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segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Nova desilusão para os benfiquistas; no entanto...

O resultado do SL Benfica - Sporting CP foi pesado. 3-1, contra os velhos rivais, pesam bastante. Koeman, conhecedor da forma de pensar dos jogadores, tentou motivá-los com uma conversa no treino que sucedeu a derrota frente aos verdes-e-brancos. A equipa não só havia perdido como também tinha jogado mal - anunciavam-se mudanças no onze inicial.
O jogo contra a Leiria estava à porta e era proibido perder mais pontos. Pouco antes de começar a partida, os jogadores sentiram a pressão da moralizadora vitória do Sporting sobre o Nacional da Madeira.



Sobre os pontos negativos
do jogo do SL Benfica, não me vou pronunciar, pois qualquer blog de futebol português há-de fazê-lo com maior precisão e experiência do que eu. Há aspectos positivos a realçar e explicações lógicas para um resultado tão avolumado.

O SL Benfica jogou bem, até sofrer o golo de João Paulo. Estava um jogo aberto, com a equipa de Lisboa a criar muitas oportunidades de golo. No entanto, depois da grande jogada individual do jogador da Leiria, tudo se complicou. A equipa leiriense fez o que lhe competia: fechar o seu jogo e repensar a sua estratégia para um contra-ataque que se revelaria mortífero.

Num lance perfeitamente controlado, Luisão recuou até ao tempo em que provocava cabelos brancos aos benfiquistas e deu uma fífia monumental. Quando o Benfica procurava o empate, o central brasileiro mata o jogo. Seria precisa uma enorme força mental para virar um jogo que se está a perder por dois golos, especialmente depois daquele lance.

O que fez Koeman? Arriscou. Tirou defesas e procurou a sua sorte com mais jogadores de características ofensivas. Costinha, o guarda-redes da União de Leiria, tinha "engrenado", pelo que iria ser muito difícil batê-lo - o jogo de fim da época passada ainda estava fresco na memória de muitos benfiquistas. Nestas ocasiões, jogadores como Azar Karadas são extremamente úteis, uma vez que permitem que a equipa faça um jogo mais directo, procurando o homem-alvo na área do adversário.
Quem não tem cão, caça com gato. Manduca marcou e mal pôde comemorar o seu primeiro golo de águia ao peito, pois a equipa ainda precisava de mais dois golos para cumprir o seu objectivo principal - a vitória.

Arriscar com tantos jogadores no ataque (ou tão poucos na defesa) é uma opção muito corajosa. Ou suicida, caso se queira atentar no jogador-chave dos contra-ataques leirienses. Maciel "está de volta" às grandes exibições (não ficou de fora por ilegais "acordos de cavalheiros") e mostrou-se letal. A sua rapidez potencia o contra-ataque de uma equipa de uma forma incrível. O jogador a quem um dia chamou de Ferrari esteve no lance do terceiro golo, esse último prego no caixão das esperanças encarnadas.

Nota positiva para Marcel, que se mostrou à vontade com os restantes companheiros. Não marcou, mas já mostrou um pouco daquilo que poderá fazer daqui em diante. Finalmente, Robert fez um jogo positivo, o que não deixa de ser um facto a assinalar. Apesar de jogar na direita, correu, cruzou, chutou... esteve em jogo, ao contrário dos restantes jogos em que tinha participado.
Ronald Koeman manteve a postura que o caracteriza, no fim do jogo - é um gentleman, como o seu antecessor o é. Há que saber perder com a mesma classe com que se ganha. Que não se verifiquem derrotas com a mesma frequência, note-se. Os benfiquistas querem ver a equipa a jogar bom futebol e a ganhar. Se não se puder jogar bom futebol, que se ganhe. Não podem é ter a memória curta e esquecer tudo aquilo de bom que vinham a dizer acerca dos jogadores, do treinador e da direcção do clube até há duas semanas atrás. Há que aprender a saber estar; o ano passado foi a lição número um, para quem esteve desatento.

O Benfica perdeu por três porque arriscou e porque teve (novamente) erros infantis a comprometerem o esforço da equipa. Algo mudou, desde o jogo contra o Sporting. Não chega - o Benfica não pode aspirar a ser campeão, se perde dois jogos de extrema importância, com um saldo negativo de quatro golos.
O jogo contra o Nacional, para a Taça de Portugal, assume uma importância extrema e um significado extra: para além de poder marcar um ponto de viragem, o Benfica vai encontrar um adversário que o Sporting CP acabou de derrotar. E isso significa muita coisa - vocês sabem do que estou a falar :)

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