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quinta-feira, março 16, 2006

Rescaldo #2

É estranho como o adepto de futebol consegue ser tão injusto. Apesar de nunca ter ganho ao Benfica, pode-se comparar o sucesso da Naval aos que o campeão nacional tem vindo a ter na Europa. Talvez seja mais fácil jogar um futebol de contenção e jogar no contra-ataque, ganhando um pontinho, do que realmente tentar disputar o jogo de forma (que acaba por ser suicida), só para no fim do jogo o treinador sair de cabeça levantada, apesar de vergado à sua insignificância. Fez bem o treinador da Naval frente ao Benfica, como bem fez Koeman perante Sir Alex e Rafael Benitez. This is football.

Em relação ao jogo, o resultado acaba por ser justo, nem que seja para castigar a atitude dos jogadores do Benfica durante a primeira parte: lentos, a viver dos créditos amealhados em Anfield, e à espera que o golo surgisse mais cedo ou mais tarde. Koeman analisara o jogo contra o Liverpool, dizendo que a equipa ficou mentalmente perturbada por não conseguir marcar cedo, o que afectou o seu modo de jogar. Pois bem, a história repetiu-se.

Perante uma assistência realmente fantástica, o treinador holandês colocou os três centrais de que dispunha a jogar de início. Sem Luisão, Ricardo Rocha ocupou a vaga no eixo central da defesa, permanecendo Alcides à direita. Talvez tivesse sido mais sensato colocar Nelson de início, só por precaução.
Contra uma equipa que luta para sobreviver, dois médios defensivos. A explicação que encontro é o facto de Karagounis ainda não estar em condições, não podendo jogar de início (no entanto, fez a segunda parte quase toda). Então e Karyaka? Com Manuel Fernandes a ocupar sozinho o meio campo e Karyaka ou Karagounis pela frente, Nuno Gomes poderia ocupar a sua posição "real".

Laurent Robert continua a ser o jogador de andebol que permanece em campo para as jogadas especiais. Nota de interesse para aquele lance combinado, em que pica a bola por cima da barreira, para passar a um colega de equipa. Não saiu bem, mas fica a impressão que Koeman não dorme nos treinos. O lance mais perigoso do francês acabou por ser um livre directo que passou a centímetros do poste de Taborda.

Com Karagounis em campo, o Benfica espevitou. O grego gosta de ter a bola nos pés e distribui-la para os seus companheiros - contra uma equipa contra a Naval, a jogar em casa, Koeman poderia muito bem ter dispensado um trinco para lançar Karagounis.

Sempre que vejo os resumos do jogo, fico estupefacto com o facto de o Benfica não ter conseguido concretizar uma jogada. Nem um golo para amostra. Torna-se, portanto, mais grave ainda que uma grande penalidade (a única forma de "lá" chegar" a favor dos encarnados não tenha sido assinalada. Já nada me surpreende - nem a Léo, aposto.

Numa noite tranquila para Moretto (exceptuando quando decidia, o próprio, criar situações de perigo para a sua baliza), Simão parece ter voltado a recuperar a sua influência na equipa. Fica na retina o seu pontapé livre directo que Anderson só não corrigiu para golo por falta de vocação.

Marcel revela-se um flop, continuando sem marcar um golinho que seja pelo Benfica. No final do jogo, Alcides e Léo ficaram out.

Koeman revelou-se realista, entregando a responsabilidade de conquistar o título aos rivais do Norte e da Segunda Circular. Repetiu o discurso que já havia proferido depois do jogo contra o Sporting. Derrotismo é com ele. Antes, durante e depois dos jogos para a Liga Betandwin.com.

O FC Porto e o Sporting CP ampliaram a sua vantagem pontual em relação ao campeão nacional, com toda a justiça. O Boavista perdeu, finalmente, enquanto o Braga marcou passo em Belém (!).

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