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quinta-feira, abril 06, 2006

Barcelona, 2 Benfica, 0 - fora da Liga dos Campeões

Agora que a frustração começa a passar e como sempre detestei vitimizações acho que chegou a hora de uma análise pessoal (penso já estar em condições de a fazer, uma vez que os últimos anos me ensinaram a lidar com as desilusões) ao que ontem se passou, de bom e de mau – sim, há ilações positivas a retirar –, em Barcelona.

OS MENOS
Benfica.
Perdemos. Fomos eliminados. Quanto à justiça deste desfecho, e mesmo que o nosso benfiquismo ou, quero acreditar, nacionalismo nos possa toldar as opiniões, penso que ninguém discorda que eles, os catalães, foram melhores ao longo dos 180 minutos da eliminatória.
Jogámos contra a melhor equipa do mundo, dizem alguns. Desculpa de mau pagador! Então os melhores do mundo não somos nós! (quero mais…., quero mais…)

Meio-campo.

Não percebo o que ontem falhou, ao ponto de, ao invés de “comermos” a relva, andarmos tão passivos pelo campo, nada agressivos. A 1.ª parte chega a ser confrangedora, principalmente para quem precisava de ter a bola nos pés para travar o talento adversário.
Petit, Beto e Manuel Fernandes (apesar do papel deste último nos permitir ser mais condescendentes) conseguiram destacar-se pela negativa. Mal a defender, pior a sair para o ataque. Pobre Miccoli, perdido lá na frente.

Simão Sabrosa.

Não vi o “capitão correr no Restelo. Andou parado, a jogar no quadrado, durante toda a 2.ª parte. Na altura disse: “Calma, vem aí o Barca”. Agora digo: “CORRE, porra!”

Ronald Koeman. É fácil imputar culpas ao treinador na hora da derrota, mas o que é que se pode dizer sobre quem teima em apostar em jogadores (e nem vale a pena referi-los) sem qualidade ou, no mínimo, características para actuar em determinados desafios. Depois, tarda em reagir desde o “banco”. É a imagem da falta de ambição e coragem do Benfica que, ontem, pisou o Camp Nou.
E parece que teremos de levar com ele um anito mais…

UEFA.
É certo e sabido que o emblema de Barcelona garante mais crédito (e dinheiro) à prova. O Benfica, muito devido ao peso do nosso país no panorama desportivo europeu, perde em força para os restantes membros de um futebol enriquecido, mais interessado no andamento da caixa registadora do que em resultados desportivos. Agora, os senhores da UEFA levarem as (possíveis) frustrações para dentro do campo, prejudicando quem gasta o seu quinhão de riqueza e gozando com milhões de adeptos, ainda por cima afectos ao vice-campeão da Europa de selecções, é que já é demais.
Este critério na hora dos penáltis (o de Motta, em Lisboa, e o de Petit, em Barcelona), ambos claríssimos, merecia uma posição dura por parte dos responsáveis pelo futebol português (em vez de andarem às turras, para ver qual das duas insitituições é a menos má).

OS MAIS
Benfica.
Não, não me enganei. Na minha opinião, o Benfica esteve ontem bem a uma escala institucional. Não levou sete como pensavam alguns ou como gostariam outros; não foi trucidado, humilhado, nem sequer goleado. Manteve a eliminatória em aberto até aos 178 minutos e falhou, muito por demérito de certas pedras-chave, desta vez em noite menos feliz.
Reforçou o estatuto na Europa do futebol e, acredito, deu mais um passo (sólido) rumo ao lugar que já foi dele.

Moretto.
“Vilão ou Herói?”, perguntavam uns! “Erros grosseiros”, diziam outros! “Nota 6 (de 0 a 10)”, escreviam os iluminados! É ele quem sai mais forte, no meio do turbilhão de críticas, ao realizar, no “inferno” de Camp Nou, a exibição mais segura com a camisola do Benfica. O seu estatuto sai reforçado, por entre colegas, adeptos e jornalistas – já que os outros restantes (técnicos e dirigentes) o defenderam –, com uma boa exibição individual, coroada com aquela grande-penalidade defendida. Por momentos, foi ele quem parou Ronaldinho!

Adeptos. Razão tem aquele que, ao comparar patrimónios, refere o universo benfiquista como a mais valia deste clube. Vale a pena dizer mais alguma coisa: ontem eram 6 mil, a puxar, a berrar, a gritar, até a suar mais que alguns dentro das quatro linhas.
Há quem diga que são 6 milhões! Há quem goze com esta afirmação! Concluo que, se existem 15 milhões de portugueses (com os 5 milhões de emigrantes), essa dos 6 milhões de apoiantes é mesmo para rir!

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