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quarta-feira, agosto 30, 2006

Viagem ao Bonfim

É óbvio que nem só as férias justificam a minha parca participação recente no blog, mas, compreendam, que, após uma pré-época onde a nossa equipa está uma dezena de jogos sem vencer, um adepto tem de se proteger das conversas sobre bola – no trabalho, nos café ou em qualquer blog!

Estava à espera, para já, que a Académica conquistasse atributos indispensáveis para enfrentar a competitividade – relativa, diga-se! – da nossa Liga, mas, desafiado pelo Mustaine, e uma vez que dispensei meia-horita de algo menos importante – o que interessa que o SAP da Mealhada vá fechar –, tentarei fazer a minha análise breve do que se passou no Bonfim.

Roberto Brum

Claro que o carácter precoce das conclusões dificulta, e muito, a análise, sobretudo se tivermos em conta que, e tal como já referiu, por diversas vezes, o técnico Manuel Machado, a equipa da Briosa vive em construção, com incontáveis caras novas, em busca de um sentido colectivo. Sobretudo por esta última razão, o primeiro terço de campeonato será de dificuldades acrescidas para os conimbricenses, por isso, qualquer empate fora de portas nesta fase - para mais frente a um V. Setúbal que, embora vulgar, é maduro e vai, certamente, navegar tranquilo - é bastante positivo.

Ainda falta evoluir tanto! Mas como se pode exigir, neste momento, algo mais a não ser pontos, que, e tal como esperam todos os académicos, se aguardam para um campeonato sem os sobressaltos dos anteriores.
Claro que já há quem dê garantias, aqueles que, acima de tudo, nunca enganaram, nem nos momentos mais turbulentos de uma pré-temporada desportivamente negativa: Pedro Roma, Roberto Brum e, principalmente, Hélder Barbosa – que, ou muito me engano, deverá rapidamente abandonar o epíteto de “esperança do futebol português”.

Hélder Barbosa

(Notas)
Roberto Brum “encheu”, mais uma vez, o campo. É um jogador que caberia no plantel de qualquer “grande” do futebol nacional, onde seria, nalguns casos – no meu, em particular! –, titular indiscutível (qual Katsouranis, qual quê!). Despede-se da Briosa com a mesma atitude, dentro das quatro linhas, de sempre!

O melhor golo da jornada é de um miúdo considerado, há anos, como um prodígio da bola, tendo, inclusive, arrecadado um “dragão de ouro” com apenas 15 anos. Se era preciso provas, Hélder Barbosa confirmou, outra vez, que o talento não se mede, nem por metros, nem pelos dados do B.I.

Duas estreias absolutas, dois jovens atirados aos leões – ou aos golfinhos, ou lá o que são! –, Pavlovic e Miguel Pedro, sem sequer terem realizado um particular. Deram o que puderam, sem a frescura física indispensável e o nervosismo miudinho (ou acentuadinho) habitual.

As condições do Estádio do Bonfim, para adeptos e comunicação social, são, no mínimo, surreais. Já estive em muitos estádios e, compreendo, que nem todos puderam ser bafejados pelos euros provenientes do projecto Euro 2004. Ainda assim, há situações inadmissíveis e o caso do Bonfim é gritante – superando, negativamente, o péssimo equipamento que o E. Amadora oferece aos espectadores.

O António

Este último ponto pouco ou nada tem a ver com futebol (a foto é elucidativa), uma vez que mencionarei duas personagens que, só por acidente, fazem parte do cenário futebolístico português: Moretto e Toy. Dois espectadores atentos, adeptos fervorosos da equipa da casa com quem me cruzei pelos exíguos corredores do Bonfim.
O guarda-redes do Benfica deparou-se comigo, olhos nos olhos, e, nem sei porquê, fixou-me lá do alto, enquanto eu falava ao telemóvel, para aí uns bons 10 segundos. Só tenho duas explicações: ou esperava que eu me curvasse perante tão distinta presença, o que, obviamente não aconteceu ou, apesar de inconscientemente, pensei em voz alta e ele deparou-se com um berro do género “como é que o Benfica pode sofrer um golo assim em Paços de Ferreira”.
Já o cantor notabilizado, deparou-se comigo ao intervalo pedindo, simpáticamente, licença para passar. Tentei desviar-me o mais que podia, juro, mas ainda lhe toquei com o ombro, facto que, imediatamente, me motivou graves sintomas: dez minutos a cantarolar o “Chama o António” – até ao golo do Nandinho – e uma imagem persistente na minha mente: Sérgio Conceição (meu Deus, o horror, o horror!).

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