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sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Conversas paralelas

O futebol português joga-se tempo demais fora das quatro linhas. A importância que se dá ao trabalho de bastidores é medida em excesso, tanto pelo adepto-comum como, e sobretudo, pela comunicação social (e não só a desportiva, quando o tema é mesmo quente). De tal forma, que o leitor ou espectador, quando atento às notícias de desporto, é capaz de já se sentir incompleto caso as questões passem apenas pelas opções táctico-técnicas do treinador ou por um simples resumo com golos.
A semana, essa, é preenchida – ou melhor, invadida – pelas picardias dos (tristes) “rostos” dos clubes, numa “guerra” onde quem ganha é quem fala por último – nem que o argumento passe de um enorme absurdo. Estes últimos dias são bem visíveis desta dura realidade, que, cada vez mais, surge na lista – liderada pelos preços dos bilhetes – das razões por que se deve assinar a Sport TV, ao invés de se apanhar frio ou calor num qualquer estádio de futebol.

1. Veiga (Benfica) e Pinto da Costa (Porto) deram um triste espectáculo na semana anterior. Como sempre a razão morre solteira, e até nas avaliações, de quem “bateu” mais em quem, a clubite impede retirar conclusões objectivas. Agora, quem perdeu isso é óbvio: os clubes! Mesmo considerando que os anos d’ouro do presidente do FCP estão ultrapassados (e sustento a minha avaliação apenas na vertiginosa queda da qualidade da ironia), não é demais afirmar que dispenso que a honra do meu clube seja defendida a tão baixo nível, com o desvendar de um rol de “podres” a superiorizar-se à ética desportiva. Nem que o guarda-redes se chamasse Michel Preud’Homme.

2. Rui Alves (Nacional) e Rui Meireles (Sporting) estão, definitivamente, de costas voltadas. O mesmo que é dizer, que o presidente insular ficará de mão estendida caso arrisque o cumprimento no próximo sábado. E tudo pelo avançado Adriano, que não seguiu para Alvalade porque, segundo Rui Alves, “o Sporting está a lutar pelos mesmos objectivos” do seu clube no campeonato. Até compreendo os dirigentes leoninos – o clube “verde-e-branco” merece mais respeito –, mas resposta, ao negar receber o Nacional de forma institucional, não é mais que o acrescentar de uma linha ao compêndio da falta de educação. Aqui, sentem-se mal os adeptos, ao verem os emblemas de que gostam a serem enxovalhados, uns por um individuo que dá o nome ao estádio (a exemplo do Avelino Ferreira Torres e do Sérgio Conceição) e outros por um que apareceu agora e que poucos conhecem (nem aqui, quanto mais na Madeira).

P.S.1: a moral que três pontos dão. É que não me recordo de reacções tão fortes aquando das declarações de Rui Alves. Ou estava distraído ou até houve quem concordasse com elas.

P.S.2: É uma contra-resposta do presidente madeirense para apimentar, mas não deixará de ter algum sentido. “Neste momento, e durante toda a época, o Sporting é concorrente directo do Nacional e só pessoas mal-intencionadas não percebem isso, pois o Nacional está à frente do Sporting há 19 jornadas”.

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