
Hoje, o Benfica mostrou ser o único "grande" a saber ganhar ao Leixões, em casa.
«É verdade. O problema era eu. Qualidade eu tenho, já o demonstrei. Tenho qualidade para jogar na Juventus, melhor até do que tenho feito. Tive de colocar as ideias no lugar e mostrar ao treinador que tinha qualidade para jogar como ele quer.
Estava convencido que era titular, e falhei. Depois percebi o problema, na minha cabeça. Pensava que era a primeira escolha, e que a Juventus estava moldada à minha imagem. Errado. Fui eu que tive de me moldar à Juventus e ao treinador».
Tiago (ex-Benfica, ex-Chelsea, ex-Lyon, Juventus), um tipo que andou "full-of-himself" durante uns valentes tempos, acordou para a vida.
Admitir que o mal estava em si, diga-se, é de Homem.
«Porque o árbitro se encontrava bem colocado e perto, cerca de 3/4 metros, e foi peremptório a assinalar a grande penalidade, aliado ao facto de não terem existido protestos de jogadores da equipa penalizada, que aceitaram pacificamente a decisão, com excepção do faltoso, único a esboçar contrariedade, damos-lhe o benefício da dúvida.»Se isto é critério, está tudo dito. Mais vale atirar com uma chuteira ao árbitro, seus patos...
- Relatório do observador de Pedro Proença
«RECEBI inúmeras mensagens de gente genuinamente impressionada por eu ter previsto aqui, na véspera do Porto-Benfica, que a arbitragem de Pedro Proença seria o que veio a ser. Eu gosto muito de impressionar pessoas, mas devo confessar que, neste caso, não tenho qualquer mérito. O que se passou no Estádio do Dragão é exactamente o que se passa todos os anos. É como prever que este ano vai haver Natal em Dezembro. Não tem dificuldade nenhuma. De facto, assistir ao Porto-Benfica é ver o mesmo filme todos os anos. Há alturas do ano em que a televisão transmite sempre os mesmos filmes: é a Música no Coração no Natal, o Ben Hur na Páscoa e o Porto-Benfica a meio da época: já toda a gente sabe como é que aquilo acaba. A única coisa que vai mudando são os protagonistas. Este ano, Yebda desempenhou um papel que já foi de Kandaurov, Amaral, João Pinto, Éder e muitos outros. Não se pode dizer que seja um papel difícil de desempenhar. Na maior parte das vezes, basta estar quieto. Não é preciso fazer mesmo nada.
Na véspera do jogo, Pedro Proença disse que pretendia dignificar a arbitragem portuguesa - e fê-lo. Se tivesse dito apenas que queria dignificar a arbitragem, teria falhado. O que ele fez não tem nada a ver com arbitragem. Mas a arbitragem portuguesa é exactamente aquilo.
Quando se comete um crime, convém que haja o menor número de testemunhas possível. Talvez por isso, a organização do Porto-Benfica retardou ao máximo a entrada no estádio dos adeptos do Benfica. Alguns chegaram horas antes do jogo e só conseguiram entrar ao intervalo. O Porto disse que a responsabilidade era da polícia, mas o director nacional da PSP culpou o Porto por não ter disponibilizado assistentes de recintos desportivos suficientes. É óbvio que este director nacional da polícia não tem irmãos futebolistas. Eu ainda me lembro daquela escuta telefónica em que Pinto da Costa manifesta intenção de contratar o irmão de um comissário de polícia de Gaia para o colocar a rodar num clube dos escalões inferiores porque agente de autoridade daquela categoria «dá sempre jeito». Um director nacional dá mais jeito ainda, mas este, se calhar, só tem irmãs, e o Porto não deve ter futebol feminino.
Alguns benfiquistas manifestam alguma perplexidade sempre que eu me refiro ao estádio do Porto com o nome que lhe foi dado pelo clube nortenho: Estádio do Dragão. Dizem que eu não devia ceder à designação oficial, que não é merecedora da nossa aprovação. Discordo. Quanto mais gente chamar aquele recinto pelo nome, melhor. É muito apropriado ao sítio, na medida em que o dragão é como a maioria das grandes penalidades assinaladas a favor do Porto ali: na realidade, não existe. Mais: é importante não esquecer que S. Jorge matou um dragão. Trata-se de um indivíduo que era santo, notem. E, mesmo assim, o animal deu-lhe cabo da paciência a ponto de levar o homem a matá-lo. É capaz de ser exactamente por isso que o beatificaram, aliás.»
- Ricardo Araújo Pereira, n'A BOLA.
Relação confirma arquivamento do "caso da fruta" - Record
Mais uma vitória para o FCP, fora dos relvados, como é habitual.
A descobrir-se um talento mediano (daqueles que se vendem por exorbitâncias como 3 ou 4 milhões de euros), a despesa está paga; em caso de se descobrir um futebolista de excepção (o último sul-africano de que me recordo é mesmo Benni McCarthy...), é o jackpot. Quando se vê dinheiro a ser esbanjado em jogadores medíocres como Rodrigo Tiuí, Ronnie e afins, esta jogada poderá ser tudo menos censurável - o tempo dirá, já com Soares Franco fora do cenário.
"Dunga diz à Fiorentina para contratar Luisão - A BolaPermitimos um golo num lance de bola parada.Ia jurar que o FCP ainda não tinha marcado senão de penalty, contra o Benfica, em toda a época...
- Lucho Gonzales
Momento mais complicado:Resumindo, neste painel de ex-árbitros de O JOGO (que vêem e revêem o jogo pela TV, ao contrário do árbitro e respectivo observador) é unânime a opinião de que o Benfica foi prejudicado no lance capital do jogo (penalty sobre Lisandro). No outro caso do jogo, há margem para dúvidas, pelo que se aceita que não se tenha marcado nada...
70' Penálti a favor do FC Porto: decisão correcta? Yebda faz falta sobre Lisandro na área?
Jorge Coroado
No critério do árbitro, claro que sim. Mas objectivamente foi uma decisão precipitada e errada, pois Lisandro é que se fez à falta, justificando assim cartão amarelo e livre indirecto contra a sua equipa e não a grande penalidade conquistada.
Rosa Santos
Parece que Yebda toca com o braço em Lisandro, mas não vejo que haja intensidade suficiente para que o árbitro assinalasse grande penalidade. E, além disso, o francês não toca com a perna no seu adversário.
Em resumo, não encontro motivos para se considerar castigo máximo.
António Rola
Não. Yebda não tocou em Lisandro. O árbitro devia exibir cartão amarelo ao jogador do FC Porto por simulação e não grande penalidade contra o Benfica, pois
Assim, cometeu um erro grave com influência no resultado.
Outros casos
18' Há grande penalidade no contacto entre Reyes e Lucho na grande área do Benfica?
Jorge Coroado
Reyes pisou e prendeu o pé direito de Lucho, fazendo penálti. O médio portista não foi artista, procurando jogar a bola e não ficar no solo como outro faria. Nas grandes penalidades não há lei da vantagem.
Rosa Santos
Aqui sim. O árbitro deveria ter marcado penálti, atendendo a que houve contacto. É verdade que o jogador do FC Porto não caiu, mas nas grandes penalidades não se dá lei da vantagem. Erro grave.
António Rola
Lucho sofreu um ligeiro toque no pé, desequilibrando-o. No entanto, não o impediu de continuar com a bola e em perfeitas condições de a jogar. Concordo com a decisão do árbitro ao nada assinalar.
in O JOGO
DIFICILMENTE haverá jogador mais desconcertante em Portugal (no Mundo?) do que Pedro Mantorras. O nome de Mantorras tornou-se uma piada na boca dos nossos adversários. Uma piada que provoca um riso alvar, como costuma ser o riso dos nossos adversários, mas que é feito sobretudo de alívio: eles viram que jogador era Mantorras, e agradecem à Providência as lesões que o têm impedido de continuar a sê-lo. Volta e meia sobressaltam-se, como no último campeonato ganho pelo Benfica, em que Mantorras arriscou ser melhor marcador da Liga a jogar apenas 10 minutos de cada vez. Este ano, em 15 jornadas, Mantorras tinha sido convocado apenas por uma vez, e não tinha jogado nem um minuto. Ontem, jogou 24 minutos e ao fim de 3 marcou um golo. Como explicar que um jogador de quem se diz que tem graves limitações físicas sobressaia num terreno em que os mais aptos parecem precisar de um escafandro para escapar do afogamento? Não sei, mas os nossos adversários cada vez riem menos. Eu, que vi a rotação do Mantorras completamente assente nos joelhos, que fizeram o serviço muito bem, e o pontapé com a perna direita, que não coxeou nem uma vez, encontro-me na posição estranha de estar a rir-me sozinho. E isso, nas vésperas do Porto-Benfica, é muito bonito.
Dificilmente haverá jogador mais desconcertante em Portugal (no Mundo?) do que Katsouranis. Como é costume, a Liga de Clubes estreou um novo tipo de punição com o Benfica. Katsouranis foi castigado por palavras proferidas numa entrevista. Há-de chegar o dia em que um jogador do Benfica será castigado pelo que desabafou com a mulher, ao chegar a casa, ou pelo que disse aos amigos, na mesa do café, ou pelo que confiou ao padre, no confessionário. Segundo os critérios da Liga, que aplicou um jogo de castigo a Katsouranis e, até agora, nenhum a Bruno Alves, no futebol português a língua é mais perigosa do que o cotovelo.
Dificilmente haverá jogador mais desconcertante em Portugal (no Mundo?) do que Pelé. No Verão, chegou ao Porto incluído no negócio de Quaresma. Vinha avaliado em seis milhões de euros e referiu-se várias vezes que tinha estado nas camadas jovens do Benfica, de onde tinha sido dispensado. Quatro meses depois, foi emprestado ao 15.º classificado do campeonato inglês. Desta vez, não se fez qualquer referência ao facto de ser um jogador avaliado em seis milhões de euros, e ninguém lembrou que se trata do mesmo atleta que foi dispensado pelo Benfica quando tinha 17 anos.
Dificilmente haverá jogador mais desconcertante em Portugal (no Mundo?) do que Andrés Madrid. Em 15 jornadas ao serviço do Braga, foi por cinco vezes suplente não utilizado e uma vez titular. Nas restantes, nem sequer foi convocado. Acaba de ser contratado pelo Porto por empréstimo. O Benfica tem um jogador emprestado. Pertence ao primeiro classificado do campeonato italiano. O Porto tem um jogador emprestado. Pertence ao sexto classificado do campeonato português. Dizem-me que tudo isto é normalíssimo, e eu acredito.