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sexta-feira, novembro 28, 2008

Benfica protagoniza tragicomédia grega

Olimpiacos 5 - 1 SL Benfica
(David Luiz)



O Benfica ter-se-à despedido da Taça UEFA, ontem, deixando a pior das imagens na montra europeia. O super-plantel de Quique (sem ironia) confirmou a tendência Outono-Inverno das equipas portuguesas, e protagonizou mais uma goleada sofrida - depois do Porto (em Inglaterra), da Selecção (no Brasil) e do Sporting (contra o Barça), a correr mal a alguém, teria de ser ao Benfica. Não o digo por calimerismo, apenas porque é fácil de se ver que construir uma equipa e atacar as competições caseiras é uma coisa; ter pretensões de se fazer o milagre de impressionar a Europa do futebol é outra.

O agoiro começou com a conferência de imprensa que projectava o jogo, e em que Quique já dizia satisfazer-se com o empate. Ele estudara o adversário, sabia o que dizia. Mas não há táctica que resista a um golo aos 40 segundos, nem à eficácia dos gregos. O Benfica podia ter jogado melhor, mas Valverde, treinador dos gregos, também estudou a lição e mordeu o Benfica no seu calcanhar de Aquiles: pressão imediata à saída do sector defensivo. Sem Carlos Martins ou Katsouranis para fazer o jogo respirar logo à saída da defesa, esta equipa sofre. E, com ela, sofrem os benfiquistas. Soluções, precisam-se!

Assim que o primeiro golo grego entrou, logo aos 40 segundos, tive um flashback que me arrepiou a espinha. Tamanhas foram as facilidades dos golos seguintes, que o fantasma dos Balaídos se me assombrou a televisão. David Luiz ainda compensou 1/4 dos desastres que protagonizou na defesa, e reduziu para 3-1. Ao intervalo, quatro remates dos gregos em 45' tinham resultado quatro golos. Pior é impossível.

O segundo tempo foi um teste à paciência de qualquer benfiquista - já se sabia que, no futebol, não há milagres, pelo que penso que a vontade de soprar para os ponteiros dos minutos terá sido generalizada. As substituições não acrescentaram nada à equipa, e o Benfica ainda sofreu mais um golo.

No final, Quique pediu desculpas aos benfiquistas e, mais uma vez, fez uma análise fria e acertada do jogo que há segundos terminara. Fez bem ao não despejar as culpas para ninguém, mas a verdade é que, se não fosse o registo de Vigo, esta teria sido a pior goleada de sempre do Benfica, em competições europeias. Não é normal o Benfica "apanhar" cinco, seja de quem for!

Anteontem à noite, no fim da goleada do Barcelona a mais uma equipa, pensei "se fosse sportinguista (*gulp*), o que pensaria, para amenizar a dor?" Eles lá saberão; no que toca ao meu clube, resta-me continuar a pensar que esta competição é um "estorvo" a uma equipa que se está a construir e que não precisa de pretensões como "ganhar a UEFA"; nem "ganhar o campeonato" foi exigido ao treinador - esta derrota foi uma descida à Terra.

Num último comentário à prestação do Benfica nesta Taça UEFA, o que me chateia mesmo não é ter perdido, apesar de ter perdido de forma tão cruel (porque nem se pode argumentar que se jogou bem); o que me chateia mesmo é ter perdido em casa com o Galatasaray. Uma vitória em casa e dois empates fora chegavam bem para as contas. Assim, não.

Lição aprendida, a melhor maneira de esquecer esta derrota é ganhar o jogo de segunda-feira.

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