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quinta-feira, março 09, 2006

Miccoli chegou aos pedais!



O Benfica eliminou o campeão europeu (e, para alguns iluminados, o campeão do mundo).

Dois golos arrumaram a equipa de Gerrard - que jogou de início, tentando municiar da melhor forma os dois avançados dos reds. De facto, o médio internacional inglês acrescenta muita qualidade à equipa de Liverpool, que teve mais oportunidades nos primeiros minutos desta segunda mão do que em todo o jogo efectuado em Portugal.

No entanto, os avançados ingleses não tiveram arte para bater uma defesa em que até Moretto jogou bem. Parece que o brasileiro prefere encaixar umas boas bolas antes de rubricar excelentes exibições, tal como sucedia em Setúbal. Os centrais secaram os lances de maior perigo - a habitual classe de Luisão e o estilo correcto e pouco comprometedor de Anderson também ajudaram.

Beto e Manuel Fernandes não tiveram mãos a medir. Sem o influente Petit - um dos capitães do Benfica -, conseguiram fazer as compensações e os cortes que o jogo requeria. Manuel Fernandes foi o melhor distribuidor de jogo do Benfica, até entrar Karagounis. Finalmente, o jovem centro-campista do Benfica parece ter começado a reduzir o número de passes falhados que caracterizavam as suas exibições.

Nas alas, Simão voltou a marcar um grande golo, enquanto Robert andou em campo à espera do livre que não surgiu porque o Benfica não atacava de forma a jogar instalado no meio campo do adversário. Simão comemorou o seu golo memorável com Miccoli - a equipa corre com o capitão, nos seus golos "ingleses", o que se tornou uma imagem de marca deste Benfica europeu.

Mérito para Geovanni, que roubou a bola para a Nuno Gomes assistir Simão. Apesar de não ter marcado nenhum golo, Nuno Gomes tentou sempre incomodar os defesas ingleses, o que não foi tarefa fácil para uma equipa que estava a jogar em contra-ataque. No único lance em que podia ter seguido isolado, levou cartão amarelo por... "estar em jogo".
Esteve mal, a equipa de arbitragem, tal como esteve no lance em que Geovanni corria sozinho e foi "varrido" por um inglês, que só não foi expulso porque foi assinalado mais um fora-de-jogo inexistente. Nesse momento, recordei-me de um lance parecido, ocorrido no Benfica - Manchester United e temi o pior.



Ricardo Rocha entrou para o lado esquerdo, dando descanso a um Léo que fora promovido a médio-esquerdo. Saíu Robert, que não teve a sua oportunidade. Karagounis tentou praticar um futebol pensado, mas nem por isso o Benfica deixou de jogar à espera do erro do adversário para se lançar em manobras de contra-ataque. No entanto, a intensidade do ataque britânico dissipara-se e o Benfica finalmente pegou no jogo.

O golo de Miccoli, após cruzamento de Beto (!), foi fantástico. Não sei se o rapaz quis realmente levantar a bola, após tamanha tacada do mal-amado brasileiro, mas a verdade é que o pontapé de bicicleta já vinha sendo um mimo que o italiano vinha a esbanjar nos treinos.

O Benfica tem jogadores suficientes para disputar as três competições em que está envolvido. Não sei é se terá uma equipa, ou várias, com a qualidade suficiente para ganhar os troféus.

Portugal torceu pelo Benfica - nem que tenha sido pelo facto de a vitória representar um calendário mais apertado para os campeões nacionais.

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