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terça-feira, fevereiro 28, 2006

Acerca do clássico

Depois de ler isto, sinto que alguém lê os meus pensamentos.
Um must, as postas acerca de clássicos.

Nota a Scolari *...



Antes de tentares aprender a falar Inglês, esforça-te mais no Português.
Pára de insistir na expressão "independente de A ou B". Deve-se dizer "independentemente".
São mais umas sílabas. Não morres de esforço. Aquele que não fazes, para ver jogadores ao vivo.
Irra, homem. Depois não queres que te chamem burro.


*Também se aplica a qualquer outro "treinador" de futebol que tive. Mas esses diziam "quelega" (colega) e "por o meio". Deve ser crónico, em treinadores de baixo nível.

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

O despertar do Koeman

O holandês lá abriu os olhos, jogou com um verdadeiro meio-campo, liderado pelo grego Karagounis e com Manuel Fernandes de volta aos bons velhos tempos, e venceu por duas vezes consecutivas - ao Liverpool e ao FC Porto. Triunfos que dão esperanças aos benfiquistas, vá-se lá saber para quê, que continuam a sonhar com a conquista de tudo e de todos já este ano.

O problema é a partida do próximo fim-de-semana, na Amadora, onde, provavelmente, Ronald Koeman irá optar por mais uma (temida) gestão do plantel... e quem está na baliza é o segundo melhor guarda-redes do FCP.

No sábado o Sporting venceu em Coimbra, por 3-0. Se não há dúvidas que os "leões" mereceram os três pontos, também é unânime que o placard foi incrivelemnte pesado, sobretudo pela atitude, destemida, dos jogadores da Académica. Gostei da exibição e só tenho mesmo pena da atitude de Roma, afastado de duelos bem mais importantes para os conimbricenses.

E a Naval renasce!

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Sporting e a venda de património

A Assembleia Geral do Sporting foi adiada para meados de Março por… falta de espaço.

O local escolhido pela direcção para a reunião de ontem à noite foi insuficiente para suportar os 3.500 sócios interessados no futuro do clube (e na aprovação, ou não da venda de património). “(…) um erro de estimativa”, justificou o presidente Filipe Soares Franco.
(e agora uma pergunta inocente!)
Foi coincidência, ou será que é preciso ganhar tempo? Terá sido o vento a trazer notícias de desgraça ou apenas um alarme pela presença de demasiados amigos-sócios de Dias Ferreira. Nesta altura, joga-se o presente (surpreendentemente difícil) e o futuro e não convêm dar passos em falso na corrida para a presidência.

Mini-Carta aberta e explicativa ao Sr. Scolari:

Mister,

A Académica joga sábado à noite, às 21H15, com o Sporting. O jogo dá em directo na TVI (é, provavelmente, o número 4 do seu televisor).
Na equipa dos de preto (a Académica) actua a guarda-redes (aquele indivíduo mais perto da baliza e que pode tocar a bola com as mãos) um jogador chamado Pedro Roma - salvo o erro, este vestido com um equipamento cinzento, com duas tiras amarelas. Se se mantiver acordado até essa hora, esteja atento ao homem.
Eu sei que está mais habituado a fazer uma avaliação de alguém sentado num banco (da Ferrari) mas faça lá um esforço. Vai ver que não se arrepende.

P.S.: Em caso de dúvidas assista ao Sp. Braga-Rio Ave. Os de vermelho também têm um guardião que, este ano, defende que se farta... apesar de também ser titular.

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Palmas para Scolari...

Guarda-redes: Quim (Benfica) e Ricardo (Sporting);
Defesas: Fernando Meira (Estugarda/Ale), Jorge Andrade (Corunha/Esp), Miguel (Valência/Esp), Caneira (Sporting), Nuno Valente (Everton/Ing) e Ricardo Carvalho (Chelsea/Ing);
Médios: Deco (Barcelona/Esp), Petit (Benfica), Costinha (Dínamo Moscovo/Rus), Maniche (Chelsea/Ing) e Tiago (Lyon/Fra);
Avançados: Cristiano Ronaldo (Manchester United/Ing), Pauleta (PSG/Fra), Hélder Postiga (FC Porto), Luís Figo (Inter/Ita) e Ricardo Quaresma (FC Porto).

Quim e Costinha no lote. Simão e Boa Morte de fora. Ainda vale a pena comentar esta lógica da batata! É que se uns saem porque estão em baixa de forma, também têm de sair aqueles que nem sequer jogam!

Resta-nos esperar que o homem tenha visto (ou, pelo menos, pedisse a alguém para gravar) o jogo de ontem do Chelsea (com Paulo Ferreira a defesa-esquerdo) e os de terça-feira do Benfica (andava lá um grandePetit) e do Lyon (um Tiago, como sempre!).

Força malta...

Não são raros os casos de infortúnio às portas da grande competição do futebol mundial. Quem não se recorda do episódio quase anedótico em que esteve envolvido o guarda-redes espanhol Cañizares, quando um frasco de perfume lhe caiu no pé, dias antes do Coreia/Japão 2002.

Em vésperas do Alemanha 2006, são já vários os jogadores que, impedidos (e muito bem) pelos clubes de tirar o pé do acelerador, têm em risco uma mais que desejada presença no Campeonato do Mundo – provavelmente uma das poucas provas que ainda motiva algumas "estrelas" de um acomodado futebol europeu.

Primeiro foi Alan Smith, uma opção para a Inglaterra de Ericksson, depois foi Totti, um indiscutível da selecção de Itália, uma das principais favoritas ao triunfo final. Agora, foi a vez de Dida, guarda-redes do Brasil, se lesionar com alguma gravidade no jogo que o seu clube, o Milan, realizou em Munique na passada terça-feira.

São estes e outros elementos que o adepto do futebol espera ver na Alemanha, a correrem e suarem sem impedimentos, mesmo que isso implique maiores dificuldades para as nossas cores.

E tudo isto apenas para dizer que estou triste pelo Sissoko, o médio do Liverpool que pode ter terminado ali, no Estádio da Luz – naquele palco que tanto quero que seja sinónimo de alegria –, uma carreira que ainda mal começou. O rapaz, aos 21 anos, num lance de puro infortúnio, pode ter visto fugir um percurso notável, construído no Valência e Liverpool.
Só espero que recupere, mesmo que isso signifique a eliminação do "meu" Benfica.

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Luisão volta a fazer sonhar



O internacional canarinho voltou a ser herói e marcou na sua baliza da sorte



A foto é do jornal Record e a crónica fica para depois...

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Novo sistema de comentários HaloScan

commenting and trackback have been added to this blog.

^ Isto ^ significa que o Futebol Pensado tem um novo sistema de comentários.
O que também significa que todos os outros desapareceram.
Pedimos desculpa pelo inconveniente a quem comentou, mas mais vale fazer isto enquanto o blog é recente, do que daqui a largos anos, quando for extremamente popular :P

Enjoy!

Benfica - Liverpool

Se, no mundo do futebol, para se escolher uma equipa não se tivesse de o fazer em função das características do adversário e os jogadores fossem tão bons nos treinos quanto o são em campo, colocaria os melhores jogadores para cada posição.
Então, se eu fosse o treinador do SL Benfica esta noite, o onze inicial seria:

Quim
Luisão e Anderson
Nelson e Léo
Petit e Manuel Fernandes
Karagounis
Robert e Simão
Nuno Gomes



De qualquer forma, quem entrar tem de fazer o seu melhor. Depois do jogo com o Manchester, o público saberá como motivar os seus jogadores. Sem nervosismos. Com respeito, e não medo, do adversário.
Se o Benfica quiser voltar a ser grande na Europa, os jogadores têm de sentir que estão no clube para disputar estes grandes encontros - não apenas para disputar um campeonato nacional ou consoladoras taças e supertaças.

O Futuro do Benfica, aquele que o seu presidente sonha dar aos adeptos, pode começar hoje.

Que este seja o jogo que inspire um resto de época mais afortunado.
Que a sorte esteja convosco, rapazes - todos são importantes.

PS: Para quem gostar de estatística e de factos acerca das duas equipas, este artigo da BBC é muito bom. Está em Inglês - aqui.

Poll #2 - SL Benfica vs FC Porto

Uma vez que o grande clássico SL Benfica - FC Porto se aproxima, decidi criar uma poll nova acerca do tema. Participem!

Os resultados da poll #1, acerca da possível convocatória de Ricardo Quaresma para o Mundial 2006, foram os seguintes: Esclarecedor, apesar da fraca adesão dos leitores do blog.

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Adivinha...


...quem voltou?!

Estará Carlitos recuperado mentalmente para o futebol? Depois do apagão ao serviço do Benfica, o jogador que um dia também despertou a cobiça do FC Porto parece ter encontrado a equipa ideal para regressar às exibições (e golos) que o tornaram relativamente célebre no Estoril, ainda na segunda divisão.
Carlitos precisava de jogar por uma equipa que não exigisse tanto dele como exigiu o Inferno da Luz.

O salto foi muito grande; a queda, nem por isso. O Setúbal agradece... e os benfiquistas também.

domingo, fevereiro 19, 2006

Dez segundos apenas...

E Skoubo marca...
Fantástico.

Grande posta #1

Aqui.

Benfica complica

Parece que o Vitória está realmente a caminho da UEFA prometida pelo seu presidente. Os minhotos afundaram um SL Benfica sem chama nem arte (mínima, média ou máxima...) para jogar futebol num campo (?) encharcado. Aliás, naquele relvado, só a lei da máxima força e do mínimo futebol pode imperar - não surpreende, portanto, que o Vitória tenha saído com os ambicionados três pontos.

Koeman voltou a mexer na equipa. Compreendo que Marco Ferreira tenha sido chamado para aquele jogo. As suas características (que duvido realmente que Koeman tenha sequer apreciado, até ter sido presenteado com o jogador, em Janeiro) eram as indicadas para um terreno que exigia muita garra e esforço.
Marcel demora a mostrar serviço. Tudo corre mal ao jogador, que teve o pior timing para se poder mostrar. Marca de forma irregular e a equipa não está a jogar de forma a que o seu valor seja realçado.

O Benfica voltou a falhar em todas as frentes. Sofreu mais dois golos sem resposta e o seu treinador demonstrou uma apatia táctica, física e mental impressionantes. Tal como foi apontado no maisfutebol, e bem, Koeman deveria mostrar a garra que exigiu aos jogadores. Talvez devesse pedir alguma emprestada a Petit ou a Nuno Gomes, os verdadeiros capitães de uma equipa à deriva. Faz-me lembrar um Benfica sofrível da década de noventa, em que apenas alguns jogadores tinham real valor para figurar no plantel - apesar de, agora, ter muito mais qualidade. Fica a impressão que uma boa equipa, mal orientada, nunca pode fazer boa figura.

Depois do penalty de Tonel sobre Nuno Gomes, Leo sente na pele o que é sofrer uma falta na área adversária com a camisola do Benfica. Quem é aquele Cléber? Porque é que o deixam jogar "futebol"? Porque é que não foi expulso? Vá lá, desta vez não escarrou em nenhum colega.

Apesar da solidez defensiva, o Guimarães justificou a sua posição na tabela classificativa. Desde o primeiro golo - bafejado pela sorte que caracteriza o futebol - até ao segundo - outra jogada sem nexo -, a equipa vitoriana não existiu. Compreendo agora que se tenha tido de recorrer a um bruxo para meter a equipa a jogar futebol. No entanto, com Cléber em campo, torna-se difícil.
Nota positiva para as pessoas que encheram o estádio. O futebol também é gente nas bancadas. A festa que se fez no fim do jogo foi um momento lindo. A equipa pode até estar quase condenada, mas enquanto estiver a ser apoiada daquela forma, desce com classe.

Voltando ao Benfica, a derrota com o Vitória acaba por simplificar a vida aos jogadores: com o campeonato arrumado, não há pressão para receber e vencer o FC Porto, havendo apenas a Taça de Portugal como principal preocupação. A Champions? Essa é a parte fácil.
Sim, estava a ser tristemente irónico. O quinto lugar pode ser uma questão de dias. E a partir daí...

Terceira derrota em quatro jogos. Vitor Pontes não perde com o Benfica. Não sei quantos golos sofridos em não sei quantos jogos. Enfim, as estatísticas não ganham jogos, mas explicam muita coisa.

Posso estar triste, mas duvido que alguém esteja mais desolado que o Pedro Mantorras.

Toma Toma Toma...

O meu Holandês é pior que o teu! Lálálálálá!

O actual (mau) jornalismo deportivo

É tanta a “fome” pela novidade que, hoje, não há leitor que possa ficar esclarecido ao ler um qualquer jornal desportivo português. A dúvida é, agora, parte integrante da notícia e, mesmo com todos os dados (com pormenores como a cor da caneta com que se assinou o contrato), são já raros, talvez só mesmo os ingénuos, que colocam as “mãos no fogo”.

Neste cenário surge como maior promotor do descrédito o RECORD. Se o leitor-comum se fiasse nas suas manchetes (ou notícias de menor destaque) o Benfica teria hoje um plantel com cinco dezenas de elementos – basta recuar à pré-época passada –, e meia Liga portuguesa (e não só) andava de camisolas trocadas.

O exemplo mais recente:
1. Num post anterior escrevi, acerca da notícia que dava conta que o Zé Castro (da Académica) iria para o FC Porto, que “o Record não dorme”. Sarcasmo, pois claro, que já há quem sabe onde o miúdo vai jogar para o ano – eu, por acaso, só sabia que não era no Porto!

2. Há algumas horas atrás, o meu companheiro de blog enviou-me uma mensagem a dar conta da transferência do “central” para o Deportivo da Corunha. Afinal já vai para a Galiza. Não falei com ele, mas a fonte só poderá mesmo ter sido algum órgão de comunicação social desportivo made in Portugal.

3. Esta tarde, estive com um dos poucos que sabe, de facto, para onde vai jogar o Zé Castro na próxima época. Quando lhe dei conta que era agora o Depor que andava na baila a reacção foi de ironia: “E que tal fazermos um TotoCastro!”.

4. No final do dia confirmei o que já sabia - que o Zé Castro vai jogar no estrangeiro – e, mais tarde, o seu real destino. Apenas o mais conceituado jornal desportivo do país vizinho acertou (tão perto e tão longe). Já estou a imaginar o Zé num Atlético-Real, num Vicent Cálderon incandescente, a meter no bolso Ronaldo, Raúl, Robinho e Companhia. Uma Marca de qualidade, nascida e criada no Santa Cruz (em Coimbra).

P.S.: E o Record segue...

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Mascotes em Portugal


O AC Milan, clube de Rui Costa, apresentou recentemente a sua mascote.
Desenhada nos estúdios americanos da Warner Brothers, o Milanello tem o mesmo nome do centro de estágio do Milan e pretende cativar os fãs de todas as faixas etárias. Os jogadores rossoneri já estiveram em contacto com a mascote, para efeitos promocionais.

Não me recordo de nenhuma mascote portuguesa que tenha tido sucesso junto dos fãs: no imediato, lembro-me da falhada Super Águia do SL Benfica; do Leão (sem nome?) que andava no tartan de Alvalade (do antigo), antes dos jogos, há muitos anos atrás; da nova mascote do Sporting que até foi a votação nos jornais desportivos (e que terá desaparecido desde então); e, finalmente, do morcego com nariz de pénis, que é a mascote da Briosa.

Nenhuma mascote se impôs. O seu merchandising é patético - no máximo, serve para as crianças, que têm de levar com tamanha foleirada. Tendo em conta que uma mascote serve para potenciar os produtos licenciados e aumentar as receitas, porque será que em Portugal estas só servem para material que fica a apodrecer em stock?

Quem tiver mais exemplos (ou correcções) tem a caixa de comentários à disposição.

Desculpa, Camões

"55 mil contos para cada jogador
CASO PORTUGAL VENCE TÍTULO MUNDIAL"
- Record

Caso vence?
Oh... my...

Boas notícias:

Afinal Ronald Koeman não é feito de cera. Ontem fez-se ouvir.

Nada de dramatismos! Apenas a falta de manchetes -, e, é claro, a marca “Benfica” - justifica o destaque dado ao assunto! Que treinador, daqueles mesmo bons (não que seja o caso), é que "não puxa umas orelhas de vez em quando"?

P.S.: Será o efeito secundário dos medicamentos para a virose?

(Zé Castro no FC Porto - este Record não dorme!)

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Caricatura alemã

A polémica que “incendiou” o mundo árabe – devido às caricaturas de Maomé publicadas por um jornal dinamarquês –, já chegou ao futebol.

Este jornal alemão decidiu publicar uma caricatura onde a selecção do Irão é retratada por jogadores com cintos de explosivos à volta do corpo.

Eu acredito, acima de tudo, na liberdade de imprensa, mas nunca a defenderei recorrendo à troca de fundamentos injustos ou falsos. Quem desenhou esta treta (e quem deu a autorização para a sua publicação) só poderá ser um infantil irresponsável ou alguém numa busca gananciosa de auto-promoção. Que eu saiba, o Irão não vai precisar de terroristas para dar trabalho a Portugal no próximo “Mundial”.

E isto de promover a mistura de desporto com questões político-religiosas nunca deu bom resultado. Quer provas? Basta dar (7)2 passos e ver com com os seus próprios olhos numa sala perto de si.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Provocação #1

Com a devida vénia ao Jornal Record:

"RECORD – Um projecto que encheu de esperança todos os sportinguistas...
JOÃO ROCHA – O Projecto Roquette liquidou o Sporting. Ninguém soube o que era o projecto, porque ele não dizia. Sabia-se, apenas, que era uma dezena de sociedades, dirigentes e funcionários superiores a ganhar centenas de milhares de contos. O projecto foi reduzir os sócios de mais de 100 mil para pouco mais de 30 mil, foi acabar com as modalidades amadoras, foi vender património, foram dezenas e dezenas de milhões de contos de prejuízo que não aparecem nos resultados, porque parte deles foram executados pelo Sporting. No caso da SAD deram-se informações falsas aos associados e à própria CMVM para a entrada na bolsa.

(...)

RECORD – Recordo-lhe que na altura da entrada de José Roquette foi dito por muitos elementos do universo leonino que o clube se encontrava em falência técnica. Lembra-se?
JOÃO ROCHA – Quando José Roquette entrou, o clube estava numa situação caótica, mas ele aceitou um passivo de 4 milhões de contos e, actualmente, ascende a 60 milhões de contos. É uma diferença enorme. Mas esse não é o grande problema. É preciso ter em conta os prejuízos, os quais foram colmatados com a venda de património e a reavaliação de todo o activo, incluindo jogadores. Esses prejuízos não foram contabilizados.

RECORD – Mas o clube também se valorizou patrimonialmente. Concorda?
JOÃO ROCHA – Fez-se a Academia e o estádio, mas nada disso é do Sporting. Mesmo que se venda aquilo que se está a propor vender, ainda vamos continuar a dever o estádio, que é fruto de compromissos com a banca e do contributo de alguns sócios que ajudaram em muitos milhares de contos, comprando lugares cativos."

Pelos vistos, eles tinham mesmo razão.
Numa altura em que o Sporting atravessa a sua pior crise desde a sua fundação, renova-se com um jogador por 8,5 milhões de euros, estoirando com o famoso tecto salarial. E o feliz contemplado a quem sairá o totoloto todos os meses acabará o contrato nos seus trintas. O que se poderá dizer da sua fome de títulos? Jejum não será, pois nunca ganhou nenhum.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Sondagem #1 - Ricardo Quaresma

A primeira sondagem do Futebol Pensado prende-se com a possível convocatória de Ricardo Quaresma para o Mundial da Alemanha.

É a primeira de muitas sondagens a realizar todas as terças-feiras - só é pena não permitir acentuação no Português.

Utilizem esta caixa de comentários para comentar os resultados, as respostas, e sugerir a pergunta da próxima semana.

Uma Shoutbox?

O Futebol Pensado orgulha-se de ser um dos poucos, senão o único, blog nacional de futebol com uma shoutbox (aquela janelita ali à direita).
Desta forma, a "conversa do dia" pode ser actualizada sem ser necessário recorrer a comentários (por vezes, torna-se difícil encontrar o fio à meada).

Para utilizar com o bom senso e o civismo que nos caracteriza :)

Jesus (é grande)


Lembrei-me ontem à tarde de escrever acerca do técnico da U. Leiria, Jorge Jesus – também gosto daquela do “Cavalo Branco”. Nada mais justo, aliás, depois das vitórias consecutivas convincentes na recepção ao Benfica (3-1) e na visita ao Nacional (4-1). Pois é, naquele post de dia 6 faltou mesmo um elogio mais que merecido a quem montou a estratégia (mea culpa, que por vezes penso demais das quatro linhas para dentro).

A verdade é que, neste preciso momento, e quando circulo no meu carro podre (uma avaria que me vai custar o coiro), ouço o homem do momento no noticiário desportivo da TSF. “Grande f.d.p.! Não é que me roubou a linha de raciocínio”.

“(...) de timbre exaltado” diz o locutor, antes de lançar o r.m.. O treinador fala, irado, “daqueles de casacos caros e bons diálogos” e contrapõe “com os bons resultados”. Mais nada! Deixa corado quem duvidou do seu valor, acredito que apenas por um preconceito estético primário. Realmente aquele cabelo, aquelas vestes, aquelas flash-interviews, os balanços a frio... não lembram ao Diabo (reparem que, respeitosamente, coloquei maiúscula, não vá um adepto do demo ficar ofendido!) devia ser irradiado!

Os nossos treinadores deviam ter todos sobretudos de marca, falinhas que derretem e uma bela pasta num cabelo fashion. Seriamos todos muito mais felizes: Carvalhal deixava de comentar na SportTV (passava a treinar o Benfica); Couceiro ainda treinava o FC Porto (o estilo há que ser proporcional ao posto); Paulo Bento fazia do Sporting campeão Europeu (mas há que ler mais poesia. O discurso já se torna entediante); Vítor Pontes treinava o V. Guimarães por muitos e bons anos (que assim seja); João Carlos Pereira pegava no Nacional e dava razão ao Rui Alves e, como corolário deste cenário perfeito, Luís Campos construía um Gil Vicente a lutar pelo título (ai construía, sim senhor!).

Os novos “Mourinhos”. Esses injustiçados que tanto já fizeram... e perderam!

P.S.: Já me esquecia! E ainda dávamos um apito ao Coroado que passava a arbitrar TODOS os jogos da Liga (e bem, desde que não trocassem as voltas ao homem a falarem um hispano-argentino).

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Menos verde para ganhar...


...ou acabou-se a esperança?

CAN 2006

Eu sei que este post vem tarde, mas neste espaço gostamos de respeitar aqueles que acumulam opiniões com o carácter informativo. O momento actual do futebol africano (leia-se qualidade) merecia este apontamento. Então lá vai:

1. O Egipto venceu em casa de forma justa. Mesmo com algumas benesses dos homens do apito, os anfitriões provaram o louvor que é ter um bom grupo, em detrimento da (quase) total dependência de um ou dois fenómenos – que, mais que nunca, comprovam hoje as qualidades do futebol made in África.
A vitória surgiu na lotaria dos penáltis, num bom retrato daquilo que foi a competitividade entre os melhores desta competição.

2. Sim, são fenómenos. Eto’o e Drogba surgem na primeira fila dos melhores do futebol mundial nas suas posições. Falta-lhes pouco para serem completos, mesmo que deixem que os dotes técnicos superiores fiquem para outros. Eles não estão lá para fintar, nem para passar e muito menos para defender. Os golos são como oxigénio e, diga-se, a este ritmo ainda estarão vivos lá para os 100 anos.

3. Atenção a esta Costa do Marfim no “Mundial”. Além do menino querido de José Mourinho há lá muito mais… e poucos não são de topo.
No ponto mais remoto temos uma África do Sul de futuro pouco optimista. Os mais novos são fracos e os mais velhos (ou experientes, se preferirem) querem pouco daquilo. A McCarthy só faltou mesmo cuspir ou amassar alguém de cotovelo para regressar mais cedo ao Porto.

3. Pobre Angola. Assim, vai ser difícil. Confesso que o sorteio para a Alemanha me entristeceu, já que me impediu de apoiar um país pelo qual tenho carinho (sei lá porquê se ainda nem sequer equacionei visitá-lo – talvez pelo Mantorras e pelo Akwá!). Mas também tenho de confessar que sou da opinião que se Portugal precisava de um opositor para começar a prova com o pé direito não poderia ter "escolhido" melhor.

Quanto às questões levantadas pelo Mantorras há pouco, ou nada, a dizer: o seleccionador Oliveira Martins venceu um campeonato africano de sub-20 e levou os “AA” a um Campeonato do Mundo – tudo inédito no futebol angolano. Este já provou poder mandar, mesmo que o povo não concorde: a receita resulta.

4. Apenas a grande estrela do Egipto, o jovem prodígio Mido – do Tottenham – se escusou a sair vencedor da competição, depois de uma atitude inexplicável aquando do jogo da meia-final frente ao Senegal. Só este fim-de-semana tive a oportunidade de ver as imagens da polémica substituição e consequente confronto entre o avançado e o seleccionador egípcio, em plena pista de tartan... e, pouco depois, os perturbados festejos do golo da vitória.

O homem até se pode escusar nos tenros 22 anos, mas a caricatura pintada perante um “Cairo” esgotadíssimo não foi mais que uma falta de respeito por treinador, colegas e povo – que estará a dar graças a Alá pelo “efeito-borracha” do título.

Pelo menos, que seja esta a única caricatura mal-feita (desnecessária, de ofensa gratuita) que se discuta, envergonhe e revolte, nos próximos tempos, as gentes daquela zona.

Benfica mantém-se na corrida


O campeão Benfica venceu o condenado Penafiel por 4-0. Um resultado demasiado para uma equipa simpática como a do Penafiel, que demonstrou aquilo que irá fazer até ao fim do campeonato: divertir-se a jogar à bola. Mesmo que seja no Estádio da Luz, com um público que não sabe se ama ou odeia a equipa, neste momento crítico de todas as competições em que está envolvida. Depois do empate para a Taça, havia que procurar um resultado moralizador e encontrar a equipa que se perdeu, com os reforços.

Com Nuno Gomes de fora do onze inicial (tal como Nélson), cabia a Karagounis a organização do jogo encarnado. Mostrou o empenho físico que pôde, e pediu a bola para os seus pés - que é o que faz melhor. No entanto, o grego não conseguiu dar seguimento aos bons minutos que efectuou contra o Nacional da Madeira, no jogo de quarta-feira.
Manduca passou ao lado do jogo. Não me lembro de ter visto o brasileiro ganhar um único lance de um contra um. O jogador deve ser um grande elemento nos treinos, já que não demonstra atributos durante os jogos... Koeman lá sabe o que faz.
Simão está offline. Não atina com um livre - mesmo com aqueles que ele tanto gosta, na boca da área. Os aplausos abafaram os apupos, mesmo assim. Pode ser que o golo que marcou lhe faça bem e, como consequência, suba o rendimento da equipa.
Laurent Robert mostra que veio apenas pelos bons lançamentos que faz, e pouco mais.

Com um Benfica carente de um organizador de jogo competente, foi um fantástico passe de Petit que abriu caminho para o golo de Geovanni. O soneca voltou a ser opção para a frente de ataque e marcou um daqueles golos... que já vi Nuno falhar tantas vezes.
Apesar do golo, Moretto estava a ser o melhor elemento do Benfica. O Penafiel causou muitos calafrios aos benfiquistas, no seguimento de cantos. O guarda-redes respondeu com muitas defesas de classe e instinto. Engrenou e aguentou, não acusando a boa exibição de Quim no jogo contra os insulares.

Um auto-golo depois, o Benfica volta a marcar. Um lance polémico, uma vez que estava um jogador duriense estendido no relvado. Os jogadores do Penafiel não repararam e seguiram com a bola; perderam-na e os benfiquistas prosseguiram - será que só há pulmões para se chamar os adversários e nunca para se chamar os colegas de equipa? De qualquer forma, o Penafiel não pode falar de falta de fair play. Basta recordar o episódio do jogador que requereu maca, para o transportar... um metro. Marcou Nuno Gomes, um jogador que esteve para nem jogar - a verdadeira peça chave deste Benfica 05/06, com uma atitude exemplar (à excepção de Braga) e uma classe muitas vezes pouco valorizada pelos adeptos do futebol. Devia ter a braçadeira no braço.



Segue-se agora o Vitória, o de Guimarães. O "ciclo terrível" não tem três jogos, tem dois. Não consigo perceber como é que tanta gente com voz na comunicação social classifica um jogo contra o penúltimo classificado (nem o é à condição, com um jogo a menos) como fazendo parte de um ciclo que incorpora jogos contra o Liverpool e o FC Porto. O Vitória é uma equipa estéril - tenho pena que desça apenas por causa da sua massa adepta. Senhores jornalistas, sejam coerentes: o "ciclo terrível" tem dois ou quatro jogos? É que os jogos do Benfica contra equipas em risco de descida já começaram domingo passado...

Numa altura em que equipas como Barcelona e Chelsea (ou Inter) interrompem os seus ciclos vitoriosos, entrando no que se costuma chamar de crise, a do Benfica parece ter sido superada com distinção. Manteve a distância que tem em relação ao líder e não descolou do Sporting - o de Braga deixou-se apagar por uma estrela que lhe roubou dois pontos, mas que podiam até ter sido três...

PS: grande jogo de Léo. Apesar de não ser muito veloz, corre até não poder mais e é útil nas jogadas que ajuda a construir. O penalty que sofreu e não foi assinalado "compensa" a mão de Anderson.

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Taça do Rei: Saragoça, 6 - Real Madrid, 1

O abate de um “gigante” deve ser sempre destacado, mesmo que, num determinado momento, o Golias esteja já a minguar. O futebol é cíclico e, nuns dias, o sucesso vai e vem ao sabor da(s) política(s) de contratações ou duma fornada de miúdos menos ou mais talentosos.

O Real Madrid viveu ontem o “seu” Pesadelo de Vigo, e até poderá hibernar, como todos os outros, à sombra de um qualquer outro “grande” durante uma década. Um dia vai-se erguer e ocupar o espaço devido. É esta a certeza que pode ter o verdadeiro gigante: que será sempre o maior.

Ontem, o Saragoça fez papel de David e acertou, em cheio, com seis pedradas – só de Diego Milito foram quatro. Mas, num amanhã próximo, não será de estranhar uma visita aragonesa até à 2.ª Divisão espanhola.

P.S.: Este é um post de (evidente) homenagem ao actual Benfica, depois da travessia no deserto a partir da segunda metade da década de 90.

Taça de Portugal (para Coimbra)

I have a dream,

Mas o meu não é de realização tão complexa quanto o do lutador Martin Luther King, nem sequer tem a ver com liberdades, justiças ou sociedades utópicas sustentadas no respeito mútuo. A mim basta que a Académica seja feliz nos próximos 180 minutos da Taça de Portugal e possa, finalmente, voltar a pisar o relvado do Jamor – o que não acontece há 37 anos.

A Briosa tem tradição na prova, não tivesse sido a vencedora da primeira edição, em 1939, numa jornada épica contra o Benfica (4-3).
Depois, seguiu-se uma espécie de malapata “encarnada” na Taça/Liga dos Campeões europeus, com a presença em mais três finais, que, por uma ou outra razão (e sobretudo pela qualidade dos adversários), terminaram sempre em lágrimas - em 1951 o Benfica não deu hipóteses (5-1); em 1967 o V. Setúbal foi mais forte, numa decisão com dois prolongamentos (3-2); e em 1969 tivemos azar, outra vez frente ao Benfica (2-1).

Todavia, é certo que a opinião é ainda hoje unânime em relação à final do ano-erótico: ganhámos tudo o que havia para ganhar, excepto um (simples) jogo de futebol. A contestação nas bancadas a peito aberto em plena crise estudantil de 69, cinco anos antes de uma pouco prevísivel liberdade, desafiando o regime da altura, não é mais que uma das páginas mais bonitas da história da instituição e nem sequer a derrota a consegue beliscar

Claro que eu para me recordar destes factos terei de ter nascido na década de 50. Não nasci. Mas cresci com aquelas imagens, explicadas depois pelos mais velhos. Talvez seja este um dos poucos episódios que confirmam o argumento que diz ser a Académica "um clube diferente" - epíteto comum de todos os emblemas, mas que normalmente têm pouco para contar.

Taça de Portugal: BENFICA-Nacional (5-3, após g.p.), SPORTING-Paredes (2-1), FC PORTO (isento), Desp. Aves-ACADÉMICA (1-2), Lixa-V. SETÚBAL (o-2), Est. Amadora-BOAVISTA (0-1), MARÍTIMO-Vila Meã (3-0) e V. GUIMARÃES-Oliveirense (2-0). Com mais ou menos suor, todos os favoritos passaram aos quartos-de-final.

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Fast Post #1


Ironicamente, o Sporting CP demonstrou ser o único candidato ao título que não tremeu quando podia perder tudo (no seu caso) ou marcar uma posição (nos casos do FC Porto e do SL Benfica).
Ventos de mudança?

Contra o FC Porto, o Braga foi inferior em tudo. Se um jogo "grande" servisse de exemplo para o resto da época, o Braga seria uma equipa completamente descabida das conversas de equipas com probabilidade de acabar em primeiro.
Mas também o seria o SL Benfica (por causa dos jogos contra os rivais da capital) e o FC Porto (por causa do FCP - SLB). Ou o Sporting, devido às miseráveis exibições que já efectuou.

O campeonato está ao rubro: portistas e benfiquistas estão num mau período (mas continuam na linha da frente); sportinguistas e bracarences ascendem ao segundo lugar, a cinco pontos do líder.
E vem aí o Boavistão...

Fast enough?

Craque em Leiria

O FUTEBOL PENSADO já dissecou o suficiente o U. Leiria–Benfica (3-1), mas falta ainda referir o que, além das irrisórias falhas benfiquistas, tanto no ataque como, e sobretudo, na defesa, esteve na base do triunfo leiriense. Do lado de lá esteve uma equipa com a lição bem estudada, sólida a defender – e que, quando falhou, contou com a habitual inspiração de Costinha frente aos “encarnados” – e mortífera a partir para o contra-ataque.

E desse lado, esteve também Fábio Felício, um jovem de apenas 23 anos que, a cada dia que passa, se torna numa das maiores promessas do futebol português. Criado nas escolas do Olhanense passou, depois, para o rival Farense, apanhando já a fase descendente do maior emblema do futebol algarvio. Quem ganhou foi a Académica, que, ao contrário de inúmeros exemplos, acertou em cheio com a contratação de um extremo-esquerdo desconhecido. Em Coimbra aprendeu a respirar o futebol profissional, rápido demais até, mudando-se época e meia depois para Leiria. Aí, “feito” jogador, vem assumindo verdadeiro protagonismo, suficiente para o fazer catapultar.

Portanto, o resultado de sábado, mais que satisfazer portistas e sportinguistas e a meia-dúzia dos adeptos do Leiria, pode (e deve) deixar satisfeitos alguns aficionados benfiquistas – aqueles que, realmente, acreditam no futebol. É que “nasceu” um novo craque…o que é preciso é iluminar-lhe o percurso.

P.S.: Esperamos, igualmente, que a exibição do avançado leiriense sirva para esclarecer os arquivos fotográficos do site Mais Futebol. Se bem que o Dionattan também jogou muito no último sábado.

JVP - para a história

Na sexta-feira à noite desloquei-me ao belíssimo Estádio do Bessa para assistir ao Boavista-Naval e pude, finalmente, recordar ao vivo – e reconfirmar, se é que ainda é preciso – a enorme categoria futebolística de João Vieira Pinto.
Após um percurso atribulado, o veterano jogador (até é estranho escrevê-lo), já com 34 anos, regressou à casa onde nasceu para o futebol profissional, mantendo uma frescura física e mental mais que suficientes para liderar uma equipa na luta por uma vaga nas competições europeias. E este Boavista, por muitos e difíceis adversários que encontre, pode, certamente, confiar numa segunda volta marcada pelo sucesso.
É certo que a JVP faltou a notoriedade de outros craques portugueses – como Figo, Rui Costa, Fernando Couto ou Paulo Sousa, só para mencionar alguns da sua geração – em palcos mais condizentes com as suas qualidades. É igualmente correcto recordar que aquela experiência no Atlético Madrileño (a equipa secundária do grande Atlético de Madrid), somente aos 18 anos, de um, recorde-se, pai adolescente (desde os 16), marcaria para sempre as suas opções, por vezes incompreensíveis perante tal assédio do abastado futebol europeu. Uma escolha que passou por cá e retirou capacidade aos mais desatentos para elogiar um dos grandes talentos da história do nosso futebol.

Campeão no Benfica e no Sporting e mais 81 jogos com a camisola da selecção nacional, onde marcou 23 golos.
De “menino d’ouro” a “grande artista”, adorado e odiado, como todos os que são bons; de ídolo a dispensado para o Benfica – o que bastava para aplicar uma bela pena perpétua a Vale e Azevedo –; de fiteiro a craque para o Sporting; ou da possibilidade de ser, à altura, na ressaca do 6-3 de 1994, a maior contratação de sempre do futebol mundial, num negócio de 5 milhões de contos (para o Liverpool). Brilha, agora, e ironicamente, no Porto.
E, caso se puxe pela memória, nos últimos 15 anos não deve ter havido nenhum português tão bom a pisar os relvados nacionais – nem mesmo o Figo, aquele do Sporting, ou o Rui costa, o que vestiu a camisola do Benfica.
De negativo, só mesmo a participação no Campeonato do Mundo de 2002, onde uma equipa, e tal como anunciava o passado do seleccionador, terminou desfeita num jogo de má memória contra a Coreia do Sul (0-1).
A agressão de João Vieira Pinto ao árbitro argentino Angel Sánchez mancha, mas não apaga uma carreira que, apesar de “curta”, foi brilhante.
P.S.: Na noite de sábado, e quando desfiava o meu rol de elogios ao jogador boavisteiro, na presença de um amigo afecto ao único “grande” onde JVP nunca jogou – e que por algumas vezes tramou –, foi-me dito que “se fosse assim tão bom alguém o teria vindo buscar”. Pois é, para esta afirmação só há mesmo uma resposta: O futebol tem destas coisas!

Nova desilusão para os benfiquistas; no entanto...

O resultado do SL Benfica - Sporting CP foi pesado. 3-1, contra os velhos rivais, pesam bastante. Koeman, conhecedor da forma de pensar dos jogadores, tentou motivá-los com uma conversa no treino que sucedeu a derrota frente aos verdes-e-brancos. A equipa não só havia perdido como também tinha jogado mal - anunciavam-se mudanças no onze inicial.
O jogo contra a Leiria estava à porta e era proibido perder mais pontos. Pouco antes de começar a partida, os jogadores sentiram a pressão da moralizadora vitória do Sporting sobre o Nacional da Madeira.



Sobre os pontos negativos
do jogo do SL Benfica, não me vou pronunciar, pois qualquer blog de futebol português há-de fazê-lo com maior precisão e experiência do que eu. Há aspectos positivos a realçar e explicações lógicas para um resultado tão avolumado.

O SL Benfica jogou bem, até sofrer o golo de João Paulo. Estava um jogo aberto, com a equipa de Lisboa a criar muitas oportunidades de golo. No entanto, depois da grande jogada individual do jogador da Leiria, tudo se complicou. A equipa leiriense fez o que lhe competia: fechar o seu jogo e repensar a sua estratégia para um contra-ataque que se revelaria mortífero.

Num lance perfeitamente controlado, Luisão recuou até ao tempo em que provocava cabelos brancos aos benfiquistas e deu uma fífia monumental. Quando o Benfica procurava o empate, o central brasileiro mata o jogo. Seria precisa uma enorme força mental para virar um jogo que se está a perder por dois golos, especialmente depois daquele lance.

O que fez Koeman? Arriscou. Tirou defesas e procurou a sua sorte com mais jogadores de características ofensivas. Costinha, o guarda-redes da União de Leiria, tinha "engrenado", pelo que iria ser muito difícil batê-lo - o jogo de fim da época passada ainda estava fresco na memória de muitos benfiquistas. Nestas ocasiões, jogadores como Azar Karadas são extremamente úteis, uma vez que permitem que a equipa faça um jogo mais directo, procurando o homem-alvo na área do adversário.
Quem não tem cão, caça com gato. Manduca marcou e mal pôde comemorar o seu primeiro golo de águia ao peito, pois a equipa ainda precisava de mais dois golos para cumprir o seu objectivo principal - a vitória.

Arriscar com tantos jogadores no ataque (ou tão poucos na defesa) é uma opção muito corajosa. Ou suicida, caso se queira atentar no jogador-chave dos contra-ataques leirienses. Maciel "está de volta" às grandes exibições (não ficou de fora por ilegais "acordos de cavalheiros") e mostrou-se letal. A sua rapidez potencia o contra-ataque de uma equipa de uma forma incrível. O jogador a quem um dia chamou de Ferrari esteve no lance do terceiro golo, esse último prego no caixão das esperanças encarnadas.

Nota positiva para Marcel, que se mostrou à vontade com os restantes companheiros. Não marcou, mas já mostrou um pouco daquilo que poderá fazer daqui em diante. Finalmente, Robert fez um jogo positivo, o que não deixa de ser um facto a assinalar. Apesar de jogar na direita, correu, cruzou, chutou... esteve em jogo, ao contrário dos restantes jogos em que tinha participado.
Ronald Koeman manteve a postura que o caracteriza, no fim do jogo - é um gentleman, como o seu antecessor o é. Há que saber perder com a mesma classe com que se ganha. Que não se verifiquem derrotas com a mesma frequência, note-se. Os benfiquistas querem ver a equipa a jogar bom futebol e a ganhar. Se não se puder jogar bom futebol, que se ganhe. Não podem é ter a memória curta e esquecer tudo aquilo de bom que vinham a dizer acerca dos jogadores, do treinador e da direcção do clube até há duas semanas atrás. Há que aprender a saber estar; o ano passado foi a lição número um, para quem esteve desatento.

O Benfica perdeu por três porque arriscou e porque teve (novamente) erros infantis a comprometerem o esforço da equipa. Algo mudou, desde o jogo contra o Sporting. Não chega - o Benfica não pode aspirar a ser campeão, se perde dois jogos de extrema importância, com um saldo negativo de quatro golos.
O jogo contra o Nacional, para a Taça de Portugal, assume uma importância extrema e um significado extra: para além de poder marcar um ponto de viragem, o Benfica vai encontrar um adversário que o Sporting CP acabou de derrotar. E isso significa muita coisa - vocês sabem do que estou a falar :)

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Conversas paralelas

O futebol português joga-se tempo demais fora das quatro linhas. A importância que se dá ao trabalho de bastidores é medida em excesso, tanto pelo adepto-comum como, e sobretudo, pela comunicação social (e não só a desportiva, quando o tema é mesmo quente). De tal forma, que o leitor ou espectador, quando atento às notícias de desporto, é capaz de já se sentir incompleto caso as questões passem apenas pelas opções táctico-técnicas do treinador ou por um simples resumo com golos.
A semana, essa, é preenchida – ou melhor, invadida – pelas picardias dos (tristes) “rostos” dos clubes, numa “guerra” onde quem ganha é quem fala por último – nem que o argumento passe de um enorme absurdo. Estes últimos dias são bem visíveis desta dura realidade, que, cada vez mais, surge na lista – liderada pelos preços dos bilhetes – das razões por que se deve assinar a Sport TV, ao invés de se apanhar frio ou calor num qualquer estádio de futebol.

1. Veiga (Benfica) e Pinto da Costa (Porto) deram um triste espectáculo na semana anterior. Como sempre a razão morre solteira, e até nas avaliações, de quem “bateu” mais em quem, a clubite impede retirar conclusões objectivas. Agora, quem perdeu isso é óbvio: os clubes! Mesmo considerando que os anos d’ouro do presidente do FCP estão ultrapassados (e sustento a minha avaliação apenas na vertiginosa queda da qualidade da ironia), não é demais afirmar que dispenso que a honra do meu clube seja defendida a tão baixo nível, com o desvendar de um rol de “podres” a superiorizar-se à ética desportiva. Nem que o guarda-redes se chamasse Michel Preud’Homme.

2. Rui Alves (Nacional) e Rui Meireles (Sporting) estão, definitivamente, de costas voltadas. O mesmo que é dizer, que o presidente insular ficará de mão estendida caso arrisque o cumprimento no próximo sábado. E tudo pelo avançado Adriano, que não seguiu para Alvalade porque, segundo Rui Alves, “o Sporting está a lutar pelos mesmos objectivos” do seu clube no campeonato. Até compreendo os dirigentes leoninos – o clube “verde-e-branco” merece mais respeito –, mas resposta, ao negar receber o Nacional de forma institucional, não é mais que o acrescentar de uma linha ao compêndio da falta de educação. Aqui, sentem-se mal os adeptos, ao verem os emblemas de que gostam a serem enxovalhados, uns por um individuo que dá o nome ao estádio (a exemplo do Avelino Ferreira Torres e do Sérgio Conceição) e outros por um que apareceu agora e que poucos conhecem (nem aqui, quanto mais na Madeira).

P.S.1: a moral que três pontos dão. É que não me recordo de reacções tão fortes aquando das declarações de Rui Alves. Ou estava distraído ou até houve quem concordasse com elas.

P.S.2: É uma contra-resposta do presidente madeirense para apimentar, mas não deixará de ter algum sentido. “Neste momento, e durante toda a época, o Sporting é concorrente directo do Nacional e só pessoas mal-intencionadas não percebem isso, pois o Nacional está à frente do Sporting há 19 jornadas”.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Inverno gela transferências... por ora - o Benfica

A época de transferências terminou. O SL Benfica contratou Laurent Robert (ex-Portsmouth, Newcastle United), Moretto (ex-Vitória de Setúbal), Marco Ferreira (jogador livre, depois de rescindir as suas ligações com FC Porto e Penafiel), Manduca (ex-Marítimo) e tem Marcel emprestado (!) pela Académica de Coimbra.

O guarda-redes menos batido da Europa, três jogadores para jogar nas zonas mais adiantadas das faixas laterais e um ponta-de-lança possante e goleador. Se se pode concordar que o SL Benfica colmatou bem algumas lacunas do plantel, noutras áreas tem agora um excedente de jogadores, continuando carenciado de um lateral esquerdo de raiz.

O plantel encarnado necessitava de um terceiro guarda-redes mais experiente e com mais qualidade do que Rui Nereu - que demonstrara ter pouca maturidade competitiva para o nível de jogos que o SL Benfica iria ter de realizar. Depois de uma boa exibição frente ao Vilarreal, em Espanha, o jovem guarda-redes dos bês demonstrou ainda não estar à altura do desafio; ao contrário de Moreira, que agarrou a oportunidade quando esta surgiu, há uns anos atrás.
Quim demorava a estar a recuperar a forma, consentindo golos que jamais sofreria, em condições normais (o jogo de Braga exemplifica-o). Não conseguia bater as bolas em condições e jogava em esforço - apreciado pela massa adepta vermelha-e-branca que, no entanto, desesperava por um guardião de confiança.

Resgatou-se Moretto das mãos do neo-rival FC Porto (que ainda não tem o peso histórico de uma rivalidade como aquela que o SL Benfica tem com os verdes do outro lado da Segunda Circular... nem de longe). Os azuis-e-brancos não necessitavam de mais um guarda-redes, mas precisavam de outra querela. Que perderam. O episódio da contratação do gigante brasileiro ficará para a História do futebol português, tendo envolvido cenas de chapadaria e all that paf. Moretto roubou a titularidade a Quim, o segundo keeper da Selecção, que tinha contribuido para a série de jogos que o SL Benfica vinha efectuando sem sofrer golos - paradoxalmente, Quim tomara o lugar de Moreira quando este tinha sofrido quatro golos no Restelo. Ao contrário do suplente de Ricardo na Selecção, Moretto está no coração dos benfiquistas pela forma como preferiu o clube da Luz ao Dragão. O que é a justiça no futebol?

Laurent Robert é um jogador de um enorme talento para quem os melhores momentos da carreira já passaram. Nitidamente na fase descendente da sua carreira, os benfiquistas depositam, mesmo assim, alguma expectativa em relação aquilo que o seu pé esquerdo possa fazer. Ao contrário do que havia apregoado acerca do ostracizado Karyaka, o gaulês tem o perfil para ocupar a posição de Simão, em campo - tanto mais não seja por revelar muita dificuldade para se adaptar ao lado direito do ataque.
Depois de uma exibição transparente no Estádio da Luz, marcou frente ao Tourizense, para a Taça de Portugal. Desde aí que Robert, que afirmou ter vindo para ser titular, tem passado ao lado dos jogos que disputou. Espera-se mais do extremo francês, mas ninguém ficará realmente surpreendido se resultar em flop.


No mesmo dia em que a dupla Vieira-Veiga apresentou Moretto, houve uma surpresa: Marco Ferreira. O extremo que Mourinho havia contratado para o FC Porto nunca singrou nos clubes por onde passou: Guimarães e Penafiel, tendo sido rejeitado por todos os treinadores que passaram pelo referido FC Porto, depois do actual treinador do Chelsea. Talvez se tenha tratado de uma forma de a Direcção encarnada atacar os seus homólogos do FC Porto - para apimentar mais as coisas, o jogador confessou ser benfiquista desde criança. Pelo excedente de jogadores a jogar nas extremas do terreno, Marco Ferreira deverá ser carta fora do baralho de Koeman - tanto, que foi preterido para a Champions. O jogador ainda não jogou regularmente, nem "entra" de forma regular. Estaria o Benfica a precaver a saída do seu novo menino-de-ouro, Simão Sabrosa? Se o menino sair, desta vez, vendam-no... sempre arrecadam uns trocos.

Manduca deixou o Marítimo, onde vinha rubricando excelentes e consistentes exibições, e mudou-se para a Luz. Enquanto é "fácil" ser-se o melhor numa equipa de menor dimensão, no SL Benfica os jogadores fazem parte do plantel por serem, à partida, melhores que a vulgaridade que abunda nos restantes campos nacionais. O jogador brasileiro, possuidor de um pé esquerdo que se destaca pela sua qualidade, terá de provar que merece um lugar na equipa de Koeman.
Já se chegou à conclusão que o esquerdino se adapta melhor ao lado esquerdo do ataque do que a jogar atrás do renascido Nuno Gomes. Mais um extremo? Ou será Manduca um jogador mais interior, um médio esquerdo? Confesso que não estou completamente a par das qualidades do jogador (apenas vi os resumos do Marítimo e os jogos contra os grandes), pelo que não estou em posição de afirmar, em definitivo, o que penso da contratação.
Jogando atrás do ponta-de-lança, Manduca passou ao lado do dérbi de Lisboa e poderá ter deixado passar a sua grande oportunidade de se afirmar perante Koeman e os adeptos. No entanto, o holandês já demonstrou ser mais teimoso que a massa associativa.


Depois de uma saída conturbada da Académica de Coimbra, Marcel chegou ao SL Benfica rotulado de goleador. Um goleador possante, que não precisa de grandes oportunidades para marcar. O jogador que deverá ser o apoio que se pede para Nuno Gomes. Talvez embalado pela forma como Moretto conquistou os benfiquistas, Marcel tentou cantar-lhes ao coração, dizendo que tinha o Benfica no pensamento... desde sempre.
Frente à União de Leiria, Marcel deverá estar na forma que se requer para mostrar os seus dotes. Se marcar, o brasileiro terá como concorrência na frente de ataque... Geovanni. Miccoli não brilha, não emagrece e não marca. O italiano deverá ser remetido para o banco de suplentes, a segunda casa de Pedro Mantorras.


O avançado angolano está numa fase da sua carreira em que pretende abdicar do seu contributo para a selecção dos palancas negros, de forma a afirmar-se perante o clube que o recuperou para o futebol. Mantorras está com uma atitude de "ou tudo, ou nada", querendo provar que consegue jogar um jogo inteiro, que pode ser útil, que não é uma carta fora do baralho... querendo dizer que está lá! Ao pensar assim, ou se afirma, de facto, ou quebra psicologicamente. Não sei o que será mais difícil - se a afirmação numa equipa que o tem vindo a encarar com pouca seriedade (Mantorras é o fintas que não tem um futebol objectivo, já não joga como antes, mas marca uns golos que dão jeito), se a quebra psicológica de um jogador que não quebrou após dois anos sem jogar, amparado em muletas.

Ficou por contratar um defesa-esquerdo. Com Manuel dos Santos de fora das contas de Ronald Koeman, Léo é o único defesa-esquerdo de raiz no plantel encarnado. O brasileiro ficou no banco contra o Sporting, o que representou mexidas de grande importância na defesa - um autêntico efeito-borboleta. Adaptou-se Nelson à esquerda (o fulgor inicial esvaneceu-se) e Alcides à direita. Se um jogo mau do cabo-verdiano resulta numa apatia ainda vai passando despercebida, já de um jogo mau de Alcides não se poderá dizer o mesmo. O Benfica-Sporting é uma amostra do pior que pode suceder aos encarnados num dia em que Alcides enfrenta jogadores com uma qualidade superior à média: Nelson desaparece e o brasileiro faz a direita da defesa um autêntico passador. Simão perde em apoio e fica impedido de apoiar os avançados - a sua missão principal. Lá atrás, Alcides explora limites desconhecidos da paciência dos seus colegas da defesa, enterrando-os em trabalhos imprevistos para evitar dissabores.


Não me esquecendo da excelente exibição que o jovem central rubricou perante os tenros bifes do Manchester United, na Luz, acho que Alcides deve permanecer como quarta opção para o centro da defesa. No entanto, João Pereira mudou-se para Barcelos e as opções "mais óbvias" começam a escassear, nas laterais mais recuadas.
Em última análise, será preferível ter o impetuoso Ricardo Rocha no lado esquerdo a ter o inconsequente Alcides na direita. Rocha deixa Nelson à direita e o Benfica fica a ganhar: os seus cruzamentos criam imenso perigo e servem bem os avançados. Para além de funcionar bem com qualquer extremo que esteja à direita.

O SL Benfica parte para a segunda volta do campeonato com um plantel que faz de Koeman o treinador encarnado com o melhor plantel da última década, para as bandas da Luz. Daí até se ter uma equipa campeã, é o que se verá.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Mercado de Inverno

O mercado de transferências de Inverno encerrou na última meia-noite, sem mudanças significativas nos plantéis das principais equipas do futebol português.
Aliás, e como nos anunciavam anos recentes, esta fase de contratações não é mais que um retrato sofrível da falta de argumentos das nossas equipas em convencerem os melhores (ou os bons, já para não ser tão exigente) a mudarem-se para o nosso lado.

Ao observar as transferências nesta recta final, guardo apenas o facto de não conhecer nenhum dos estreantes da Liga portuguesa – um brasileiro (para a U. Leiria), um argentino (para a Naval) e um nativo do… Benin (para o ex-Chumbita Resort, é claro) –, e os regressos de Hugo Costa (Braga) e do brasileiro André Barreto (Estrela da Amadora). Muito pouco para elevar a qualidade do nosso futebol…

Não posso, igualmente, deixar de recordar com saudade os anos em que, por aqui, jogavam os melhores portugueses (que são muitos, como se prova), a exemplo do que ainda acontece em Inglaterra – salve o efeito lusitano de Mourinho e o hispânico de Benitez – e em Itália.
Rendo-me às evidências de que caímos num ciclo temível, onde no balanço qualidade-custo quem perde é o mesmo de sempre: o adepto. Hoje, observo a debandada dos melhores jogadores portugueses por essa Europa fora e a chegada descontrolada de valores duvidosos vindos do outro lado do Atlântico. Enfim, agora sim compreendo o porquê de ter crescido a ouvir que, em linguagem futebolística, somos os brasileiros da Europa.

As saudades que tenho de esperar, em frente à TV, pelos jogos do Barcelona, Juventus, Dortmund ou Parma para, orgulhosamente, seguir quem era mesmo impossível de segurar.

P.S.: Gosto especialmente da política de contratações da U. Leiria. Aliás – e tal como acontece com o FC Porto em relação a Benfica e Sporting –, é sempre bom ter na região um olheiro de grande dimensão. Que o diga a ala esquerda leiriense, constituída por Tixier, Fábio Felício, Alhandra e, agora, pelo pretendido Hadson (irmão do craque Harison, aquele que aquando da passagem pelos sub-21 da “canarinha” chegou a relegar o Káká para... o banco de suplentes).