a defesa do Benfica esteve mal.
Eu concordo. Até esteve, desconcentrada. Já a pensar na folga e no jantar no Chimarrão.

Mas foi uma situação pontual.
A equipa no todo. O sistem táctico, os jogadores em posições anormais, o Aimar a jogar como ponto de mira para os longos lançamentos...
Enfim, expressei a minha modesta opinião - muito menos científica que a expressa no teu post - no meu blog.
Sinceramente. Fico aborrecido de morte e depois começo a gritar impropérios para a TV, como se ela me ouvisse.
Há alguma necessidade de "Não pegar no jogo" ?
Alguma necessidade deste futebol directíssimo contra estas potências do futebol nacional ?
Francamente.

RA disse...

Hoje ainda não passei os olhos pelos meus Favoritos de futebol, pelo que ainda não passei pelo entrosamentoofensivo. Mas já vou ler ;)

Muito se fala do "jogo directo" (vulgo "charutada") do Luisão. Por vezes, falta-lhe jogo de pés, acredito; noutras, falta-lhe apoio por parte de tipos como o Carlos Martins, que eu esperava que tivesse vindo para o Benfica para ser o box-to-box que faltava.

Apesar de tudo, já deveriamos estar a esmagar equipas, por esta altura do campeonato. Ainda há muito por fazer, mas ao menos que vamos ganhando, entretanto!

Bananaman disse...

Bom ponto o do Carlos Martins.
Eu também o pensei.
Mas é óbvio que não o é.
Não gosta de defender. Vê-se. Então é - na minha opinião - uma espécie de box-to-box, mas que não fica lá muito satisfeito na parte que toca à sua box.
Mas então, pergunto eu:
Não é possível uma espécie de 4141 ou coisa que o valha ?
Katsouranis à frente dos centrais, Carlos Martins mais à frente, Aimar na mesma linha,mas com mais liberdade e o habitual ?
Porque é que nesta formação habitual é tudo tão compartimentado ?
Carlos Martins num 442 tradicional, em linha com o Katsouranis ?
Por favor !

RA disse...

Eu suspeito que ter alguém naquela posição (já nem imagino a alteração táctica, que o espanhol já mostrou rigidez nesse aspecto, para permitir rotatividade) é uma obrigação táctica. Como quem precisa de X pilares para aguentar com uma casa. Suspeito eu, não quer dizer que seja líquido!

Ter dois homens muito avançados (mesmo que Aimar esteja mais recuado, não tem estofo para defender), e ainda um extremo (Reyes) "e meio" (Amorim, para o melhor ou para o pior, estará sempre encostado à direita) obriga a ter ali dois jogadores. Katso está lá bem. Martins... ou não se adaptou, ou é burro, como já li ou ouvi por aí.

Se o MArtins, como diz, não tem vontade de defender no 442, como seria nesse 4141? :S A minha espinha até gela... lol

Para já, vai encostar à linha (do lado de fora) durante o jogo de Alvalade. :P